Descendentes 4

Junto ao nosso chefe

Descobrir que João era um dos responsáveis pela prisão do seu pai tinha sido um forte baque. Harry pediu para que o rapaz esperasse ali um pouco. Andou de volta a procura de Uma, a encontrando ao longe algemando Helena. Harry estranhou ver as duas conversando. Quando ele se aproximou, Uma pediu para Thomas conduzir Helena e Audrey até o andar de baixo.

– Perdi algo?

– Nada importante. Como você está?

Harry não enrolou e logo contou sobre a chegada de João. Os dois conduziram o recém-chegado para a cabine do capitão, onde podiam conversar com maior privacidade.

– João, você não tem a menor ideia de onde Pan pode estar? – Uma questionou.

– Tenho alguns locais potenciais, mas ele pode estar em qualquer canto. Você tem um papel e uma caneta?

Uma prontamente pegou o que João pediu. O rapaz começou a rabiscar no papel enquanto explicava as possíveis localizações de Peter Pan. Em pouco tempo, ele montou um mapa da Terra do Nunca com vários círculos para marcar onde o inimigo poderia estar.

– Aqui é bem perto da Taba dos Índios. – Harry apontou.

– É melhor ficar longe de lá. Tigrinha é uma das principais aliadas de Peter.

– Quem aqui não é aliado dele? – Uma perguntou.

– Acho que só os canibais. Eles não mexem com os meninos perdidos, Peter não mexe com eles.

– Procurar em todos esses cantos é inútil. – Harry apontou. – O que você sugere?

– Atrair Peter deve ser a melhor alternativa. – João falou. – Aqui na Ilha da Caveira é onde os meninos perdidos costumam brincar de caça ao tesouro. Tenho alguns meninos perdidos do meu lado e eles disseram que vão brincar amanhã ao meio dia. Se pegar os meninos, tem grande chance de Peter aparecer. Acha que consegue derrota-lo, Gancho?

Harry demorou alguns segundos para entender que João se referia a ele. Concordou com a cabeça. O olhar caiu por um momento sobre o gancho do pai.

– Vamos preparar a emboscada.

– Vocês têm certeza de que conseguirão? Eu tenho que salvar Wendy.

– Pode deixar com a gente. – Harry garantiu.

Com o plano combinado, João partiu do navio. Uma e Harry assistiam o rapaz desaparecer na escuridão da noite.

– Finalmente um pouco de sorte. – Harry soltou.

– É. – Uma respondeu com o pensamento distante.

– O que você e Helena estavam conversando?

– Nada importante, já falei. Ela só pediu um local mais confortável para passar a noite. Inclusive, você vai precisar se conter melhor perto dela. Precisaremos de toda ajuda para enfrentar Peter Pan.

– Eu e você seremos suficientes. Quando Peter aparecer na Ilha da Caveira, vamos pega-lo.

– Já pensei no plano. Não será assim.

– Como então? Não está pensando em contar com a ajuda de Helena e Audrey, está?

– Desde quando você não confia nos meus planos? – A morena puxou Harry para mais perto e o beijou. – Qual é o meu nome?

– Uma.

Na manhã seguinte, Uma conduziu todos para a cabine do capitão e explicou o plano. Harry entraria com Helena e Audrey na Ilha da Caveira, esperariam lá os meninos perdidos para emboscá-los. Uma, Thomas e John ficariam do lado de fora para caso Peter Pan aparecesse. Harry não gostou da escolha de Uma em permitir que sua irmã e Audrey fossem parte do plano, mas se manteve em silêncio. Helena tentou negociar a devolução da sua espada mágica e o cetro de Audrey, que Uma negou sem dar espaço para argumentos, permitindo apenas que as duas ficassem desamarradas e Helena tivesse a posse de uma espada qualquer.