Primeira lição

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O plano havia falhado antes mesmo de começar. Assim que invadiram o castelo, foram surpreendidos por Will e Helena os cercando. O filho de Clayton amarrou Ben e Arkin, Helena fez o mesmo com Mal, mas a garota foi separada dos dois amigos. Will levou Ben e Arkin por outro caminho, enquanto Helena conduzia Mal por um caminho que ela conhecia bem. Estavam indo para a sala do trono.

– Para onde estão os levando? – Mal perguntou. Ela se sacudia para escapar das mãos de Helena, mas sem sucesso.

– Para um lugar bem mais seguro do que para onde você vai. – Helena respondeu com um sorriso. – Deveria se preocupar mais com si mesma.

– Não foram seus pensamentos egoístas que te fizeram abandonar sua família quando mais precisaram? – Mal zombou.

Como resposta, Helena acertou sua barriga com uma joelhada forte. Mal foi parar no chão, sem ar e com extrema dor. Os dedos da mais velha se entrelaçaram nos fios de cabelo roxo. Helena a puxou para que pudesse ver em seus olhos.

– Sua boca grande sempre te coloca em perigo, ratinha. – A pirata falou entre os dentes.

Helena não se preocupou em esconder a raiva que sentia pelo comentário de Mal. Desferiu um soco no rosto da garota que cortou o seu lábio. A pegou pelo braço e forçou que ficasse de pé, mesmo que ainda estivesse com dificuldades respiratórias graças ao primeiro golpe.

Assim que passaram pela grande porta da sala do trono, Helena jogou Mal para frente sem grande cerimônia. Desequilibrada, Mal novamente caiu no chão, sentindo o gosto metálico do sangue entrando na boca.

Ela ergueu o olhar, ainda no chão, para o trono do rei. Lá estava sentado o garoto de cabelo azul. Com a maçã do rosto apoiada na mão, Heitor observava Mal caída no chão. Ao notar o sangue escorrendo pela boca da irmã, Heitor direcionou o olhar para Helena, que respondeu levando a mão direita até os lábios e jogando um beijo para o rapaz. A garota ficou do lado de fora e fechou as portas, deixando os dois irmãos a sós.

Durante um momento, Heitor apenas observou Mal em silêncio. Aos poucos, a respiração dela foi voltando ao normal e ela conseguiu, com dificuldades, ficar de pé.

– Encontraram a lâmpada? – As sobrancelhas se ergueram e os lábios de Heitor se esticaram em um sorriso.

– Por quanto tempo tem esperado para falar essa piada? – Mal zombou, com a respiração fraca.

– Sua vida está nas minhas mãos e você acha espaço para ser petulante. – Heitor disse, ainda sorrindo e com a maçã do rosto apoiada no punho fechado. – Imagino que pelo mesmo motivo Helena te bateu.

– Ela sempre procura uma desculpa para me bater. – Mal deu de ombros. – Seja melhor do que ela e me desamarre para que a luta seja justa.

Heitor deu uma risada baixa. Mal sentiu o sangue ferver de raiva. Ele sempre se achava mais esperto, mais forte. Mas ela tinha crescido e aprendido novos truques. Sabia que Heitor era forte, porém agora Mal precisava lutar para salvar os companheiros que foram capturados. Não deixaria Heitor vencer como sempre o fizera.

– Vamos acabar logo com isso, Heitor. Eu tenho que salvar meus amigos e recuperar meu território.

– Acha que conseguirá me derrotar para salvar seus amigos? Você realmente é inocente. Impressionante como você consegue sempre estar dois passos atrás. Por que acha que foi tão fácil entrar no castelo?

Mal parou uns instantes para pensar. De fato, havia sido fácil demais terem entrado ali. Heitor devia estar acompanhando seus movimentos há muito tempo. A captura de Evie era apenas a isca. Mal xingou internamente e rangeu os dentes em raiva. Torcia para que Uma percebesse a armadilha e conseguisse sair do Jolly Roger inteira com Harry e Jay. Heitor com toda certeza havia deixado algo ou alguém a espera deles no navio.

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