12 - Uma investigação

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Isabelly Moretti

Por cerca de 2:00 horas, fiquei imóvel em frente àquela casa, com suas paredes brancas e as grandes janelas de vidro encobertas por cortinas beges. 

Uma eternidade pareceu passar, sem qualquer movimento vindo de dentro ou de fora. Minha atenção estava presa na espera, observando cada detalhe, cada sombra que se movia por trás daquelas cortinas.

Finalmente, depois de mais uma meia hora de espera, uma senhora de aproximadamente 54 anos saiu pela porta. Seus cabelos castanhos, assim como os da minha mãe, eram tingidos para esconder os fios brancos que denunciavam sua verdadeira idade. 

Ela entrou em um Land Rover preto com os vidros provavelmente blindados. "O senhor William é um homem cuidadoso", pensei comigo mesma, observando a silhueta do carro desaparecer no final da rua.

Decidi que era hora de agir. Peguei meu bloco de anotações e a foto de Lethicia, e comecei a caminhar em direção à entrada da casa. Um tapete de boas-vindas com detalhes escuros me recebia à porta. 

Bati algumas vezes, e logo um senhor abriu-a. Ele me examinou de cima a baixo, seus olhos azuis se arregalaram ligeiramente e sua boca formou um "O".

— Que deja vu! — exclamou, e um sorriso involuntário escapou dos meus lábios.

— Temos nossas semelhanças! — comentei suavemente, sabendo que ele se referia a minha mãe. 

Então, aquele homem de idade avançada passou a mão pela porção de cabelos loiros e grisalhos que adornavam sua cabeça de forma nervosa. 

— Podemos conversar, diretor Burns? — perguntei com educação e respeito, mantendo meu olhar firme no dele.

Ele soltou um longo suspiro e, inquieto, olhou para os dois lados da rua, como se estivesse procurando algum tipo de reforço.

— Onde estão os outros? — perguntou bruscamente, desconfiança pairando em sua voz.

— Não sou um deles! — expliquei, e sua expressão pareceu se congelar em choque.

Willian olhou mais uma vez ao redor, visivelmente tenso, e depois fez um sinal para que eu entrasse. Assim que adentrei a sala, notei que ele estava armado e apontava a arma na minha direção. 

Mantive a calma observando a sala, vi os móveis claros que contrastavam com as paredes em cinza claro, criando um ambiente bem iluminado e esteticamente agradável.

Caminhei lentamente em direção a um sofá bege adornado com almofadas marrons e me sentei, cruzando as pernas. O Diretor Burns se aproximou devagar, mantendo a arma apontada na minha direção. 

Sorri docemente para ele, em seguida soltando um longo suspiro, alcancei a foto de Lethicia e a entreguei a ele.

— Por que o Código Preto? — perguntei, mantendo meu olhar firme nos seus olhos azuis. 

Willian pegou a foto, observou-a atentamente e, no mesmo instante, percebi seus olhos ficarem úmidos.

— Foi o pior fracasso da minha carreira. — comentou com a voz carregada de emoção. Era possível sentir sua dor naquele momento.

— Diretor Burns...

Comecei a falar, mas ele me interrompeu, erguendo a mão com um gesto firme.

— Eu sou aposentado, não sou mais o diretor, e não vou dar informações sigilosas a alguém envolvida com a máfia. — declarou com um tom áspero. 

Solto um longo suspiro, tentando conter minhas ações. Ele está apontando uma arma para mim, e preciso ser cautelosa, mesmo sentindo que ele não me machucaria. Por isso, engoli em seco, deixando meus olhos marejarem de forma sincera.

ILEGAISOnde histórias criam vida. Descubra agora