Já é a décima ligação, e a inquietação se apossa de mim. Ninguém parece ter notícias de Vittório, e a preocupação cresce a cada toque não atendido. Ele não é o tipo de pessoa que simplesmente evapora; sempre há vestígios, notícias sobre seus afazeres, ou ao menos um sinal de vida.
Os homens de Vittório são competentes, especialmente Yuri, que costuma gerenciar tudo com maestria, mas a ausência dele é sentida profundamente.
Vittório era mais do que um homem de confiança, era um amigo que me apoiava e ajudava de formas que ultrapassavam os limites profissionais. Não posso simplesmente desistir da busca por ele, mas o problema persiste: não faço ideia de onde ele pode estar.
Durante a décima primeira ligação, observo o celular com uma pontada de frustração. Cada toque não atendido intensifica minha apreensão. O estresse se acumula em meus ombros, e me movo inquieta na cadeira estofada do meu escritório, tentando concentrar-me no estágio na empresa do meu pai.
No entanto, a ausência de notícias de Vittório permeia cada pensamento. Meu olhar se volta para o porta-retrato na mesa, exibindo a foto mais recente da família no aniversário de Anthony. Ele me abraça, sua mão firme na minha cintura, e só de imaginar seu toque, minha pele se arrepia. É errado sentir saudades de alguém que nunca foi seu?
O celular apita, arrancando minha atenção da foto. Uma mensagem de Yuri aparece na tela.
"Estou na Rússia e já falei com todos os meus contatos. Vittório não esteve aqui há mais de dois meses; ele só pode estar nos Estados Unidos."
Minha mente vagueia, tentando desvendar os possíveis cenários. Estará ele em perigo, ou terá escolhido se isolar por razões desconhecidas? Seriam os Camorra os responsáveis?
A incerteza me devora, e a sensação de impotência se torna insuportável.
Uma batida suave na porta interrompe. Ergo os olhos para a entrada, e lá está ele – um carteiro de semblante experiente, aproximadamente 48 anos, vestido de maneira impecável em seu uniforme cinza. Sem hesitar, faço um gesto convidativo, indicando que ele entre.
— Com licença, senhorita Moretti?
Concordo positivamente, e ele avança com confiança em direção à minha mesa.
— Tenho uma entrega — ele continua, estendendo um pacote cuidadosamente embrulhado.
Um papel espera pacientemente para ser preenchido, indicando que recebi a entrega, que está agora em minhas mãos.
— Assine aqui, por favor.
Aceito o pacote, a caneta desliza sobre o papel, deixando uma assinatura quase automática. Intrigada, aceito o pacote e o abro com curiosidade. Nele, encontro um convite sofisticado para uma festa de máscaras organizada pelos Camorra. Meu coração quase salta do peito.
Enquanto seguro o convite, observo o carteiro sair da sala, deixando uma sensação de perplexidade. Se ele conseguiu chegar até aqui, todos os seus dados foram verificados, confirmando a autenticidade de sua identidade.
A confusão se instala, pois os Camorra são conhecidos por sua discrição, evitando eventos sociais públicos. A festa está marcada para ocorrer em uma propriedade exclusiva, um local que reconheço imediatamente, mas, até onde sei, pertence à respeitável família Rossi.
A coincidência entre a festa dos Camorra e o desaparecimento de Vittório não passa despercebida. Começo a suspeitar de uma possível ligação entre esses eventos. A necessidade de entender isso me impulsiona a investigar, embora os Camorra sejam uma máfia com a qual preciso tomar cuidado.
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ILEGAIS
RomanceIsabelly, desde cedo, compreendeu a necessidade de atender às expectativas de seus pais: herdeira de um empresário que construiu um império adquirindo diversas organizações e filha de uma hacker renomada que colaborava com o FBI, ela se viu diante d...