69 - Um irmão pra vida toda

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Hoje é o dia mais feliz da minha vida. Acabei de fazer o pedido à minha princesa, Isabelly, e ela aceitou. A sensação de realização é indescritível. Estar com Isabelly sempre pareceu algo inalcançável, mas hoje isso mudou.

Por vezes, me senti no fundo do poço, incapaz de acreditar que estaria aqui hoje. Mas consegui. Finalmente tenho minha princesa, e finalmente vou ter minha história de amor.

Como meu tio Steve sempre dizia, encontrar a pessoa certa vale a espera. E é verdade. O amor que sinto por Isabelly é único, incomparável. Desde o primeiro olhar, eu soube que ela era o amor da minha vida. É incrível como algo tão simples pode ser tão poderoso. Agradeço por nunca desistir, mesmo nos momentos mais difíceis.

Agora, estou prestes a começar uma nova fase da minha vida ao lado da minha princesa. Vamos construir nossa história juntos, enfrentando desafios e celebrando momentos felizes. Mal posso esperar para ver o que o futuro reserva para nós. O importante é que estamos juntos, prontos para enfrentar o que vier pela frente.

Hoje é o dia mais feliz da minha vida, mas mesmo assim, meu irmão, meu melhor amigo, não está comigo. Por isso, vim até aqui.

Respiro fundo enquanto encaro a porta de metal que me separa dele. Os corredores do Hospital Psiquiátrico Kirby Forensic são assustadoramente silenciosos, apenas ocasionalmente quebrados pelo som abafado de passos distantes ou pelo eco de vozes murmurantes. O ar é pesado, carregado com a angústia e a dor dos pacientes que lutam contra seus próprios demônios.

Inspiro algumas vezes antes de abrir a porta. Assim que o faço, me deparo apenas com um homem velho, de olhos fundos e cansados, mas ainda assim, o tom esverdeado de seu jaleco se destaca. Seus olhos me encaram com pesar, como se já tivesse visto muita dor ao longo dos anos.

— Boa tarde, Senhor Moretti — ele me cumprimenta, estendendo a mão. Sua voz é calma, mas carrega o peso das inúmeras tragédias que testemunhou.

— Cadê meu primo? — pergunto sem rodeios, meu coração apertado com a preocupação e a incerteza.

Ele respira fundo antes de responder, como se reunisse coragem para compartilhar más notícias.

— Ele está na ala de isolamento e disciplina. Teve uma recaída, conseguimos medicá-lo e quase não conseguimos salvá-lo. Tentamos avisar sua família que não teria visitas hoje, mas creio que o senhor não viu as ligações.

Com um nó na garganta, absorvo as palavras do médico, meu coração apertando-se com a preocupação pelo meu primo. A notícia de sua recaída é um golpe duro, especialmente hoje, neste dia tão importante para mim. Meus pensamentos voam para meu irmão, lutando em uma batalha que parece interminável, e me sinto impotente diante da sua dor.

— Posso vê-lo? — minha voz sai em um sussurro, carregada de ansiedade.

O médico assente, seu olhar expressando compaixão.

— Sim, claro. Mas por favor, esteja preparado. Ele está muito fraco e ainda se recupera do episódio.

Concordo com o médico, sentindo-me tenso diante da situação enquanto ele retira um cartão do bolso e o desliza pela fechadura, ouvindo-se o clique indicando que a porta está destrancada.

Seguimos pelos corredores lúgubres e silenciosos do hospital psiquiátrico, cada passo ressoando. As paredes brancas e impessoais do corredor parecem se fechar ao meu redor, criando uma atmosfera sufocante que dificulta a respiração.

Finalmente, alcançamos a ala de isolamento e disciplina, conforme indicado pela placa na porta. O ar está impregnado com o cheiro penetrante de desinfetante. O som constante dos monitores cardíacos ressoa no ambiente.

ILEGAISOnde histórias criam vida. Descubra agora