Ao recobrar a consciência, uma sensação de confusão me atinge como uma onda. Abro os olhos lentamente, e o ambiente ao meu redor é um borrão, mas consigo observar as paredes de concreto que parecem se mover. Noto ao longe equipamentos de laboratório de formas indistintas.
Engulo saliva com dificuldade, sentindo como se minha garganta estivesse coberta por uma camada de algodão. Tento me mexer, mas meu corpo responde com uma lentidão desconcertante.
Após alguns minutos, a tontura diminui e percebo que estou amarrada a uma pilastra dentro de uma espécie de tubo de vidro. Acima de mim, há um dispositivo fornecendo ar para respirar e uma luz forte capaz de me cegar. Mexo-me e noto sangue no chão. Meus pulsos estão cortados, provavelmente pela corda amarrada forte.
O coração acelera, e a visão do sangue intensifica o mal-estar. Uma onda de medo se instala, e olho ao redor, buscando entender onde estou. O silêncio opressor me envolve, e não há sinal de Mike, Melissa ou qualquer outra presença.
A confusão e o pânico aumentam, enquanto tento me lembrar dos eventos anteriores. Fragmentos de memória surgem, mas ainda é difícil juntar as peças do que aconteceu. As palavras de Mike e Melissa, a máscara de palhaço, a sedação na van – tudo isso parece uma sequência distorcida de um pesadelo.
Tento mover-me, mas o mal-estar e a dor nos pulsos aumentam, e uma sensação de vulnerabilidade se apodera de mim. A respiração torna-se rápida e irregular, enquanto minha mente luta para processar a realidade perturbadora em que me vejo.
O que quer que esteja acontecendo, uma coisa é certa: estou em perigo, e o meu instinto de sobrevivência entra em ação. Preciso sair daqui... Os olhos continuam explorando o ambiente, procurando por qualquer sinal de escape ou explicação.
No momento em que começo a processar a minha situação, uma sombra se aproxima do tubo de vidro. O coração acelera ainda mais quando percebo que é Mike, seu rosto queimado agora contorcido por um sorriso cruel.
— Acordei, minha pequena prisioneira. — Mike sussurra com um tom sinistro, seus olhos revelando um prazer doentio.
Antes que eu possa reagir, ele clica em um botão, e o vidro do tubo oval começa a se erguer lentamente, finalmente sinto o ar fresco. O som mecânico do vidro subindo aumenta a minha ansiedade.
— Você pertence a nós agora, e vai aprender isso da maneira difícil...
A expressão de Mike endurece, e ele retira um objeto afiado de algum lugar. O pânico se intensifica quando percebo que é uma faca. Mas, se tem uma coisa que não sou, é fraca, e ele precisa entender isso. Reúno toda a força que posso, engulo o choro e deixo escapar um riso irônico dos meus lábios, desafiando.
— Oh, uma faca? Que original.
Um brilho de irritação passa pelos olhos dele, e ele avança em minha direção. Não recuo, encarando-o com olhos cheios de desdém.
— Vamos brincar um pouco, Isabely.
O maldito aproxima a faca da minha perna, desenhando um corte profundo. Contenho um suspiro de dor, mantendo meu olhar frio e desafiador.
— Aposto que você faz um trabalho melhor... Continue!
A lâmina corta novamente minha pele, desta vez mais profundamente, a dor intensa finalmente arrancando um grito, o que parece deixar o cretino feliz. O riso sádico de Mike preenche o espaço. Apesar da agonia, mantenho minha postura firme, não lhe dando a satisfação de ver minha fraqueza.
— Isso é tudo o que você tem? Tédio me dá mais dor do que você jamais conseguiria.
Encaro Mike nos olhos, desafiadora. Ele para por um momento, a expressão vacilante antes de se transformar em raiva.
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ILEGAIS
Любовные романыIsabelly, desde cedo, compreendeu a necessidade de atender às expectativas de seus pais: herdeira de um empresário que construiu um império adquirindo diversas organizações e filha de uma hacker renomada que colaborava com o FBI, ela se viu diante d...