37 - Uma noite na balada

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É revigorante sair de casa por um tempo. Absorvo o ambiente ao meu redor, onde as luzes neon dançam pelas paredes, pintando-as com cores vibrantes que competem com o som animado e alto que preenche o ar. Risadas e músicas se entrelaçam, criando uma sinfonia peculiar. 

Lethicia, sempre pronta para aproveitar a vida, estava certa. Ficar na cama, me lamentando e devorando sorvete de baunilha, só resultaria em ganho de peso e mais melancolia.

Decido seguir o conselho dela e me deixar levar pela atmosfera da balada. É hora de beber, então me encaminho em direção ao bar. A atividade fervilhante ao redor do barman chama minha atenção. Ele é um homem forte de pele morena, alto e sem camisa, exibindo um tanquinho atraente. Seus flertes sutis com outros homens são evidentes.

Chego ao balcão, encarando o jovem com um sorriso contagiante, pronta para me render aos prazeres da noite.

— Um Cosmopolitan para começar e um Mojito para acompanhar, por favor.

Observo atentamente enquanto ele se move com maestria, misturando a vodka, licor de laranja e suco de cranberry para criar a primeira obra líquida que logo repousa em minhas mãos. A sede me consome, fazendo-me esvaziar o copo rapidamente. Enquanto prepara o Mojito, o barman demonstra sua habilidade ao misturar hortelã, rum, açúcar, limão e água com gás.

Aguardando o próximo drink, meus olhos passeiam pelo lugar. O ambiente iluminado revela detalhes exuberantes da boate: sofás luxuosos em tons escuros de vermelho, uma pista de dança pulsante, e o reflexo das luzes cintilantes nas paredes espelhadas. Risos e conversas formam uma trilha sonora peculiar para esta noite animada.

O barman entrega a segunda bebida, e eu agradeço, levantando os copos, brindando à noite que se desenha diante de mim.

— A noite é uma criança. — Digo, sorrindo, enquanto ele responde com um sorriso igualmente cativante. 

Com o novo drink em mãos, decido me perder na pista de dança, pronta para dançar e absorver cada fragmento do momento. Evitei Anthony nas últimas três semanas, exatamente desde o sumiço de Vittório e os crescentes pedidos de Allan que ultrapassam meus limites. O open bar se transforma em meu refúgio temporário, onde as batidas da música agem como uma pausa nas preocupações que teimam em assombrar minha mente.

Ao saborear o mojito, experimento um prazer sutil, os diversos sabores dançando de maneira harmoniosa em meu paladar. Fecho os olhos, entregando-me ao momento. A música, um remix pulsante de "Strobe" do Deadmau5, cria uma atmosfera envolvente na boate, elevando-a a novos patamares. 

A batida eletrônica reverbera em meu peito, e me deixo levar pelo ritmo, como se fosse uma extensão do meu próprio corpo. Não me preocupo em procurar Lethicia; sei que ela e Romeu estão ocupados, provavelmente se aventurando pelo estacionamento.

Os efeitos das bebidas começam a fazer seu charmoso efeito, uma vertigem agradável que amplifica cada movimento. Na pista de dança, corpos se entrelaçam em uma harmonia que parece coreografada pelo próprio pulsar da música. As luzes piscam em sincronia com os batuques, e eu me entrego à dança, brincando com meus cabelos, provocando ao colocar as mãos na cintura e erguer os braços para o alto. Balanço suavemente os braços, deixando-me levar pela melodia como se não houvesse amanhã.

Uma tontura eufórica me envolve, em meio à minha dança, um desconhecido, atraído pela minha exibição, se aproxima com um sorriso ousado. Loiro, alto, de olhos azuis que parecem refletir as luzes da pista, musculoso, com lábios carnudos e bem desenhados. Seu charme é uma visão impressionante, e ele parece um verdadeiro deus grego, destacando-se na multidão. Veste uma camisa justa de linho preto que molda seus músculos definidos, combinando perfeitamente com calças de couro que acentuam sua silhueta atlética.

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