14 - Um amor inesquecível

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Anthony Moretti 

A vida é uma verdadeira montanha-russa, uma experiência que nos leva dos momentos mais gloriosos aos mais obscuros. Crescer ao lado da garota mais teimosa e irritante que poderia existir me levou ao limite da paciência. 

Havia momentos em que eu pensava que poderia matá-la com minhas próprias mãos, tamanho era o desespero que ela me causava. No entanto, quando outras pessoas começaram a ameaçá-la, algo dentro de mim se transformou. Ela se tornou minha princesa em perigo, e eu estava disposto a enfrentar o inferno para protegê-la.

O pai dela, nunca permitiu nosso amor. E então, sem avisar uma tragédia nos separou, e eu tomei a decisão amarga de fazê-la me odiar para que ninguém mais pudesse machucá-la, principalmente ela mesma. 

A ironia do destino é que, mesmo odiando-a, eu ainda a amava. Na verdade, o ódio que eu sentia por ela era apenas uma fachada para esconder o amor que eu nutria dia após dia.

Eu sou obcecado por ela, e independentemente de todas as reviravoltas que a vida nos impôs, ela continua sendo minha princesa. Estou disposto a fazer qualquer coisa para mantê-la a salvo, custe o que custar.

[...]

A sensação de uma luz intensa atingindo meu rosto me faz abrir os olhos lentamente, piscando para me acostumar com a claridade. Meu coração ainda está acelerado, e a imagem de Isabelly invade meus pensamentos. Abro os olhos de uma vez, olhando ansiosamente para o lado.

— Ela já foi! — exclama Amanda, seus olhos azuis brilhando. 

Observo minha melhor amiga ocupada abrindo as cortinas, enquanto seu cabelo loiro dança ao ritmo da brisa que entra pela janela. Com um suspiro, sento-me na cama, e ela me observa de maneira analítica. 

Então, ela caminha lentamente na minha direção, um sorriso de canto nos lábios que quase faz seus lábios desaparecerem e covinhas se formarem em seu rosto.

— Quem era? — a loira me pergunta, inclinando-se na minha direção ao se sentar na cama.

Por um momento, não tenho vontade de responder, então jogo-me para trás, fechando os olhos. Amanda solta uma risadinha de deboche diante do meu estado.

— Não era a sua princesa, né? — ela provoca, com um tom divertido.

— Era... — murmuro, pegando o travesseiro ao meu lado e inalando o suave aroma que ainda carrega o perfume de Isabelly.

— Você contou para ela? — Amanda percebe a seriedade na minha voz e muda o tom da conversa.

— Contar o quê? — respondo, minha voz carregada de irritação. — Que sou obcecado por ela desde a infância? Que por minha culpa o pai dela a afastou? Que, por minha culpa, ela foi isolada das pessoas que mais a amam?

As palavras saem dolorosas, e levanto-me da cama, determinado a me distanciar da situação. Não desejo continuar a conversa. Caminho em direção ao banheiro, decidido a tomar um banho para acalmar os pensamentos tumultuados que rondam minha mente. Amanda segue-me.

Vou até o box e ligo o chuveiro, sentindo a água quente na minha pele, que está sensível, minhas costas ardem levemente pelos arranhões de Isabelly, só de pensar meu corpo já aquece.

— Você vai perder ela! — Amanda avisa, e sinto a exasperação em sua voz ecoar no banheiro.

Acabo rindo da minha própria desgraça.

— Não se pode perder o que nunca se teve, Amanda. — falo com um nó na minha garganta, sentindo o peso das palavras.

Começo a passar o sabão líquido pelo meu corpo, e percebo que Amanda sai do banheiro irritada.

ILEGAISOnde histórias criam vida. Descubra agora