PLAYING WITH YOU

54. HOME

E eu sempre fui uma filha

Mas penas foram feitas para o céu

Então, estou desejando, desejando ainda mais

Que a empolgação chegue

…

Então, quando eu estiver pronta para ser mais corajosa

E meus cortes tiverem cicatrizado com o tempo

O conforto irá descansar em meus ombros

…

E eu sempre guardarei você comigo

Você sempre estará em minha mente

…

Porque eles dizem que lar é onde

Seu coração está gravado em pedra

Não é apenas onde você arruma sua cama.

Contanto que estejamos juntos

Importa para onde vamos?

Lar.

Home - Gabrielle Aplin 

  Enquanto o avião subia, se distanciando da Indonésia, de suas ilhas, meu coração se entristeceu por um momento. Foi tão bom passar esses dias só me preocupando em não pegar uma insolação, apenas me divertindo com meus amigos, com meu namorado, lendo, ficando horas e horas no Twitter, deixando o cérebro derreter.

Eu tinha esperança de um bom ano, sim. Eu tinha Niall ao meu lado, eu tinha amigos, amigas. Eu tinha pessoas para quem voltar, para desabafar, para chorar em seus ombros. Sabia que apesar de não ser sociável, eu não ficaria tão travado e fechado para qualquer interação com meus colegas de time. Não seria como cheguei ao time de base, onde eu estava sozinho e com as muralhas erguidas para não deixar ninguém se aproximar, exceto as pessoas que me fizeram mal e me usaram.

Contudo, mesmo sabendo disso, eu também me conhecia, me conhecia bem o suficiente para saber que eu estaria sozinho, que seria difícil para mim, que eu já estava acostumado a passar quase 24h por dia rodeado de amigos e 24h por dia ao lado de Niall.

Além de tudo ainda tinha o Paolo. Eu evitava pensar nele, tentando fazer de conta que ele nunca tinha existido, e foi fácil após sua partida, principalmente porque meus pensamentos estavam todos voltados para as pessoas que eu amava.

Mas em poucos dias Paolo não seria mais uma memória desagradável que eu tinha enterrado bem fundo, ele seria uma presença constante todas as manhãs de segunda a sexta-feira, nas tardes que tivéssemos que frequentar a academia do clube, durante as partidas. Nas viagens para outras cidades da Inglaterra para participar do campeonato inglês e em outros países para disputar a Champions League.

Eu sobressaltei quando uma mão cobriu a minha.

_ Tinha um tempo que você não ficava preso em seus pensamentos e eu não via essa expressão de preocupação em seu rosto.

Eu olhei para Niall, virei a palma da minha mão para cima, para ele encaixar sua mão, e entrelaçamos nossos dedos. Eu até consegui sorrir.

Para minha sorte, Niall pode estender sua mão livre e fazer um carinho em minha barba. Toda a primeira classe estava cheia com nossos amigos, voltávamos todos ao mesmo tempo e no mesmo avião, até os meninos da Austrália estavam indo passar uns dias em Londres e Dublin.