33. TEENAGE DREAM

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Vamos até o fim esta noite

Sem arrependimentos, apenas amor

Nós podemos dançar até morrer

Você e eu, nós seremos jovens para sempre.

Teenage Dream - Katy Perry

Eu caí em cima de Niall, rindo e sendo beijado por ele, nossas risadas morrendo quando eu me acomodei no meio de suas pernas e aprofundei nosso beijo.

As mãos de Niall saíram da minha cintura e desceram para minha bunda, apertando possessivamente.

Meu coração palpitou cada vez mais rápido enquanto nosso fôlego faltava, e tentávamos diminuir uma distância que não existia. Eu friccionava meu quadril sobre o dele, o provocando lentamente, sentindo sua respiração falhar, o aperto de suas mãos em minha bunda aumentar.

Os gemidos contidos de Niall sempre que eu me arrastava sobre seu quadril, virilha e seu pau eram música para meus ouvidos. A sensação da fricção de nossas calças jeans sobre nossos membros me dando arrepios e o friozinho gostoso invadia meu ventre. Eu juro que não sei por quanto tempo ficamos nos beijando assim. Sem diminuir o ritmo, e sem aumentar também.

_ Você é uma tentação, Zayn Malik._ Niall murmurou sem fôlego quando eu me afastei por um momento para respirar.

Eu me apoiei no seu peitoral e com uma mão sobre o colchão para poder olhar para ele, suas mãos subindo carinhosamente pelas minhas costas.

Niall sorriu para mim e se virou para beijar meu pulso, ao lado de sua cabeça, depois olhou admirado para mim, para meu rosto, meu cabelo.

_ Você combinou demais com esse cabelo. Eu amei.

Niall me guiou para deitar ao seu lado, e ainda com as pernas emaranhados, deitamos frente a frente. Niall fez um carinho em meu cabelo, passou a mão sobre as mechas, principalmente a descolorida.

_ Eu me inspirei em você. Eu sempre quis mudar, mas eu não queria que...​_ eu engoli em seco._ eu morria de medo de chamar atenção para mim.

_ Você não queria que as pessoas olhassem demais para você, com medo de que percebessem que você era gay? Como quando era criança e foi repreendido?

_ Quanto mais eu fui crescendo, mais eu fui entendendo o porquê das repreensões da minha mãe, e até mesmo da Doniya, os olhares do meu pai, as piadas dos meus primos. Por isso que quando me tornei adolescente eu só queria ser normal, até invisível.

Niall enxugou as lágrimas que eu não consegui conter.

_ Não que eu esteja reclamando por ter me contido. Foi seguro para mim, principalmente no colégio, que minha cor, minha cultura e meu nome já chamavam atenção suficiente. Eu tive minha cota de xenofobia. Ser praticamente invisível me blindou de sofrer bullying por ser uma bicha afeminada também. Eu via como era com quem não conseguia se camuflar como eu, ou que não queriam se esconder, que tinham força para resistir.

Niall fez um carinho em minha bochecha e então beijou meus lábios, quando ele se afastou, passou os dedos gentilmente em meus cabelos e então subiu a manga da minha blusa de frio, com cuidado, expondo minha tatuagem nova e muito colorida, que eu havia envolvido outra vez em um plástico após Andrew tirar a foto que enviei para Niall.

_ Você não está mais com medo?

_ Até te conhecer, até saber que tinha alguém próximo a mim, disposto a me ouvir, entender, que mesmo também estando no armário, me confessou que era bissexual, até esse momento eu estava aterrorizado com a ideia de passar por tudo isso sozinho. Eu ainda não quero ser julgado, ainda não quero que as pessoas usem minha sexualidade como ofensa ou xingamento, mas agora eu sinto como se eu pudesse finalmente viver, como se finalmente um peso saísse do meu peito e eu pudesse respirar. Eu me sentia descolado do mundo, como se vivesse em paralelo, sozinho, mas agora eu sinto que faço parte dele, eu quero fazer parte dele.

PLAYING WITH YOUOnde histórias criam vida. Descubra agora