Parte 24

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No dia seguinte, enquanto Pran caminhava até a garagem da casa vizinha, ele viu Pat parado, em pé, secando as mãos na roupa, ajeitando a camisa, parecendo ansioso. Quando viu que Pran estava chegando, ele sorriu e as pernas de Pran tremeram um pouco.

Eles se cumprimentaram sem se tocar.

Pa sentou no banco da frente como sempre fazia e os dois sentaram juntos atrás.

O celular de Pran vibrou e era uma mensagem de Pat: "Sentiu minha falta?" Ele tentou conter seu sorriso e olhou enfadado para o lado.

Seu celular vibrou novamente: "Não adianta disfarçar, sua bochecha te dedurou!"

Pran desligou o celular, virou para o outro lado e ficou sorrindo para a paisagem que passava pela janela.

Na escola, eles trocavam olhares discretos a todo momento sem que ninguém percebesse. Talvez Chang, se ele ainda vigiasse Pran, mas desde o acontecido, ele mantinha distância de dele e principalmente de Pat.

A mão de Pat estava bem melhor e quase não era possível enxergar o leve tom arroxeado nos seus dedos. Somente Korn percebeu.

A fofoca da escola ainda era a surra de Chang e Pat queria saber tudo o que o pessoal comentava. No momento em que Korn e Pat ficaram sozinhos, o amigo apontou para a marca e perguntou o que tinha acontecido.

A única informação que Korn tinha era de que Pat e Chang tinham brigado uma vez depois de um jogo e Pran e Wai tiveram que separá-los. O amigo nunca contou o motivo da briga, mas como a amizade se fortalece na confiança, Korn passou a odiar Chang também.

Pat tentou disfarçar seu contentamento e Korn entendeu sem precisar de numa informação a mais. Ele passou o braço pelos ombros de Pat, cumprimentando pelo estrago feito e eles riram.

Pran passou por eles e esbarrou com força nos dois e não se virou para pedir desculpas. Pat se livrou do braço de Korn, que xingava Pran. Ele parou, se virou e deu o dedo do meio para os eles e seguiu seu caminho. Pat segurou Korn e o levou para outro lado.

Pat ficou apreensivo o resto do dia, porque toda vez que tentava conversar com Pran, alguém aparecia. Além disso, Wai não desgrudava dele em nenhum momento.

Em um dos intervalos, Wai falava de alguma coisa e Pran não prestava atenção, pois remoia suas ações, ele estava sendo bobo? Pat gostava dele, certo?

"Então, você topa? Pran?"

"Desculpa, o que? Eu não ouvi..."

"Você está em outro planeta hoje!" Wai o encarou e Pran sorriu sem graça "Eu estava falando para a gente formar uma banda e tocar no festival da escola, já arrumei todos os integrantes, só falta você aceitar ser o guitarrista e nosso vocalista!"

"Ah, eu não sei! Por que você não chama o Korn?" Pran ficava tímido de tocar e cantar em público, até com sua familia era embaraçoso.

"Não! Korn, não! Ele é estúpido, faz piadas idiotas o tempo todo, está sempre grudado em Pat também! Se ele tocar com a gente, sendo amigo do Pat, um monte de garotas vão ficar correndo atrás deles e a gente vai ter problema depois!"

Pran sentia raiva tanto quanto Wai e se sentiu contagiado pelo sentimento do amigo.

"É verdade! Quando a gente começa a ensaiar?"
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Durante o treino, Pat, que estava no time reserva junto com Pran, jogava olhando para trás o tempo todo. Pran estava no gol e fingia não se importar com os olhares do vizinho.

"Você não joga na defesa, Jindapat!" O treinador irritado gritou "Ou presta atenção no jogo ou vai pro chuveiro!"

Ele o advertiu e Pran sorriu debochado. Pat ficou bravo e chutou a bola com força, acertando um colega sem querer. Ele nem precisou terminar de ouvir o que o técnico dizia e já se retirou do campo.

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