“Ohhh! Está doendo muito?”
Pran tentava manter uma feição neutra cada vez que uma garota se aproximava de Pat, tocava seu braço e juntava as mãos na frente dos peitos ou cobria a boca antes de ficar com esses gemidinhos chorosos e oferecidos.
Pran se lembrava da última briga em um jogo e que as garotas fizeram a mesma coisa. Na época, View tocou na barriga dele, mas dessa vez, Pat estava pendurado sobre seus ombros e era a mão de Pran que o amparava pela cintura. Por mais que seu rosto parecesse impassível, era inevitável apertar a barriga de Pat a cada interação dele com as garotas.
Ele sorria acanhado para elas, mas não se afastava de todo. Seu jeito exibicionista falava mais alto em alguns momentos.
"A gente tem que ir para a sala!" Pran falou sério quando uma delas fez menção a tocar na coxa do seu namorado.
Apesar de Pat ter um par de muletas, ele tinha dito que preferia ir agarrado em Pran, que achou a ideia boa quando foi sugerida, mas agora se arrependia profundamente.
Pran o arrastou pelo corredor até a sala e o deixou cair na cadeira. Pat resmungou e se calou assim que viu o olhar fulminante do namorado e percebeu que tinha ultrapassado o limite.
No entanto, isto não queria dizer absolutamente nada e ele adorava provocar Pran.
Pat se curvou e colocou a mão sobre a bota que o imobilizava e deu um grito contido (e fingido) de dor e Pran correu até ele para ver se estava tudo bem, se ajoelhando na sua frente e Pat riu.
"Por que você é assim, Pat?" Pran se levantou irritado.
_______________O bom humor de Pat se esgotou assim que soube que estava fora dos jogos finais do semestre. Depois disso, ele foi proibido pelos seus pais de continuar na banda. Ele dizia que podia tocar, mas seus pais insistiram para que ele não se esforçasse, assim a recuperação seria mais rápida.
Os amigos tentavam consolá-lo, mas Pat tinha ficado com humor péssimo. Além de não poder continuar com as atividades de que gostava, Pat precisava esperar até o final da tarde para que sua mãe viesse buscá-lo.
Entediado, sem nada para fazer e irritado por não poder estar em campo (até assistir o treino o deixava emputecido), Pat mancou até o auditório da escola, que era o lugar onde o ar condicionado funcionava melhor por causa dos ensaios do grupo de teatro.
Pran o acompanhou até lá antes de ir para o treino e fechou a cara ao ver que um grupo de meninas ficou olhando para seu namorado, sorrindo e acenando. Pran apertou o ombro de Pat com um pouco mais de força ao se despedir.
_______________Wai vinha pelo corredor, seguido por Korn e Pran, que tinham acabado de sair do treino e eles conversavam empolgados sobre o próximo jogo. Quando Wai parou de repente na entrada do auditório, Korn trombou nas suas costas. Pran, que vinha logo atrás, sorriu dos dois bobocas, mas seu sorriso morreu assim que viu Pat no palco, de frente com View.
Wai e Korn se viraram para Pran, que alongou o pescoço, sorriu e acenou para o namorado. Seu sorriso forçado não enganava a nenhum deles e mesmo Pat, àquela distância, podia perceber a irritação dele. Pat acenou de volta.
Korn ajudou o amigo a descer os três degraus do palco e Pran o encarava sem piscar.
“Você deveria fazer pouco esforço, Pat! Recomendação médica.” Pran falou para o namorado, porém mantendo contato visual com a aluna responsável pelo grupo de teatro.
“Ele não vai fazer esforço!” Ela disse “A gente precisava de um novo protagonista. Ele vai ser um cliente, a gente consegue adaptar para ele ficar sentado. A história é sobre ele se apaixonar pela View, que é a cantora do bar.”
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Tic Tac Toe Bad Buddy Multiverso
FanficE se Pat e Pran fossem criados juntos? E se não houvesse brigas entre as famílias? Essa história começou com um pensamento aleatório e foi tomando forma e crescendo dia a dia e eu não consegui ignorar. Tic Tac Toe, ou Jogo da Velha, é uma brincadei...