Parte 80

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Ming arrumava alguns documentos no escritório quando o filho entrou.

“Pai, eu queria conversar sobre uma coisa...” Pat disse, enquanto fechava a porta.

Ming começou a suar frio, será que seu filho queria ter aquele tipo de conversa? Ele nunca tinha pedido para conversar a portas fechadas. O que mais eles tinham para conversar sobre aquilo? Tudo já havia sido explicado pela mãe quando ele começou a namorar a garota, não foi? Contudo, agora ele namorava um garoto, será que tinham surgido outras dúvidas? Ming não fazia ideia de como poderia ajudar se fosse esse o problema do filho.

Pat encarava o pai, que tinha o olhar perdido na parede atrás dele, seu rosto estava pálido e mantinha uma mão sobre o coração.

“Pai?” Pat perguntou apreensivo.

Ming respirou fundo e olhou para o filho.

“Sim, o que você precisa?” Ming sentia sua pulsação acelerar.

“Eu queria saber se… bom… eu e o Pran…”

“Ok. Sim, ok! Você e Pran, sim, ok, pode falar.” Ming sentia o suor escorrendo pela sua cara.

Pat tombou o rosto de lado, confuso com a forma como o pai falava.

“Então, nós vamos para faculdade ano que vem e eu queria saber se eu poderia ter um carro.” Pat falava devagar porque nunca tinha visto seu pai tão pálido.

“Graças a Deus!” Ming suspirou, caiu sentado na cadeira e sorriu para o filho.

“Isso significa que sim?” Pat ficava cada vez mais confuso com as reações do pai.

“Era sobre isso o que você queria falar? Ótimo! Eu vou ver com a sua mãe…”

“Se eu tiver um carro, fica mais fácil para gente vir para casa visitar vocês.” Pat estava incomodado com o sorriso afetado do pai “Sobre o que o senhor achou que eu iria falar?” Pat perguntou e viu o rosto do pai passar do vermelho ao roxo em uma fração de segundos.

“Nada, eu não sei. Eu vou ver sobre o carro.” Ming tirava os papéis de uma pilha e colocava em outra e depois devolvia para a anterior.

“Pai, não precisa se preocupar, eu e o Pran já sabemos muita coisa por causa da escola e das conversas com a mamãe.” Pat riu ao perceber a aflição dele.

“Eu não sei do que você está falando.” Ming disfarçou e apontou para a porta “Eu tenho muita coisa para fazer, é melhor você sair.”

“Pai!” Pat o chamou já do lado de fora do escritório “E a gente descobriu muita coisa junto também.” Ele riu e fechou a porta.
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Era o dia da festa de aniversário dos meninos e, além das famílias, estavam presentes Ink, Safe, Louis, Korn, Wai e sua mãe, Tio Zao e as gêmeas.

Pran se sentia bobo por ter medo das garotas e não conseguiu dizer não para Pat, que insistiu para as gêmeas participarem. Estranhamente, ele era afeiçoado às meninas e Pran teria que enfrentá-las. Como naquele dia eles fariam um churrasco ao ar livre e ao meio-dia, ele acreditou que não seria tão assustador assim.

Quando eles chegaram, Ming já havia tomado algumas cervejas e abraçou Tio Zao e o levantou do chão. Pat sorriu ao ver o constrangimento e alegria dele. Ele observava essa interação e se sentia contente porque, desde que conhecia Korn, era a primeira vez que Tio Zao estava enturmado com pessoas com a idade próxima a dele.

As gêmeas correram até Pat, que as pegou, cada uma com um braço, e as ergueu no ar enquanto elas beijavam o seu rosto. Pran respirou fundo e sorriu para as garotas.

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