Parte 13

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Aviso:

Esse capítulo contém cenas de manipulação emocional e abuso sexual.

Se você não se sentir confortável com esse tipo de narrativa, por favor, não leia.

Vou deixar um resumo no final para que você possa acompanhar o desenvolvimento da história.

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Pat se gabava de que iria ao cinema com Ink naquela tarde e os seus amigos vibravam por ele, sua torcida era para que a história chegasse até View. Ninguém precisava saber que Pa também estaria lá.

"Você vai pegar todas as garotas da escola?" Alguém gritou no meio do caos que eles faziam e todos riram.

"Só as mais bonitas!"

Pran ouvia toda essas coisas e seu estômago embrulhava. Por que ele se sentia assim? Por que seu corpo reagia dessa forma? Ele não gostava de Pat, ele dizia a si próprio. No entanto, seria legal ir ao cinema com ele. Não, ele não deveria pensar nisso. Ele não conseguia respirar direito e saiu da sala.

Mais tarde, na sua casa, Pran estava sobrecarregado com tudo o que vinha acontecendo na sua vida. Em que momento tudo se transformou nesse caos? Até alguns dias atrás, ele sabia como era sua vida e todos os passos da sua existência pareciam definidos, organizados. Agora ele não era capaz nem de dizer quem ele era de verdade. Onde ele tinha se perdido? Ele tentava colocar ordem nas suas emoções.

Seu primeiro pensamento foi admitir que nunca se sentiu atraído por Ink. Havia uma certa admiração e carinho, mas ele nunca se excitou com ela. Nem com View ou qualquer outra garota da escola. Era comum elas o abraçarem e ele sentia desconfortável por causa do toque e da proximidade, como se invadissem seu espaço, entretanto ele não se lembrava de nenhuma vez ter tido vontade de estar com elas.

Por outro lado, era sempre constrangedor trocar de roupa com os outros garotos. Ele nunca olhava para os lados. Nunca.

Suas mãos começaram a tremer e ele queria conter suas lágrimas.

Era tão óbvio.

A imagem de Pat no seu sonho apareceu de novo e em sequência a visão dele de cueca na janela, da musculatura do seu abdômen, e Pran lembrava do banho frio.

Ele recordava de todas as vezes em que se preocupou com Pat, de como ver alguém bater nele o afetou, como sentia ciúmes dele flertando e provocando View e depois com Ink. Ele precisava admitir para si mesmo que queria estar no lugar delas.

Seu estômago doeu ainda mais ao pensar nisso, sua cabeça rodava. Ele não podia gostar de Pat. Não era somente perceber que ele se excitava com homens, o pior é que ele queria Pat. Pat com seu sorriso bobo, Pat que se espalhava na cama e babava em Nong Nao, Pat que tinha medo de escuro e de fantasmas, Pat que era um grande babaca exibido.

O barulho da campainha interrompeu seus pensamentos.

Pran foi até a porta e era Chang.

"Oi! Eu vi você sair apressado hoje e fiquei preocupado."

Chang parecia saber quando ele não estava bem e foi a primeira pessoa a ver Pran como ele realmente era. Pran se sentia perdido e precisava conversar. Chang parecia confiável, afinal não contou para ninguém o que descobriu sobre ele.

"Eu não estava me sentindo bem. Você quer entrar?"

"Você está sozinho?" Chang perguntou enquanto passava pela porta.

"Sim, meus pais estão na loja."

"Você quer conversar sobre o Pat ir ao cinema com Ink?"

Novamente, ele sabia o que se passava no coração de Pran. Por que ele o via de maneira tão transparente?

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