Parte 2

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Naquele ano, os pais decidiram fazer uma viagem para acampar.

Os dois meninos sempre sonharam com isso e se imaginavam tendo várias aventuras no meio da floresta, mas realizar isso estando juntos parecia um castigo. Para piorar, os pais alugaram uma van para irem todos como uma grande família feliz.

Pat se sentou no último banco, junto com algumas malas, e Pran queria ir no banco da frente. Pa começou a fazer birra pelo lugar e o pai dele o mandou sentar ao lado do amigo.

"Fecha as pernas!"

Pran chutou o pé do outro antes de se jogar no banco.

"Eu já estava aqui, você que se esprema aí no seu canto."

Pat abriu as pernas novamente, empurrando Pran para o lado. Sua tentativa de conter o avanço do inimigo sobre seu território recém conquistado foi em vão. Ele estava esmagado entre o vizinho e as malas. Quando percebeu que havia perdido seu espaço, Pran desistiu e colocou as pernas esticadas para o lado das bagagens, cruzou as mãos atrás da cabeça e se jogou em Pat, como se ele fosse uma almofada gigante e desconfortável.

"Saí, Pran!!! O que você está fazendo?"

"Estou tentando relaxar."

Pat tentava empurrá-lo, mas Pran enfiava o cotovelo no seu nariz. Eles ficaram nesse embate até que uma das mães gritou para que eles se comportassem e jogou um travesseiro para cada.

Pat desistiu, encostou o travesseiro na janela e tentou disfarçar seu incômodo. Ele se virou um pouco para se afastar do cotovelo de Pran, deixando seu peito livre para que ele deitasse. Pran sorriu vitorioso e se espreguiçou confortavelmente no peito do outro, deixando o seu travesseiro no colo.

O trânsito lento, o calor, aquele balançar do carro, tudo isso era como um convite ao sono e não demorou muito para que os dois dormissem. Pran tinha uma de suas mãos sobre o travesseiro e a outra havia escorregado entre as pernas de Pat.

Pat sonhava com View, a garota mais bonita da escola, ele a abraçava pela cintura, enquanto ela apoiava a cabeça no seu peito. O cheiro dos seus cabelos era enlouquecedor e ele sentia que sua virilha respondia a esse perfume. View ria para ele e suas covinhas eram encantadoras. Mesmo no sonho, Pat tentava lembrar se ela tinha covinhas, porque não parecia certo, mas logo ele esqueceu porque View desceu sua mão entre as pernas dele e ele ofegou.

Pran não sabia quem o abraçava, porém a sensação de aconchego era maravilhosa, ele poderia passar o resto da vida ali. Essa pessoa era forte e quente e o corpo de Pran começava a reagir à respiração que batia no seu pescoço. Ele teve vontade de rir e acordou.

Pat envolvia sua cintura com um dos braços e estava com a boca levemente aberta, respirando profundamente perto da sua orelha, soava quase como um gemido e Pran o encarou por um tempo ainda sonolento, sem saber onde estava. Ele tentou se levantar sem acordar o outro e percebeu que sua mão apertava a coxa de Pat e havia um certo volume nas calças dele tocando seu antebraço.

Pran se ergueu rápido, assustado, e Pat acordou. Ele o olhava com supresa e tantava limpar a saliva no canto da boca. Demorou pouco tempo para ele perceber que não era View quem o tocava e ele pegou seu travesseiro e colocou sobre o colo, fechando as pernas, se virando para frente. Os dois continuaram assim o resto da viagem.

O local do acampamento era tudo o que eles imaginavam, tinha uma floresta, um lago, uma área para churrasco e eles passaram a tarde brincando e nadando. Pa ficava grudada em Pran com medo de se afogar e ele dizia que estaria sempre ali para salvá-la.

Pat jogava água nos dois. Pa tinha que pedir para o irmão salvá-la, não para aquele idiota da casa do lado. Era ridículo ela ficar pendurada no pescoço dele a tarde toda!

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