Os dedos de Pran estavam emaranhados no cabelo de Pat, que cochilava deitado no seu peito. Ele queria levantar e se limpar, mas não tinha coragem de acordá-lo. Pran o apertou entre os braços e tentava se acalmar.
Tinha sido uma noite muito agitada por toda aventura de pular janelas e ter feito tudo o que fez com seu namorado. Ele se sentia incrível porque o toque de Pat era sempre gostoso e acolhedor, não havia desconforto, somente um pouco de timidez. Pran cheirou os cabelos de Pat e o beijou na testa; ele se remexeu, mas não acordou. A felicidade e a sensação de relaxamento tomavam conta de Pran, que se deixou levar pelo sono.
Quando a energia voltou, as luzes vindas das carinhas felizes do quarto de Pran iluminaram o quarto de Pat e os dois reclamaram e resmungaram ainda adormecidos. Pat se acomodou melhor no peito de Pran e sua mão subiu até o pescoço dele e, sem querer, sua unha raspou a pele do namorado, que acordou. Eram quase três horas da manhã e ele precisava ir embora antes que alguém os visse.
A movimentação do namorado fez Pat acordar e reclamar, pois não queria deixá-lo sair dali. Pran sabia que precisava voltar para o seu quarto, por isso a sua briga interna foi maior do que a pequena discussão que teve com Pat.
“Eu vou com você! Para ter certeza de que não vai acontecer nenhum acidente!” Pat dizia encostado na janela.
“Não, você fica! Eu consigo ir sozinho!” Pran teimou e o outro teve que aceitar.
Enquanto andava sobre os tijolos, sentindo o vento fresco e úmido da madrugada, Pran pensava que deveria ter continuado na cama com ele. Antes de se esticar até seu quarto, Pran olhou mais uma vez para Pat, que parecia angustiado na janela. Ele mantinha as mãos apoiadas no beiral e metade do seu corpo estava para fora, se contendo para não segui-lo.
Assim que entrou no seu quarto, Pran se virou e deu tchau para Pat, que parecia aliviado por ele ter chegado em segurança e triste pela distância. Ele deu seu maior sorriso, com muitas covinhas e Pat retribuiu com o sorriso gigante até seus olhos sumirem.
Pran coçava o pescoço onde a unha dele tinha raspado sua pele, o local ardia um pouco, mesmo assim sua alegria não tinha diminuído.
Por estar longe do namorado, ele sentia uma necessidade grande de se limpar, porque seu corpo estava suado, grudento e pegajoso ali embaixo. Ele tirou o pijama, ficando somente de cueca e andou em direção ao banheiro, mas tropeçou na cama e xingou baixo, não tinha sido um chute forte, mas doía e ele resmungava.
"Pran!" Seu pai bateu muito levemente na porta e o chamou baixinho "Filho?"
Pran não sabia o que fazer, mas seria melhor abrir logo antes que sua mãe acordasse. Ele destrancou a porta e a entreabriu, se escondendo atrás dela para que seu pai não visse sua condição.
Quando seu pai ouviu a porta ser destrancada e o filho tentando se esconder atrás dela, sem camisa, ele agradeceu por não estar tão claro no corredor, pois sentiu seu rosto ficar vermelho.
"Está tudo bem? Eu ouvi você... é... reclamando."
"Eu chutei a cama sem querer. Desculpa se te acordei!"
"Não, você não me acordou, eu fui beber água! Sua janela está fechada? Eu tive a impressão de ter visto um vulto passando, pode ser o morcego de novo."
"Está fechada sim, pai!"
"Está tudo bem mesmo? Seu pescoço..."
"Eu me arranhei sem querer!" Pran rezava para que seu pai fosse embora, quanto mais nervoso ficava, mais ele suava e sentia o cheiro de Pat exalando por todo o quarto. Talvez fosse coisa da sua cabeça, mas ele não queria correr o risco do pai descobrir.
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Tic Tac Toe Bad Buddy Multiverso
FanficE se Pat e Pran fossem criados juntos? E se não houvesse brigas entre as famílias? Essa história começou com um pensamento aleatório e foi tomando forma e crescendo dia a dia e eu não consegui ignorar. Tic Tac Toe, ou Jogo da Velha, é uma brincadei...