Parte 55

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Pran alisava os cabelos de Pat, que descansava a cabeça sobre seu peito e tentava entrelaçar suas pernas às dele. O peso do corpo de Pat sobre o seu era sempre reconfortante; ele não era pequeno e nem delicado, mas essa proximidade deixava o espírito de Pran mais leve.

“Você viu o jeito como eles olharam para mim?” Pran murmurou e Pat ergueu um pouco a cabeça e negou “Parecia que eles estavam me olhando pela primeira vez.”

“Eles precisam de um tempo para assimilar.” Pat tentou amenizar o desconforto do namorado.

“Sabe, a impressão que eu tive é que eles estavam procurando… eles queriam ver se eu tinha algum comportamento gay.”

“Pran! Você está pensando demais de novo!”

“Eu não sei explicar direito, mas parece que eles estavam analisando se era um problema eu ter te chamado para vir ao meu quarto, se isso era uma coisa gay ou não. Igual quando eu chegava perto da Pa e sua mãe me olhava estranho. Eu não sei explicar.”

“Por isso você falou que eu sabia?”

“Sim. Tipo, quando você soube sobre mim, você continuou vindo até meu quarto e a gente conversava e gente meio que… ficou mais amigo. Amigos podem ficar no mesmo ambiente sozinhos, sabe?”

“No começo eu só queria ser seu amigo mesmo.” Os dois riram e Pat cheirou o namorado.

“Do mesmo jeito que sua mãe se preocupava com a Pa perto de mim, tenho receio deles começarem a se preocupar com você ou o Wai perto de mim.”

“Eu vou falar para eles proibirem o Wai de vir aqui.” Pat nem bem terminou de falar e Pran puxou de leve o cabelo do namorado, que riu.

“Eu estou falando sério, Pat!”

“Eu sei.” Ele suspirou “E eu também.”

Pran o beliscou dessa vez e o empurrou sem colocar força e Pat nem se moveu.

“Imagina a loucura que deve estar na cabeça do meu pai agora.” Pran riu sem vontade “Ele pensa demais."

Pat tentou segurar sua risada e Pran revirou os olhos.

“Tal pai, tal filho!”

Pran levantou irritado e Pat se sentou na cama, apreensivo.

“Eu estou falando sério, Pat! Para de ficar fazendo piada com tudo!”

“Você já abriu o jogo com eles, Pran! O que mais você pode fazer? Não existe um jeito de você fazer seus pais pensarem como você quer. Só me dá um tempo e a gente deixa tudo mais claro pra todos eles. Deixa eles pensarem o que quiserem agora.
Relaxa um pouco porque esse final de semana já foi bagunçado demais!”

“É fácil para você falar! Não foi você quem… não é de como você se masturba que toda família está falando agora. Não é você que recebe olhares atravessados por levar alguém para o quarto.”

“Minha mãe gritou comigo na frente de toda família e da View quando ela foi jantar em casa, eu sei como você se sente.” Pat retrucou “E quando meu pai me viu com o Korn… no dia que a gente assistiu o filme… aquele lá… juntos, é… foi bem ruim.”

“Seu pai viu? O que seu pai viu?” Pran estava chocado com a história e um pouco desconfiado. Ele ainda acreditava que os dois haviam se tocado e Pat não queria admitir.

“Eu acho que o som estava meio alto.” Pat falou e seu rosto todo ficou vermelho “A gente não ouviu ele chegar, mas ele ouviu… ele ouviu o que a gente estava assistindo. Aí ele abriu a porta do quarto do nada, sabe? Foi horrível.”

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