Bel

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—Eu já falei para parar com isso.—Mal reclamou, cruzando os braços sobre o ventre enquanto encarava a prima de Ben, que apertava a barriga dela com curiosidade de sentir o bebê mexer, como sua mãe disse que faria.

—Mal... como pode estar tão ansiosa para ter um bebê se não consegue ser paciente com uma criança de sete anos?—A tia de Ben perguntou. Bela ergueu o olhar do livro, sabendo que Mal tinha a coragem de dar a respostinha mal criada que ela nunca pode dar. Sua cunhada não era nada legal.

—Graças aos céus minha filha vai nascer sem personalidade definida e eu e o Ben vamos dar educação para ela. Ou talvez o mínimo de respeito.—Revirou os olhos, esticando as pernas no sofá para que seus pés ficassem sobre as coxas da sogra.

Elas trocaram um olhar cúmplice com a tirada da frase, e Ben as olhou em repreensão.

—O que Mal quis dizer é que quando Mary a aperta desse jeito, dói nela e incomoda a bebê. Além disso, eu já tinha pedido para ela parar... podia, por favor, pedir para que ela pare?—Ben pontuou.—Acho que sete anos é uma boa idade para entender.

—Eu acho que não precisa desse escândalo todo.—Adam reclamou, sentado no sofá oposto ao lado da irmã, observando o exato momento em que a garota de cabelos púrpura revirou os olhos e ligou o telefone.—Bela não tinha toda essa frescura quando estava grávida.

—Eu senti dor a gravidez toda, Adam.—Debateu a mulher com o livro.—Mas você estava ocupado demais trabalhando.

Mal e Ben trocaram o olhar que costumavam trocar a distância no colégio quando havia alguma informação a ser trocada. Não gostavam de dizer que era a super fofoca - como realmente era - mas uma disseminação de informações relevantes. Provavelmente comentariam sobre isso mais tarde: Ben com uma taça de vinho e ela com uma taça de suco de uva, que vinha tomando para não se prejudicar.

—Mary, filha, por que não vai brincar com seu irmão?

—Não quero. Você disse que a Sofia ia mexer quando eu colocasse a mão.—A menina reclamou, revirando os olhos.

—Sofia?—Bela perguntou, desviando o olhar entre a menina e sua mãe.

—Bom... pensei que talvez Ben fosse homenagear a vó dele, minha mãe, mãe do pai dele. Se não fosse ela, ele não existiria, não é mesmo?—Ela deu uma risada nervosa e sem graça, mas Adam manejou a cabeça em concordância.

—Pois pensou errado.—June resmungou.

June era a cópia perfeita de Ben, mas tinha o jeito desleixado do pai. Não fora criada na esperança de herdeiro e de filho perfeito, e não tinha boas relações com Mal - cá entre nós, sua mãe tratava Mal melhor do que jamais a tratou a vida toda - mas era grande menina prodígio e contava histórias engraçadas na mesa de jantar. Tinha acabado de completar seus quinze anos, e era a irmã do meio, vindo antes apenas de Luca, o menininho de nove anos que se parecia tanto com Ben. Mal as vezes o olhava para ver como seria se tivesse um filho menino de Ben.

—Ela vai se chamar Ellie. A Mal que escolheu.—Luca comentou, empilhando os blocos do jogo para que ele é sua irmã apostassem para ver quem os derrubaria primeiro.—É um nome de princesa.

—Sofia é um bom nome, deveria considerar, Ben. Não vai parecer que sua filha é uma mestiça da ilha.

Mal bufou, se levantando ao ver o sorrisinho satisfeito de Jacque, vendo que a tinha irritado. Caminhou até o quarto de Ben e bateu a porta atrás de si.

—Qual é o seu problema?!—Bela berrou, se levantando também.—O mundo não gira em torno de você. O nome do bebê não tem que ser o que você escolheu. Se queria uma homenagem, porque não deu o nome da SUA filha de Sofia? É um nome fraco, comum e sem vida. Sem educação poderia combinar também.

going crazy - História malenOnde histórias criam vida. Descubra agora