can't catch me now

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—Tem sorte por eu não te estrangular aqui mesmo. Mas não quero traumatizar a criança.—Hades comentou, sentado na sala de espera, encarando a senhora ao lado dele que acabara de questionar o porquê de ele não estar algemado.

—Tia, você tinha falado pro meu vovô Adam que ia embora.—Ellie lembrou inocentemente. Era muito nova para entender ironia e por isso não a usava. O comentário era doce como se para lembra-la de que não deveria estar lá.

—Estou acompanhando vocês. E ela está comigo.—Adam murmurou na parede distante, afastado de Hades para que não saíssem na mão no meio do hospital.—Ela vai pedir desculpas para Bela.

—Por querer matar a Mal, por ser sua amante, por ter feito você perder momentos da nossa vida, por ela ter que fazer tudo sozinha, ou o que, exatamente?—O rei

—Papai, eu quero ir para casa.—Bocejou a princesa.—Me deixa dormir com você e a mamãe. Eu faço ela sarar.

Ben piscou, encarando a criança que se sentava de pernas cruzadas no chão.

—Você pode sarar a mamãe?—Questionou.

—Você ia gostar?

—O que?

—Você nunca gosta quando eu ou a mamãe usamos magia.—Suspirou a pequena.—Você briga. Eu fico triste. Mamãe disse que não devo usar.

O homem bufou, chateado. Não gostava quando elas usavam magia, mas não por ser magia em si. Por deixa-las debilitadas apenas por diversão ou praticidade.

—Ben, não.—Hades alertou.—Se Mal que tem experiência, fica fraca e desgastada, imagine uma criança como ficaria depois de uma magia tão forte. Eu já estou aqui, deixe que eu cuido disso.

—E quem garante que ele vai mesmo fazer isso?—A Fada comentou.

—Ela é minha filha. Minha caçula. Acha mesmo que eu a deixaria morrer?—Piscou ele, se levantando.—Você que é considerada uma heroína boazinha deixaria. Você, —Apontou a Adam—Que era para ser o príncipe perfeito, traiu sua mulher, cá entre nós, gostosa, e ainda foi com uma mau caráter.

—Você falou o que da Be-

–Pai, chega.—Benjamin resmungou.—Não era para você estar aqui. Não vê que estamos em família? Mamãe está aqui, Mal, meu sogro e minha filha. Você não é bem vindo aqui. Fada madrinha, me perdoe pela falta de educação, mas a senhora é ainda menos bem vinda. Acha que pedir desculpas apagaria tudo que a minha mãe sofreu? Está enganada. Vá embora.

FLASHBACK ON

—Eu posso ficar aqui com a senhora?—A vozinha sussurrou no escuro.—Sei que eu sou grande e que devo dormir na minha cama, mas...

Bela soluçou, se encolhendo entre as cobertas na cama. Ajeitou o travesseiro, encarando o menininho que segurava sua manta, parado já soleira da porta como um fantasma sonolento de cabelos louros e pijama azul de carrinho.

—...mas eu não quero que fique triste e sozinha aqui.—Insistiu ele.

—Não estou triste.

—Está chorando.—Afirmou o garoto.

Benjamin tinha oito anos. Era um menininho prodígio e gentil, amava ler e vivia grudado e escondido atrás das saias dos vestidos da mãe, no castelo. Sempre com a cabeça baixa, evitando contato com os outros, usando roupas da realeza e mantendo seu cabelo lisinho escorrendo pela testa.

—Okay, você venceu. Vem aqui.—Ela bateu na cama, ao lado dela.—June dormiu?

—Sim.

—Olhe, eu...

going crazy - História malenOnde histórias criam vida. Descubra agora