A Blonde Little Girl

939 31 8
                                    

Mal olhou para o céu, vendo a lua próxima das nuvens carregadas, mesmo que ainda de dia. Estava frio e o vento gelado batia em seu rosto. A previsão era de neve durante a tarde, mas durante aquela manhã, ela só queria aproveitar o livro que lia na varanda de seu apartamento no campus da faculdade.

Se encolheu quando bateu mais uma rajada de vento, e puxou a manta um pouco mais para cima do sofá, colocando o livro mais próximo do rosto para que pudesse enxergar as letras.

Lia um livro que pegou na biblioteca particular de sua sogra, que tinha uma grande coleção de livros raros e até alguns salvos durante a segunda Guerra mundial em que Auradon também lutou.

A campainha tocou, mas ela sabia que não era a Evie, Evie tinha a chave de casa.

Então, quem quer que fosse, não atrapalharia sua leitura.

Voltou a ler, se concentrando nas linhas enquanto a campainha tocava outra e outra vez.

Mas desviou o olhar quando seu celular apitou, acendendo a tela. Ela sabia de quem era a mensagem, apesar de não saber quem era o inconveniente na porta.

As notificações de Benjamin, o menino fera, eram personalizadas em seu telefone roxo.

"Levante e abra a porta. Eu sei que você está em casa! :("

Ela sorriu.

"Você pode simplesmente abrir a porta, Ben. Só tem eu aqui. Não vou sair de baixo das cobertas, eu vou congelar."

Mal gargalhou ainda mais quando ouviu a porta ranger e abrir. Seu noivo cruzando pela porta com os olhos claros reluzentes e o cabelo loiro brilhante.

—Não acredito que não quis dar cinco passos para abrir a porta para o amor da sua vida.—Ele fingiu decepção ao ver a menina de cabelos púrpura deitada no sofá da sacada.

—Odeio frio.

A ilha dos perdidos foi gelada durante os dezesseis anos de sua vida. De alguma forma, o clima lá não funcionava como deveria, e nunca sequer havia visto sol naquele lugar imundo. Agora, com dezenove anos, o que Mal mais amava em Auradon era o sol.

—Eu sei.—Ben sorriu, se ajoelhando ao lado do sofá para olha-la.

Malie Bertha era a menina mais linda que o rei já havia visto. E ele gostava de admirar isso sempre que estavam juntos.

—Não foi a aula hoje. E minha mãe disse que você estava estranha.—O garoto pontuou, vendo a noiva fechar o livro e revirar os olhos.

—Em primeiro lugar, ninguém merece ir ao colégio quando se faz dois graus durante a manhã.—Ela juntou as sobrancelhas com indignação. —Depois, eu não estava estranha, estava sem reação.

—Por...?

—Sua mãe me chamou de "filha", mais cedo.

—E?

—Eu só... eu nunca tive uma figura materna. Sempre vi sua mãe como uma, porque desde que começamos a namorar, é ela quem se importa comigo como se fosse uma mãe. E, sabe o que ela me chamar de filha quer dizer?

—Hum?

—Que ela também me considera assim. Ela também sente isso, essa conexão.—Ela suspirou.—E eu pensei nisso na hora, mas fiquei sem jeito, não sabia como reagir. Eu amo muito sua mãe. Ela parece minha mãe também.

Ele ficou em silêncio. Realmente não sabia o que dizer a respeito, porém ainda sorria quando Mal decidiu se sentar, deixando a manta cair para seu colo, revelando a fina camisola amarela que ela vestia para cobrir o corpo.

going crazy - História malenOnde histórias criam vida. Descubra agora