mother

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—O senhor é o pai?

—Sim, eu...

—Achei que a mãe viria buscar.—A loira comentou, colocando a menininha dele nos braços enquanto ela abria os bracinhos para ele, pedindo colo.

—Ela... ficou indisposta. Primeiro dia de aula da Ellie. É comum?

—Sim. Eu...—A mulher entregou a criança no colo do rei, vendo a menina abraça-lo com cuidado.—Vejo isso o tempo todo. As mães e as crianças abaladas com o primeiro dia. Devo dizer que sua filha se saiu muito bem, apesar de ter ficado tímida hoje, foi bom, não é, Ellie?

Ela escondeu o rostinho na curva do pescoço do pai com uma risadinha tímida. Seu problema de timidez não era a escola, o problema dela era que só interagia com Mal, Ben, Bela e com Jas, que era sua madrinha. As vezes Jake, o primogênito de Aladdin e Jasmine. Mas ele ainda era menor que ela, e ela não tinha herdado tanta paciência assim da mãe.

—Ela está com sono.—Ben sorriu envergonhado, ajeitando a menina nos braços para pegar sua mochila.—Muito obrigado.

—Eu quem agradeço. Tchau, Ellie!

Sem resposta da criança, Ben apenas seguiu para fora com sua herdeira nos braços.

—Quer me contar como foi hoje? O que você fez de legal?—Ele perguntou.

—Eu desenhei. Blinquei de massinha. Foi muuuuito legal, as clianças blincaram comigo. Eu comi todo o lanche que a mamãe fez pra eu.—Gaguejou a loira, ajeitando seu cabelo ondulado atrás das orelhas, sorrindo para ele.—Mas senti saudade da mamãe. Eu cai, e ela não veio dar ablaço.

Ben achava fofo quando a menina trocava as letras na fala. A pediatra disse que era coisa da idade, e com o tempo concertaria. Mas toda vez que Mal ouvia a menina trocar, corrigia com um sorriso dócil para encorajar a Ellie a repetir corretamente, o que ela certamente fazia com prazer.

—Não quelo mais ir.—Disse ela, quando o pai a colocou na cadeirinha do carro.—É mais legal blincar de boneca com a mamãe. E o almoço é mais gostoso.

—Mas... filha, não é legal brincar com as crianças da sua idade?

—É. Mas eu fico cansada.

O rei riu internamente, sem saber exatamente como reagir àquilo. Não sabia como Mal reagiria também, até porque o efeito da grande dose de álcool ainda não tinha passado, e ela ria do vento quando acordada, dormindo como pedra logo em seguida.

—Olha...—Ele tamborilou os dedos no volante do carro simples, olhando a filha pelo retrovisor.

As vezes imaginava que ela era igualzinha Mal quando criança, porque agora já não se parecia nada com ele além dos cabelos loiros. Tinha cada traço de sua mãe, e, como Mal não tinha nenhuma foto de quando era desse tamanho, isso deixava bastante espaço para imaginar. Aquela era a miniatura exata da sua esposa.

—A mamãe também não gostou de ficar sem você o dia todo.—Contou ele.—E ela ficou chateada. A dinda tomou aquela água que o papai falou que você ainda não pode beber, junto com a mamãe, e agora ela tá rindo que nem faz sempre. Está chateada porque não conseguiu cuidar de você. Ela tá achando que é uma mamãe ruim.

—Ela tava com saudade de mim?—Os olhinhos da garotinha pareceram brilhar. Cada momento que sabia o quanto era amada por seus pais era importante para o desenvolvimento dos sentimentos dóceis de seu coraçãozinho puro.

—Muita. Muita saudade.—Deu partida no carro, tirando-o do lugar.—O que acha de comprarmos morangos para você levar para ela de presente? O papai vai te deixar em casa e voltar ao trabalho.

going crazy - História malenOnde histórias criam vida. Descubra agora