luca

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—Por que ele tá aqui?—Ben reclama, se remexendo atrás da noiva enquanto seu irmão se acolhia nos braços dela.

—Prometi pra ele. Estou cumprindo.—Murmurou ela no escuro. Ele dormia no colo dela como dava, sem pressionar sua barriga e os três se embrulhavam nas cobertas pesadas, se protegendo do frio.

—Luca já é grande suficiente para dormir na cama dele. E... eu planejava ficar de chamego com você hoje.

—Com ciúmes, rei Ben?—Mal sorriu um pouco, acariciando o cabelo do menino em seus braços.—Sabe que não estou confortável para s-s-se... ah, você sabe.

—Nunca falei sobre isso. Você quem está pensando besteira.—O garoto soltou uma risada nasalada, e passou as mãos pelos braços dela na tentativa de aquece-la.—Queria ficar... sabe, te fazendo carinho, enchendo de beijos e tudo mais. Estamos... quase tendo um bebê, acho que não teremos tantos momentos assim durante um tempo.

—Ainda temos uns dois meses antes de ter um bebê. Te prometo que vamos ter muito momentos bons juntos ainda; mesmo depois que ela nascer.—A garota disse, bocejando logo em seguida.

—Está sendo uma moça de promessas hoje, meu amor.—Comentou ele.—Primeiro a promessa de Luca, depois a minha...

—Bom, ele já está dormindo. Se estiver disposto a leva-lo até a cama dele, posso também te prometer que ficaremos de chamego pelo resto da noite. Ou... ou enquanto eu aguentar ficar acordada.

(...)

—Sabe... eu prefiro muito ficar sozinho com você aqui na cama.—Sussurrou Ben, puxando a noiva pelo quadril e virando-a de frente, tocando em seguida seu ventre com as duas mãos.

Ela amava carinho.

Amava se sentir cuidada e amada.

Amava que quem fazia ela se sentir assim fosse Ben.

Seu dragão interior ronronava como um gatinho, e ela se aconchegou mais perto dele.

O garoto se inclinou, e selou seus lábios em um beijo doce, pedindo passagem com a língua e explorando a boca dela por uns segundos em uma bagunça molhada até que ambos ofegaram e se separaram. Enquanto Mal recuperava o ar, ele beijou o topo de sua cabeça.

—Ela adora isso, sabe?—Mal sussurrou, colocando as mãos sobre as mãos dele na barriga dela.

—O que?

—Todos os nossos momentos de carinho, ela se agita. Ela também ama ouvir sua voz e quando você põe a mão na minha barriga.—Sorri ela.—Ellie ama você. Ama nós dois. E... eu mal posso esperar para conhece-la. Tomara que ela seja um bebê forte e sorridente.

Seus lábios se encostaram novamente, mas em um selinho rápido dessa vez.

—Eu também a amo muito.—Ele murmurou.—E amo você. Obrigada por me dar a chance de ser pai.

—Podemos... montar um quartinho para ela aqui? Digo, no castelo. Sei que ela vai passar um tempo comigo no campus, mas estou torcendo que não seja sempre e que a gente vá conseguir viver juntos em breve.—Declarou a garota de cabelos púrpura.—Tenho... tantas ideias de pinturas para as paredes. Podíamos colocar estrelinhas no teto. Uma cama no chão para que ela pudesse levantar quando quisesse. Muitos e muitos brinquedos e livrinhos e tapetinho no chão.

—Parece uma ideia incrível. Posso... tirar um dos quartos de hóspedes e podemos montar o quarto juntos.

Eles se abraçaram de frente, em um carinho bom. Estavam enrolados nas cobertas confortavelmente. Mal tinha o rosto no peito de Ben, mas seus quadris estavam afastados para não pressionar a barriga dela. Apesar disso, as mãos dele estavam em volta dela como se eles quisessem se fundir para todo sempre.

—Eu tenho... lido muitos livros sobre educação positiva. Sabe... para não cometer os erros da minha mãe.—A menina contou.—O que acha de... tentarmos? Sei que pode ser uma tarefa difícil, mas podemos tentar ser... pacientes? Digo, não gritar, não bater, deixar com que ela se descubra e descubra o mundo, me parece uma ideia tão... tentadora.

—Nunca ouvi falar de educação positiva.

—Bom... é... como posso explicar... é... ensinar para ela sem castigar. Digo, ao invés de bater, fazer ela pensar no que errou. Assim ela cria maturidade para entender o que sente e o que os outros sentem. Crianças tem o instinto natural de chorar e fazer birra, isso porque é o único jeito que sabem se expressar. Se ensinarmos outro...

—Ela pode ser melhor do que nós dois juntos. Pode ter... menos traumas.—Ele concluiu.—Pode ter pais melhores do que tivemos.

—Vamos quebrar esse ciclo, Ben.—Mal sorriu orgulhosa, fechando os olhos pronta para dormir.—Nós sabemos que quando crianças são tratadas mal pelos pais, não passam a odia-los, mas odiar a si mesmos. Não vamos deixar que isso aconteça com ela.

—Eu te amo, Mal. Vamos... criar a melhor criança do mundo. Aquela que sabe amar e respeitar. Um fruto de amor verdadeiro.

Ela bocejou, de repente cansada demais para conversar. A última coisa que disse antes de dormir, foi:

—Eu te amo muito.

(...)

—Fada madrinha está atrás de você desde ontem. Você não foi para a aula e não dormiu no campus, ela vai surtar.—Evie bufou, se jogando na própria cama quando viu Mal entrar no quarto, acompanhada de um menininho o qual ela nunca viu.

—E ela que surte, vou voltar para o castelo porque hoje tem consulta e jantar em família.—Ela declarou.—Luca, pode me ajudar a pegar uma roupa para eu vestir?

Ben se preocupava frequentemente agora. Mal tinha o corpo pesado com um bebê grande, que provavelmente pularia os genes dele. Não conseguia fazer as coisas sozinha de forma cem por cento eficiente, e por isso estava sempre acompanhada agora. Fosse por ele, sua mãe ou um de seus irmãos.

O menino correu até o armário, e silenciosamente passou a analisar todas as peças de roupa.

—Você vai acabar perdendo sua bolsa. Vai ser mandada de volta para a ilha.

—Grávida do rei? Acho que não.—Mal deu de ombros.—Acho que está esquecendo quem eu sou agora.

Estava de saco cheio de como Evie a tratava agora. Era idiota e ela não gostava. Como poderia? Sua melhor amiga passa a te odiar de repente por conta de um homem? Era a coisa mais imbecil que já lhe acontecera.

—Vou ser a rainha de Auradon em breve. Estou grávida da herdeira do reino. Não acho que a fada madrinha sozinha conseguiria me tirar da minha família para me mandar para a ilha.

—Engraçado, está falando como uma riquinha esnobe.—Solen disse, sentado na escrivaninha.—Não quer ser tirada do castelo onde tem pessoas ricas e o menino que usa seu corpo a Bel-prazer para ser mandada para a ilha cheia de pessoas imundas? Sua família são os perdidos. As pessoas da ilha. Não a família real do castelo.

—Você diz isso porque não tem uma família que te ama.—Luca murmurou, encarando o menino mas depois desviando para Evie.—E o Doug vive de chamego com a secretária do Ben. Você também não tem uma família que te ame. Nós amamos a Mal no castelo. Ela brinca comigo e com a minha irmã. Faz minha mãe sorrir e deixa o Ben feliz e orgulhoso.

—E quem é você para falar disso, seu mesquinho mimado?—O garoto da ilha avançou, fazendo com que Mal fosse para frente da criança, protegendo-a.

—Dê mais um passo, e eu acabo com essa sua carinha perfeita.—Ergueu o nariz e cruzou os braços para parecer tão durona quanto sempre.

Mas ele a empurrou com o cotovelo, fazendo ela sentir dor quando seu corpo fez impacto no chão. Caiu sobre sua barriga. Sobre... sobre sua menininha. Soren resmungou um pedido de desculpas desesperado enquanto Evie gritava com ele. Mal permaneceu imóvel assustada e sem saber o que fazer, enquanto ao seu lado, Luca se ajoelhava em lágrimas desesperadas ao usar o celular para ligar para o irmão

going crazy - História malenOnde histórias criam vida. Descubra agora