going crazy - História malen

Heat, Hadid, CJ e Susan

"Pode receber os novos alunos da ilha para mim? Estou com a agenda cheia hoje."

A mensagem de Ben chegou exatamente às dez da manhã. Mal bocejou, olhando a tela em desgosto.

"Tem que ser eu?"

"Se não for o rei, que seja a rainha." - ele mandou, mandando outra em seguida. - "Valendo uma caixa de morangos."

"Não pode me subornar com uma caixa de morangos."

"E se forem duas?"

Ela gargalhou, entregando na mão da filha um prato com bananas cortadas em rodelas.

"Que horas eles chegam?" - ela mandou.

"Meio dia." - Ben enviou. - "Te entrego seus morangos de noite."

—Não vou para a escola hoje, mamãe?

—Decidimos que você pode ficar em casa, meu amor.—Mal se ajoelhou, deixando o celular de lado para dar atenção à criança, que montava seu primeiro quebra cabeças.—Temos um dever real hoje.

—Um baile?—Ellie disse, colocando um pedaço da fruta na boca.

—Não. Menos empolgante. Precisamos apresentar Auradon para os novos alunos.

—Igual o papai fez com você?

—Sim, igualzinho.

Ellie nunca tinha visto o momento em si, afinal, seus pais eram contra o uso de celulares ou televisões por crianças. Mas já ouviu muitas pessoas falarem sobre como o primeiro contato deles pareceu amor a primeira vista.

"São três alunos mais velhos e uma criança." - A mensagem de Ben foi recebida, mas Mal leu apenas no relógio. - "Toma cuidado, eu te amo."

—Acabe logo sua comida, okay? Eu vou me trocar.—Sorriu para a criança.

(...)

O sol estava alto no céu quando Mal saiu do castelo com Ellie. A menina tinha um coque em seus fios loiros, preso com sua tiara de princesa, e estava em um vestidinho rosa que amava muito, junto com suas sapatilhas prediletas.

A filha da Malévola ajeitou luvas até os cotovelos. A coroa pesava sobre seus cachos soltos, que caiam na alça de seu vestido roxo. O mesmo que usou no dia de seu noivado.

O carro não demorou para deixar as duas em frente à Auradon prep cercadas de seguranças, e faltava cerca de cinco minutos para os alunos da ilha chegarem quando Ellie suspirou, encarando a mãe.

—Você me ama?

—O que?

—Papai disse que você ficou tliste e sentiu saudade. É poque me ama?—Perguntou.

—Sim. Sim, meu amor. É sim. Eu te amo.—Mal se abaixou na altura da criança, segurando as mãos dela.—Achei que soubesse que eu te amo muito.

—Eu te amo muito também.—Sorriu docemente a criança.—Eu amo o papai, por isso sinto saudade e fico tliste?

—Eu... eu... sim.—A mãe gaguejou em resposta.—Você ama ele. E ele te ama de volta. Okay?

—Sim.

Mal se levantou a tempo de ver os novos alunos saírem do carro. Auradon parecia dar a mesma festa do dia o qual ela chegou. Música, Adam e Bela à sua direita, Fada madrinha a esquerda e o frio na barriga. Agora ela representava Auradon, não a ilha.

Ellie segurava a sua mão com força, incerta de todo aquele barulho à volta. Interagir não era muito sua praia, apesar de amar muito estar com seus pais.

Os trompetes soaram e a música parou, dando liberdade para os alunos novos descerem do carro.

Da limousine saiu um garoto alto, cabelos azuis e olhos verdes. Um menino um pouco mais baixo com a mesma aparência. Uma garota morena de vestes vermelhas e uma criança pouco maior que Ellie, apenas suja pela falta de saneamento da ilha, mas era branquinha e morena.

Mal conhecia todos os alunos grandes. Aquilo definitivamente era um saco.

Ela deu um passo a frente, colocando a filha atrás da saia do vestido. Torcia para que nenhum deles reconhecesse ela, ou que dessem o mínimo sinal de que se recordavam. O que era difícil, visto que...

—Como você cresceu!—O mais velho sorriu, dando um passo para frente, fazendo-a recuar.

—O que foi? Não lembra de nós?—O mais novo murmurou, fazendo-a negar com a cabeça em uma grande mentira.

—Bem vindos à Auradon! Espero que se deem bem por aqui, e se adaptem a oportunidade de estudos e um bom lar.—Ela sorriu.—Eu sou... Mal. A rainha.

Ela apontou para cada um dos membros presentes, apresentando a filha por fim e voltando a esconde-la.

—Bom, as regras do colégio serão passadas pela Fada madrinha mais tarde, mas agora, por enquanto, posso mostrar a escola a vocês.—Sorriu falsamente a garota, caminhando com eles atrás dela enquanto a multidão se dispensava.

(...)

—Você pirou?!

Ben ergueu os olhos dos papéis, encarando uma Mal brava em sua frente, no escritório. Ela cruzou os braços enquanto a filha se sentava na poltrona.

—Do que está falando, exatamente?—Devolveu o rei.

—Os alunos que trouxe para cá.

Ele piscou, encarando-a e tentando chegar em alguma conclusão sozinho.

—Estudei bastante sobre quem precisava vir primeiro.—Ele ergueu os papéis da mesa.—Parece que... CJ é meio que companheira do Heat e a pequena é filha deles. Hadid é irmão dele.

—Você sequer olhou os nomes completos ou filiação?

—Pode me explicar o que está querendo dizer? Eles... não deram filiação, mas os nomes estão como Heat B., Hadid B., CJ H. e Susan B.

Mal fechou os olhos, respirando fundo.

Okay, ele não tinha culpa.

Ele nem sabia.

Se sentia mal por ter guardado isso até agora.

—Olha eu... Ben, esse B é de "Bertha."

—Seu nome do meio?

—Meu sobrenome!—Ela piscou, batendo na mesa.

—São seus...—Ele engoliu em seco.—Seus parentes?

—Meus irmãos.

—Espera aí. Você tem irmãos?!

—Sou a caçula de três. Heat é o mais velho, Hadid o do meio e então eu. Eles... meio que fugiram da Malévola quando eu tinha quatro anos. Deram sorte, mas me deixaram. Não gosto de falar sobre isso.—Contou a garota.—Eles são problema.

—Podemos falar delicadamente sobre isso mais tarde. Mas... eles não merecem uma chance, igual você?

—Eles me abandonaram para ser torturada e passar fome quando eu era praticamente um bebê. Ajudavam as vezes, para não apanharem também. — Mal insistiu.—CJ é irmã do Harry, e se está com o Heat, eles provavelmente vão aprontar. Ele sempre foi o melhor ladrão da ilha.

—Eles tem uma filha. A Susan. Os trouxe para cá porque precisam de condições para cria-la. Okay?—Murmurou ele, voltando os olhos para os papéis.—Vou garantir que não aprontem. Além do maus, você vive no castelo agora, sequer vai precisar ve-los. Só... finja que o reencontro não aconteceu.

—Podemos... conversar sobre eles mais tarde?

—Sobre seus irmãos? Com certeza, vou querer saber. Vamos pedir uma pizza.—Suspirou o rapaz. Um sorriso dócil, quase que empático nos lábios.

—Okay. Compre um vinho também, acho que vamos precisar.