jealous

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Na primavera do ano seguinte, quando Ellie já tinha cerca de um ano e três meses, o dia amanheceu ensolarado, mas nada tranquilo. Era uma manhã turbulenta porque naquela manhã, foi a primeira vez que eles se viram.

Ben e Soren se encontraram pela primeira vez.

Óbvio, já tinham se visto antes, mas era a primeira vez que Soren o via e tinha a consciência de que Ben era o companheiro de Mal, e o pai do bebê.

Ben estava bravo e resmungão, porque quando entrou pela porta, viu o homem sentado no chão, atraindo o olhar de sua filha com brinquedos e conseguindo gargalhadas em resposta. O que diabos as meninas viam naquele idiota?

Mal o abraçou, de qualquer forma. Estava sorridente e... bom, Ben via nela muitas coisas a qual não via quando ela tinha chegado da ilha. Ele sabia que tinha se apaixonado pela Mal da ilha, a menina briguenta e mentirosa que estava sempre de mau humor. Mas também sabia que a vivência em Auradon tinha transformado ela na Mal carinhosa. A Mal que pedia carinho, que amava abraços, dar risadas ou só... ser mãe.

Foi por isso que implorou aos médicos que tirassem sangue dele para fazer ela viver naquela noite, cerca de um ano e três meses atrás. Foi por isso que ele chorou para que salvassem a vida dela: ele vivia pela Mal de Auradon. A Mal de bom humor. A Mal que agora era mãe de seu bebezinho.

Ele a abraçou de volta, escondendo o nariz em seus cachos púrpura.

—Como você está?—Ben sussurrou, se afastando um pouco para olha-la nos olhos, querendo esquecer que atrás dela Soren brincava com Ellie.

—Estou bem só...

—Ficando mais velha hoje!—Ele sorriu, abraçando ela de novo, dessa vez deixando um beijo no topo de sua cabeça.

—Já disse o que acho de aniversários.

—Eu sei. Não te comprei nada, nem bolo, porque você não gosta de comemorar.—Deu de ombros, soltando ela de vez e caminhando para dentro do apartamento.—Mas... pensei em vir e te perguntar o que você queria fazer hoje. Não é todo dia que se faz vinte anos.

Se virou agora, de costas para o que acontecia no tapete. Quem estava vendo agora era ela. E, com a cabeça mais leve, ele inclinou a cabeça, olhando ela com admiração.

—Sabe o que tem no meu bolso?

—Você disse que não tinha comprado presentes.

—Não é um presente.—Deu de ombros.—Mas... se quiser... sabe... ir ao cartório hoje, no meu bolso tem uma caixinha com duas alianças. A minha... a maior, tem o seu nome. E a menor, que é a sua, tem o meu.

—Está me pedindo em casamento de novo?—Ela sorriu, realmente considerando.—Você não deveria ter tipo... uma super festa de casamento? Você é o rei!

—Não acha que já pulamos algumas etapas?—Ele se virou, apontando para a garotinha no tapete. Seu semblante fechou novamente quando ele se voltou a noiva.—O que ele faz aqui?

—Ele mora aqui.

—Mas... por que está brincando com ela?

—Não sei. Ela estava... brincando sozinha. Mas ele sentou e começou a brincar com ela. Talvez goste de crianças.

Ben deu de ombros, com um olhar tão sombrio que Mal  jamais o tinha visto daquele jeito. Caminhou até próximo do tapete, e notou que tinha atraído a atenção da menina quando ela soltou tudo o que tinha em mãos e o encarou, tentando se equilibrar enquanto sorria.

—Papai!—Seus dentinhos brilharam enquanto ela erguia os braços, pedindo para ser pega no colo.

Apesar de ser pequena, notava que seu pai não ficava tão perto como a mãe. Sentia saudades dele, de seus abraços e beijinhos.

going crazy - História malenOnde histórias criam vida. Descubra agora