—Como se sente?—Ben se ajoelhou ao lado da banheira, tocando a testa da esposa.
—Pior do que eu estava antes. Você sabe que odeio banhos gelados.
Mal amanheceu febril, o que levou o rei a deixar Austin com June, e deixar Ellie na escolinha, deixando o trabalho de lado para cuidar de sua esposa gestante. O estado febril piorou, alcançando quase quarenta graus de febre. Por isso, o Ben despiu a esposa e levou-a no colo a força até a água gelada para abaixar sua temperatura, mesmo que ela odiasse banho frio e mesmo que seu corpo pesado do sexto mês a deixasse mal humorada.
—Eu sei. Mas é para que melhore.—Resmungou ele.
—Ben...—Ela deitou a cabeça de lado, apoiando as mãos no ventre, totalmente manhosa.—Eu prometi para Ellie que ia tentar ir para uma apresentação. Eu vou para a apresentação de piano em meia hora.
—Nada disso. Você vai para cama. No máximo para o pronto socorro, você escolhe.—O rapaz deu de ombros.—Sei que a situação com ela na outra vez te deixou empenhada em fazer melhor, mas hoje não. Ela vai entender. Na próxima você vai.
—Eu não posso decepcionar ela. Prometi que ela me veria na apresentação hoje.
—Mal. Ela te viu suando e vomitando hoje quando saiu. Está sete graus negativos, você não devia ficar tão suada assim as nove da manhã. Ela não é idiota, percebeu que você não está bem.—Esfregou o couro cabeludo da mulher, brincando com seus fios roxos enquanto passava xampu.—Sossegue por hoje, Mal.
—Mas... e ela? Se eu estou aqui, e você vai ficar cuidando de mim, puxando minha orelha o dia todo, quem vai estar lá para ela?—Abaixou a cabeça, mas o efeito dramático não funcionou porque ele agora ensaboava suas costas
—Pedi para Luke ir.
Ela revirou os olhos sem qualquer desculpa para se levantar e ver a filha.
—Descanse, meu amor. Sei que está preocupada com ela e que quer cuidar de Austin, mas cuide deles primeiro, sim?—Sorriu de canto o rapaz, tocando o ventre da esposa enquanto espalhava sabonete.—Você está torrando de febre. E eu não posso te dar remédio. Então espero que o banho abaixe pelo menos para febril, uns trinta e sete graus está bom.
A garota se inclinou na banheira, tombando a cabeça para o ombro do marido e deitando ali, mesmo que estivesse molhando toda a roupa dele enquanto ele a lavava.
—Não quero passar o dia na cama.—Sussurrou ela.—Eu queria ver ela. Ela... eu quem ensinou a música para ela. Eu quem ensinei ela a tocar piano. Isso não é justo.
—Eu sei, eu sei. Mas... bom, veja pelo lado bom, pelo menos está seguindo o legado da família de mulheres muito talentosas.—O rei sorriu.
Bela era a melhor pianista que já tinha tido em toda grande Auradon. Era, pois ela morreu.
No legado, deixou Mal, quem ela havia ensinado com tanto carinho e dedicação.
Logo em seguida, Mal passou a ensinar sua filha assim que ela completou três aninhos, e agora com nove, a garotinha era grande prodígio das artes musicais. E ela não trocava o piano que aprendeu com a mãe por aulas de violão com o pai por nada naquele mundo.
—E se ela tocasse para nós quando chegasse?
—Não vai ser igual. Todos os pais dos alunos vão estar no show de talentos, aplaudindo todo mundo. Nós devíamos estar lá.—A mulher reclamou.
—Sabe onde devíamos estar?—Ele disse, atraindo o olhar dela.—No hospital. E nem por isso estamos.
(...)
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going crazy - História malen
ФанфикEnlouquecendo. Era assim que Mal se sentia desde que noivou o rei de Auradon. Mas seria essa uma coisa ruim? *não há mevie aqui* (postada também no Spirit)