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—Consigo andar sozinha.—Mal resmungou, se soltando do marido para caminhar.—Estou bem.

—Sei que está. Mas o médico disse que ainda está fraca e precisa de um pouco de repouso.—O garoto fera sorriu de canto, abrindo a porta do carro.

—Se eu estivesse tão ruim assim, ele não me deixaria ir para casa.—Bufou ela, se colocando para dentro.

—Você está parecendo uma assombração. De tão branca que está.—O rei entrou logo em seguida, dando a deixa para o motorista.

—E você parece estar com raiva do seu pai.—Constatou.—Eu sempre fui branca. Não tem sol na ilha dos perdidos.

—Faz mais de oito anos que mora em Auradon. —Insistiu, desmanchando o riso.—E estou com raiva dele mesmo.

—Quer conversar?

—Não, só... não sei, Mal, é tudo tão... sei lá. Uma droga.—Suspirou Benjamin.—Eu sempre quis acreditar que ele era bom, um herói. Mas eu sempre vi isso, eu sempre via ele fazendo coisas erradas e me convencia de que ele errou tentando acertar.

Ela segurou a mão do marido, tombando a cabeça para encostar seu ombro.

—Ele me convenceu disso. Que ele amava a gente mais do que tudo. Que amava minha mãe. Que não queria magoar e decepcionar ela. Com o tempo percebi que ele gostava do erro.—Contou.—Lembro-me que quando tinha dez anos, me tiraram do castelo a força, era um sequestro e o reino inteiro acreditou que eu estava morto porque tinham encontrado minha coroa cheia de sangue por aí, e eu voltei horas depois implorando para ver minha mãe. Ela estava presa, dentro do quarto, consegue imaginar isso? Ele trancou ela porque estava chorando e ia manchar a reputação da realeza. Acreditava que o filho estava morto e ele não se deu o trabalho de procurar, e ainda a trancou por ter se preocupado.

Ouvia com atenção, mesmo que estivessem quase chegando ao castelo. Mal não compreendia ao certo como era ser filha. Óbvio, ia tinha sentindo por Bela esse sentimento de cuidado, mas não cresceu ao lado dela, não podia dizer algo com certeza. Sabia o que era ser mãe, e não podia se imaginar ficando horas pensando que sua menininha estava morta. Não a garotinha que ela mais tinha amado em todo mundo.

—Lembro de ter sido a primeira vez que o confrontei. Perguntei a ele se ele não a amava, perguntei porquê sempre fazia aquelas coisas com ela e ele disse que ela sempre procuraria o lado bom dele. Que a amava e amor era poder. Era um poder que ele usava contra ela, e não para cuidar dela.—Continuou.—Foi naquele dia que comecei a usar o anel dela. Ela tinha me dado um tempo antes, disse que devia ficar comigo e que era para eu dar para alguém que quisesse passar a vida para sempre. Agora servia. E para mim significava que seria para sempre eu e ela. Não a Fera simbolizando meu pai, mas simbolizando como minha mãe sempre se virava sozinha. Uma guerreira.

—O anel que... que você me deu?

—Sim.—Ele sorriu.—Bom, eu queria passar a vida com você. Só não esperava que fosse tentar morrer a cada dez dias.

—Ei!—A menina riu da brincadeira, dando um tapa na coxa dele.—Isso não é verdade.

—Está bem.—Deu de ombros.—Mas... não sei, só... eles não sabem que eu sei, okay? Mas uma vez os ouvi discutindo sobre ele ser o pai da Jane.

—O que?!—Ela o encarou, os olhos arregalados enquanto absorvia a informação.

—Pois é! Digo, ela tem alguns anos a menos que eu, sabe? Tipo, provavelmente a traição vinha de muito antes.

—E... se a sua mãe sempre soube disso, por que ainda teve June e Luca? Por que insistir?

—June nasceu quando eu tinha uns quatro anos. Acho que ainda éramos uma família até aí.—Ele argumentou, tirando a coroa do topo da cabeça.

going crazy - História malenOnde histórias criam vida. Descubra agora