—Quedas geralmente não causam grande impacto no bebê.—O médico tranquilizou. Mas se você está sentindo dor, Mal, vamos precisar de alguns exames... olhe...—Ele apontou para a tela.—Sua menina tá bem forte, o coração dela é forte, sua placenta tá no lugar, o líquido da bolsa parece bom e todos os membros estão no lugar, então ela não se machucou. Posso...—Seu olhar se direcionou à Ben, que se sentava nervoso ao lado da cama, com o irmão sentado sobre suas pernas.—Pedir mais exames para ela?
—Pode. Pode sim.
—Pode só... me dizer onde é a dor, especificamente?—Ele murmurou, fazendo Mal se sentar lentamente na cama.
—Meu quadril. E as costas. Eu... não sei. Cai de mau jeito.—Bufou.—Não acho que tenha algo errado com as minhas costas, mas nunca senti tanta dor como a do quadril agora.
—Vou pedir um raio X, okay?—Ele saiu da sala, anotando na prancheta sem esperar resposta.
—Seu amigo de infância machucou você.—Ben resmungou.
—Ele ficou bravo com Luca e eu entrei no meio. Não queria que ele...
—Independente. Se não tivesse machucado você, teria machucado Luca, e eu não acho que isso seja índole de alguém do bem.—Continuou o rei.—Ele tem sorte que pelo o menos Ellie está bem.
—Então comigo você não se importa?
—Óbvio que me importo, Mal. Mas você sabe falar o que sente. Uma queda não matou você, mas poderia ter matado ela.—O loiro diz.—Um machucado grande poderia fazer ela ser operada dentro do útero, ou até estourar a bolsa e fazer ela nascer prematura. Com você, os tratamentos serão mais leves, acredito. Posso cuidar de você, mas ela ainda não nasceu, não poderíamos fazer grande coisa por ela.
—Minha cabeça dói.
—Por que não disse para ele?
—Porque já estava doendo antes. Estou... sem comer há muito tempo, e está muito calor.—Resmungou a menina, apoiando a cabeça na maca.—Me desculpa por não poder ir ao jantar hoje. Mas... pode ir. E leva o Luca, a mãe de vocês vai querer vocês lá.
—Não. Você tá machucada, a gente fica.—Luca disse, se perdendo entre o sotaque francês que comumente arrastava para o dialeto de Auradon.
—Nada disso.—Ben falou.—O motorista vai vir te buscar. A Mal tá machucada mas só eu vou ficar cuidando dela aqui. Você vai pro jantar.
—Mas, Bebe... eu não quero jantar com o papai. Nem com a tia e a prima.—Bufou o garoto.—Eles são chatos.
—Eles são sua família.—Mal comenta.
—Mamãe sempre diz que família é quem cuida e faz feliz.—Ele continuou.—Você e o Ben são minha família. E mamãe e Ju. Papai não gosta de mim.
Mal e Ben trocaram um olhar pesado, com pena do pequeno garotinho. Não era justo com ele crescer daquele jeito, e tudo que eles mais queriam era que fosse diferente com Ellie.
—Posso morar com vocês quando forem morar juntos?—A criança continuou.—Prometo que vou ser mais comportado.
—Mal e eu moraremos no castelo. Não faz diferença.—Diz a garota, sentindo a filha se remexer.—Olha... você quer... quer sentir a Ellie se mexendo?
—Eu posso?
—Claro que pode. Vem.
(...)
—Fico feliz que ele goste de você, mas parece estar mais apegado a você do que a minha mãe. Isso me preocupa.—Ben desabafa, tocando o útero da noiva sabendo que ela tinha consciência de quem conversavam.
—É estranho. Digo... ele me considera a mãe dele. Mas eu não sou mãe de ninguém. Nunca... tive um bebê. Não ainda.—Murmurou ela.—A dor de cabeça passou.
—Você é mãe da Ellie.
—Ainda não.
—Claro que é. Quem tá cuidando dela com todo carinho para ela crescer? Quem fica feliz com cada chutezinho? Quem conversa com ela o dia todo?—Ele sorriu.—Você é mãe. Uma mãe incrível.
—Quero que... que ela seja feliz.
—E ela vai. Você vai garantir que seja.
(...)
—Ah fala sério. Nem é isso tudo. Me leva para o campus, prometo que vou relaxar.—Mal sorriu de canto, tentando conversa com o noivo irritado que a olhava, sentado de frente para ela na limousine.
A dor estava passando, isso é porque fizeram com que ela se entupisse de remédios para dor e anti-inflamatórios antes que a liberassem para ir para casa.
—Motorista, quero ir para a faculdade.—Ela disse, mas o homem a encarou pelo retrovisor.
—Tenho ordens de seguir para o castelo.
—Ben!
—Nós vamos ao castelo.—O garoto fera resmungou.—São quatro e meia da manhã e você tem uma rachadura no fêmur. Não vai para a faculdade nem se eu estiver morto. Mas nem se eu me odiasse muito.
(...)
—Ei... sei que daí de dentro pode parecer que eu e a sua mãe vivemos discutindo, mas...—O homem sussurrou no escuro, passando a mão no ventre da noiva enquanto ela dormia.—nos amamos muito. Prometo que você terá um lar amoroso e... eu te amo muito, Ellie. Muito.
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going crazy - História malen
Fiksi PenggemarEnlouquecendo. Era assim que Mal se sentia desde que noivou o rei de Auradon. Mas seria essa uma coisa ruim? *não há mevie aqui* (postada também no Spirit)