Tulipa Potter e a Ordem da Fênix

Capítulo 53 - Recuperação

Tulipa Potter-Snape narrando

A minha vida nunca foi fácil, eu na verdade enfrentei muitas situações muito mais difíceis e perigosas do que uma jovem bruxa da minha idade deveria ter enfrentado. Houve um tempo antes de eu receber a minha carta de Hogwarts e Snape me apresentar ao mundo mágico que eu tive a esperança que a minha sorte mudasse. Mesmo depois de vir para Hogwarts a minha vida nunca foi normal, desde o meu primeiro ano eu passei pro mais desafios e situações de vida ou morte que todas as minhas amigas juntas e mesmo assim nada me preparou para esse momento.

Apesar de eu ter passado um ano inteiro estudando e me dedicando a oclumênica no final isso não serviu para impedir Voldemort de possuir o meu corpo e romper todos os meus escudos, com uma dor absurda na cicatriz eu assistia de dentro da minha própria mente a forma como ele manuseava o meu corpo e fazia o que queria. Eu não tinha o menor controle sobre o meu corpo ou as minhas ações, as mãos dele me conduziam conforme ele desejava e eu jamais me senti tão violada antes.

Vê-lo usar o meu corpo para torturar o meu pai foi doloroso, foi como perder partes de mim que eu nem sabia que existiam. Eu gritava dentro da minha mente, forçava os meus escudos de oclumência e lutava contra ele, mas sentia que nada era o suficiente. Eu estava com tanto medo de perder o meu pai, lutei tanto de todas as formas que podia para recuperar o controle do meu corpo, naquele momento eu não me importo com a dor absurda que sentia na minha cicatriz ou mesmo que a dor fosse tão grande que doía. Eu não ligaria em morrer se isso me garantisse recuperar o meu próprio corpo e salvar a vida do meu pai.

Eu lutei sem me importar com nada, nem comigo mesma e de repente como uma dor que se cura aos pouco, recuperar o meu corpo foi como me sentir extremamente leve e pesada ao mesmo tempo. Eu sabia que Voldemort não estava mais na minha cabeça, mas mesmo assim era estranho eu me sentia fraca e dolorida como se tivesse corrido uma maratona longa demais com o corpo despreparado, mas eu não ligava. A minha varinha caiu no chão ao mesmo tempo que eu, mas tudo estava bem, o meu pai estava vivo.

- Pai!!! – falo com a voz chorosa, me arrastando aos tropeços para abraça-lo enquanto ainda chorava desesperadamente.

Abraço Snape com força, ele me abraça de volta e sinto o quanto as suas mãos tremiam enquanto fazer isso, se era o efeito de duas maldições cruciatus ou a situação de quase morte eu não sei, mas eu simplesmente estou feliz que estamos bem, que estamos vivos. Sei que o perigo não passou, Voldemort ainda esta em algum lugar por aqui e há Comensais da Morte por toda parte, mas também há membros da Ordem da Fênix e Dumbledor então eles podem cuidar disso.

- Eu estou bem filha, eu estou bem – o meu pai fala com a voz tremula me abraçando com força.

A partir disso tudo aconteceu extremamente rápido, principalmente para uma pessoa ferida e com dor de cabeça como eu, Voldemort estava no momento do outro lado da sala ao lado da Bellatrix com uma expressão de dor que com toda certeza espelhava a minha. Havia um completo caos ao redor e feitiços voltaram a rolar, Sirius se coloca na minha frente como um escudo e vejo a sua prima Tonks com cabelos rosa chiclete e uma jaqueta de couro se juntar a ele já que somos um alvo fácil.

De repente a porta da sala do Departamento de Mistérios onde estávamos é aberta de forma escancarada, por um momento tenho medo que sejam mais comensais, mas na verdade são alguns Inomináveis acompanhados pelo Ministro Fudge de pijama e vários aurores com as varinhas em punho. Uma parte de mim quer se vangloriar porque agora será muito difícil para o Ministério continuar se fazendo de idiota pela volta de Voldemort, mas do jeito que ele tem se mostrado intencionalmente obtuso eu não duvidaria que ele tentaria nos acusar de invasão e nos prender em vez de fazer o que é certo.

- AVADA KEDAVRA – eu ouço Bellatrix gritando enquanto lança a maldição da morte na direção do meu padrinho.

- Sirius! – Tonks grita e o empurra.