CAPÍTULO - 07

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LETÍCIA

Depois que me despedi do Jonathan, entrei em casa e me atirei na cama.

Fiquei pensando nos beijos que demos. Meu Deus, de repente eu tô beijando o atacante do meu time.

Nunca imaginei que seria próxima dele, que dirá que um dia o beijaria.

Foi tudo muito rápido. De um "obrigado, dra" a beijos de frente ao prédio onde moro.

Ele me mandou uma mensagem com a foto do Jokic, dizendo que ele estava com saudade. Será que é só o cachorrinho mesmo? Estou achando que o cachorro nem se lembra de mim.

Eu respondi que qualquer dia desses pegava-o pra passar o dia aqui no meu apartamento. Eu tinha de responder alguma coisa, e essa foi a única resposta que me veio à mente.

Como ainda estava com sono, dormi com o celular na mão. Apesar de ter dormido muito na casa de
Jonathan, não foi suficiente.

Acordei horas depois, já estava perto da hora do almoço, e do nada senti um estranho vazio na casa.

Mas que vazio, se eu sempre morei só?
Isso não está me cheirando nada bem.

Passei esses dias na companhia do Jonathan e parece que já estava sentindo falta dele. Que loucura!

“Só não invente de se apaixonar, Letícia" – penso alto.

Coloquei uma música do atemporal pop rock nacional e fui me aventurar na cozinha.

Apesar de cantar pagode com o jogador no carro dele, o que eu gosto mesmo é de pop rock e MPB.

– "Menina veneno, o mundo é pequeno demais para nós dois". - eu canto bem afinado, certeza que a Sandy sentiria inveja de mim (Só que não).

Depois de Ritchie, eu coloquei Capital Inicial para ouvir a belíssima voz do Dinho, que inteligente como é, também torce para o Tricolor.

– "Se um dia eu pudesse ver, meu passado inteiro, e fizesse parar de chover, nos primeiros erros". - eu canto alto.

Ainda bem que é cedo, e os vizinhos estão trabalhando, eles já teriam chamado a polícia, pois o som estava bem alto.

A trilha sonora foi só essa até eu terminar de cozinhar. São músicas que eu escuto e lembro da minha família, nós sempre ouvimos essas bandas quando nos reunimos.

Tinha inventado de fazer um risoto com filé mignon. Estou me arriscando na cozinha, preciso pedir umas aulas a minha mãe, ela sim arrasa na cozinha.

Preparei tudo e antes de almoçar limpei a cozinha.
Tomei um banho pois estava muito suada e depois fui ver se eu realmente tinha acertado ou se tinha cometido um crime com o filé mignon.

Almocei e por incrível que pareça, estava muito bom. Tão bom que não sobrou nada. Sorry!

Eu tinha programado uma viagem para casa dos meus pais, há tempos que eu não vou lá, sinto saudades.

Não tinha contado ao Jonathan sobre a viagem, mas depois ia mandar mensagem. Mas por que mesmo eu tinha que contar a ele?

O que está acontecendo com você, Letícia?

Bom, após almoço, me arrumei e fui até a ONG resolver a questão da ração dos bichinhos. Ainda bem que deu tudo certo, menos um problema para mim.

O depósito estava com infiltração e isso fez com que toda a ração estragasse.

Chamei um profissional para fazer uma mine reforma no local, para evitar problemas futuros, e enquanto ele fazia o serviço, nós improvisamos um outro canto para abrigar os sacos de ração.

Voltei para casa, tomei banho, estava exausta.
Me deitei um pouco, antes de arrumar a mala.
Sem perceber, acabei pegando no sono e quando acordei, já passava das 18 horas.

Tinha uma mensagem do argentino no whatsapp e eu aproveitei para contar sobre a viagem.

"Oi, anjo! Saudades de você." 🥰 – ele diz na mensagem.

Meu Deus, como assim, argentino? Vamos com calma.

"Oi, Jonathan. Saudades também." – eu respondo. Era verdade, eu estava com saudades dele também.

"Vai fazer o que amanhã?" – ele pergunta.

"Vou para Minas bem cedinho." – respondo.

"Sério? 🥹" – ele pergunta.

"Sim. Vou passar o final de semana lá. Só volto segunda." – mando na mensagem.

"Poxa! Vou morrer de saudades de você. 😔🥺" – ele diz.

"Segunda eu estou de volta. E a gente
vai se falar todos os dias." – eu falo.

"Tomara que passe rápido." – ele diz por último.

– Acho que tem argentino carente. – eu penso.

Mas e eu? Se ele está carente, eu estou como?

Depois da conversa com o jogador, liguei para minha mãe para lembrá-la de ir me buscar amanhã cedo.

Tinha chegado a parte de fazer mala, que é uma parte chata, que eu não gosto, mas que precisava ser feita.

Abri o armário e peguei algumas peças de roupa, também uma sandália rasteira e um tênis.

No meu antigo quarto tem algumas coisas minhas, então eu não precisava levar mais do que já tinha colocado.

Só não posso esquecer da parte de cosméticos, isso não tem lá.

AMIGA MÍA - Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora