CAPÍTULO - 70

448 31 25
                                    

CALLERI

Esse será o quarto buquê que eu mandarei para a Letícia, não me importava quantos eu tivesse de comprar, o que me importa é só ela me perdoar. O difícil, que era escolher as músicas, eu estava conseguindo. E estava até gostando dessa coisa de escutar música brasileira, acabei gostando muito da Roupa Nova.

Dessa vez eu tinha escolhido a música de um cantor chamado Caetano Veloso, e escrevi assim no cartão:

Você bem que podia perdoar, e só mais uma vez me aceitar, prometo agora vou fazer por onde, nunca mais perdê-la.
Com amor, do seu, para sempre seu
Jonathan

Eu tentarei de tudo para que ela me perdoasse. Se as flores com música não funcionassem, eu buscaria outra coisa, mas não podia perder a mulher da minha vida. Ela merece isso e muito mais.

Ela tem sido bem dura comigo, me deu o fora na balada, outro dia postou uma música que tinha uma letra bem sugestiva, e eu sei que era para me atingir. Mas, eu entendo que ela está bem chateada comigo, o que eu fiz foi muito errado.

Depois de passar na floricultura para escrever o cartão, eu vou para o CT treinar. Preciso me ocupar para não ficar pensando o tempo toda nela. Não que pensar nela seja ruim, mas me lembra das besteiras que eu disse e o que eu fiz.

– Bom dia, companheiros. – falo ao encontrar com meus colegas de time.

– Fala, Jonathan. Tudo bem? – Luciano pergunta.

– Tudo bem sim. E você? – digo, mas ele sabe que não estou bem.

– Estou bem. E aí já se acertou com ela? – ele pergunta.

– Não. Pelo jeito ela não me quer mais. – digo.

– E você não vai fazer nada? – ele diz achando estranho.

– Eu estou fazendo cara, mas não está adiantando. – me explico.

– Arruma outra pra fazer ciúme que ela volta. – ele fala.

– Tá doido? Jamais faria isso com ela. – respondo.

– Estou brincando. Também não sou a favor disso. – ele responde.

– É fazer isso, e aí sim ela não vai querer me ver nem se eu tivesse com a taça do tetra da libertadores. – falo com um riso nervoso.

– Você vai enriquecer a floricultura com tanto buquê. – ele diz depois, rindo.

– Não importa, eu preciso que ela me perdoe. – falo.

– O último romântico. – ele diz me zoando.

– Engraçadinho. – falo sério.

– Jony, o último romântico da terra. – ele fala saindo.

Nós fomos chamados pelo treinador e eu me livrei das brincadeiras sem graça do Luciano. Eles tinham um treinamento e eu outro, mas eu fiquei junto com eles.

Depois do treino bastante cansativo eu voltei pra casa,  para a solidão daquela casa enorme. Por sorte eu tenho o Jokic que sempre me recebe. Ele tem sido minha companhia, minha válvula de escape.

– Oi, Jokic. Sentiu minha falta, hijo? – pergunto.

– Vem com o papá, vou colocar sua ração. – falo.

Coloquei ração e água para o cachorro e esperei ele comer. Quando ele terminou, eu subi com ele para o quarto.

Como não tinha nada pra fazer fui pesquisar músicas para escrever nos cartões futuros, não sabia se a Letícia iria me perdoar logo, na verdade não sabia nem se ela ia me perdoar. Mas precisava estar com as músicas prontas. Fiz uma playlist com as músicas que eu gostei.

AMIGA MÍA - Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora