CALLERI
Voltamos para a clínica e os pacientes estavam sendo chamados. Tinham vários casais, algumas mulheres já estavam com a gravidez mais avançada, e eu fiquei imaginando minha Lê com a barriga daquele tamanho, vai ser a coisa mais linda do mundo. E quando ele estiver chutando igual o papai, eu não sei se meu coração vai aguentar.
Aos poucos os casais iam entrando. Demorou quase 2h para a gente entrar.
– Bom dia! – falo assim que entro na sala do médico.
– Bom dia, dr. – Letícia diz.
– Bom dia, papais. – ele responde.
– Vamos ver como está esse bebê? – ele pergunta.
– É o que a gente mais quer. – Letícia diz.
– Dr., já da pra saber o sexo? – pergunto.
– Sim. Provavelmente sim. Mas eu aconselho vocês a fazerem o exame de sexagem na próxima semana, porque aí teremos certeza. – ele responde.
A assistente do médico preparou a Letícia para o ultrassom, e o médico começou o procedimento, mas ele ainda é pequenino.
– Ele ainda é pequeninho, mas está crescendo forte e saudável. – ele fala.
– Aqui o coraçãozinho, bem pequeno, na próxima ultrassom vocês já conseguirão ouvi-lo. Hoje ainda não foi possível. – ele fala mostrando.
Nós estávamos muito emocionados, ele é tão pequenino, mas já provoca todas essas reações na gente. Letícia segurava minha mão e me olhava com os olhos cheios de lágrimas, e eu só agradecia silenciosamente.
Terminamos a consulta, aproveitamos para tirar algumas dúvidas e fomos embora.
Quando saímos, já era quase hora do almoço, faltavam poucos minutos. Fomos até um restaurante e pedimos uma boa comida brasileira, bem tradicional, pois era o que a Letícia queria comer.
– Não tem comida no mundo melhor que a brasileira. – ela comenta enquanto a gente aguarda.
– Ei, tem sim, a comida argentina. – falo.
– Nem de longe. – ela diz rindo.
O almoço chegou, e realmente a comida é muito boa (que a Letícia não escute meus pensamentos).
– Isso aqui tá muito bom. – ela diz.
– Eles capricharam no tempero da carne. – ela completa.
Eu fiquei calado, só fiz rir dela, comendo como se estivesse amarrada há dias.
Assim que terminamos o almoço ela falou que queria um docinho, era desejo de grávida.
– Você quer que seu filho nasça com cara de docinho? – ela fala antes mesmo de eu dizer alguma coisa.
– Mas eu nem disse nada. – me defendo.
– Mas pensou. – ela diz.
– E pensar agora é crime? – pergunto.
– Quando se trata do seu filho, é. – ela diz.
– Ok, você venceu, pede um docinho. – eu falo.
Letícia acabou pedindo um mousse de limão e eu pedi também. É uma sobremesa muito boa.
Depois que ela terminou, eu perguntei:
– Satisfeita?
– Sim. Estava uma delícia. – ela responde.
Antes da gente ir para a clínica da nutricionista, eu aproveitei para ver se os resultados dos exames de sangue tinham saído, eles falaram que ficavam prontos depois das 14h. Ainda não estavam prontos, mas, a consulta com a nutricionista só era às 15h, então daria tempo.
Saímos do restaurante e fomos direto para a outra clínica. Chegamos lá uma hora antes do horário, e de novo fizemos a parte burocrática na recepção. Depois disso eu fui verificar se o resultado dos exames tinham saído, e sim, já estavam prontos.
– Quero muito saber logo o sexo. Quero chamar o bebê pelo nome. – eu digo enquanto a gente espera.
– Mas a gente nem escolheu o nome ainda. – minha namorada diz.
– Precisamos escolher. – eu digo.
– Precisamos. – ela concorda.
Finalmente chegou a nossa vez, a Letícia já estava dormindo no meu ombro, ela acordou muito cedo.
A posição era desconfortável, eu não queria que ela dormisse, pois depois sentirá bastante dor.
– Amor, não dorme. Chegou sua vez. – falo, balançando seu ombro.
Nós levantamos e entramos no consultório. A nutricionista olhou os resultados dos exames e depois disse:
– Parabéns, mamãe. Nunca vi resultados tão bons, tudo controlado. Sua alimentação deve ser muito boa. – ela fala.
Nesse momento eu queria muito olhar pra Letícia e rir, mas me controlei. Ela reclama, mas deu certo.
– Vou só prescrever os horários certinhos e pode seguir se alimentando dessa maneira, não abuse de sal, gordura, açúcar e beba bastante água. – ela fala.
– Obrigada, dra. Pode deixar. – ela responde.
– Qualquer dúvida vocês podem voltar. – a médica diz.
Como os resultados dos exames estavam controlados, dentro do recomendado, a consulta não demorou muito.
Ao sairmos da clínica, eu não ia perder a oportunidade de falar.
– Estou esperando o “obrigada, meu amor, pelo seu cuidado com a minha alimentação”. – falo rindo.
– Não fez mais que sua obrigação como pai. – ela diz séria, sem dar o braço a torcer.
– Olha como é orgulhosa. – eu falo rindo e ela rir também.
– Obrigada, meu amor. Você é incrível. – ela fala e me dá um beijo.
– Só estou cuidando do que é meu. – falo e dou outro beijo nela.
Já em casa, nós íamos tomar banho e deitar um pouquinho. Mas antes eu fiz um suco bem gelado, o calor estava demais.
– Estou exausta. – Letícia comenta ao deitar.
– Quer uma massagem, meu amor? – eu pergunto.
– Quero. – respondo.
Levantei, peguei a pomada de massagear e voltei para a cama.
– Se doer muito, me fala. – eu falo começando a massagem.
– Eu amo suas mãos me fazendo carinho. – ela diz.
Fiz a massagem nas pernas e ela dormiu. Dei um beijo no rosto dela e me deitei ao seu lado.
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AMIGA MÍA - Jonathan Calleri
FanfictionQuando você pensa que vai salvar alguém e quem é salvo é você.