CALLERI
Acordei às 10 horas da manhã, relativamente cedo, já que fomos dormir bem tarde.
Olhei para o lado e vi aquela mulher maravilhosa deitada na minha cama, usando a minha camisa para dormir.
“Que sorte eu tenho. Obrigada,
Díos!” – eu penso.Fico observando ela dormir por um tempo, admirando-a. Ainda bem que deu tudo certo, não gosto nem de imaginar o contrário.
Depois desço para cozinha. Minha mãe já está fazendo o almoço, hoje teremos almoço argentino.
– Bom dia, mamá – digo dando um beijo nela.
– Bom dia, hijo. – ela me diz.
– Vai tomar café? – ela me pergunta.
– Não, mamá. Vou comer só uma maçã. – eu digo indo pegar a fruta.
– E a Letícia? – ela me pergunta.
– Ela tá dormindo ainda. Vou deixá-la dormir mais um pouco. – respondo.
– Que teremos para o almoço hoje? – pergunto.
Minha mãe fala que está fazendo as comidas tradicionais argentinas para a Letícia provar.
– Acho que ela vai gostar. – falo rindo.
– Eu espero. Seu pai vai assar as carnes. – minha mãe responde.
– Ótimo. Vou tomar um banho, volto daqui a pouco. – falo, dou um beijo nela e saio.
Subo para tomar um banho, abro a porta devagar, mas percebo que Letícia estava acordada.
– Bom dia, meu amor – falo dando um beijo nela.
– Bom dia, meu camisa 9. – ela responde.
– Quer tomar café? – pergunto.
– Vou esperar pelo almoço – ela fala.
– Precisamos conversar né? – digo.
– Sim. Vou só ao banheiro. – ela fala.
Ela vai até o banheiro e quando volta, se senta na cama próximo a mim.
– Então, amor - começo a falar.
– Eu quero te pedir perdão pelo o que fiz. Eu te trouxe aqui pra casa, depois saio e não dou satisfação. – continuo falando.
– Você não me devia satisfação. Eu exagerei. – ela fala.
– Devia sim, porque eu te convidei pra vir comigo, insisti pra você dormir aqui, e simplesmente saio e não dou satisfação. – eu falo.
– Mas eu saí daquele jeito porque me deu gatilho. Quando disseram do hospital que ela tinha sofrido um acidente eu lembrei de um amigo meu. – falo.
– Amigo? – ela pergunta.
– Sim. Há 7 anos eu perdi um amigo num acidente na Argentina. Isso mexe demais comigo até hoje. Quando fala acidente eu lembro dele. Foi doloroso demais vê-lo partir repentinamente. – digo com lágrimas nos olhos.
– Amor, eu não sabia. Não chore, por favor. – Letícia diz.
– E eu não sinto mais nada por ela, mas não desejo seu mal. E como ela não tem família e nem amigos aqui, eu tinha que ajudar naquele momento. – digo.
– Então eu fui, dei assistência, liguei pra família, fiquei lá até ela estar bem. Ela não teve nada grave, e aí quando a família dela chegou e eu vim embora foi que me dei conta de ligar pra você. Eu fui um idiota. Me perdoa! – digo.
Ela me olhou com aqueles olhos cheios de carinho e me abraçou.
– Estou perdoado? – pergunto.
– Só se você me perdoar também. – ela diz.
– Não tenho o que te perdoar. – falo.
– Eu fiquei com ciúmes de você. Eu acho que te amei desde o momento que almoçamos juntos lá em casa. Estava me odiando por ter começado a gostar de você e não queria admitir que estava com ciúmes. – ela diz envergonhada.
– E é, ciumentinha? – falo rindo.
– É – ela responde colocando a mão nos olhos.
– E por que você não queria me amar? – pergunto.
– Porque, primeiro, eu tenho trauma de relacionamento e depois pensei que você ainda gostava dela, e estava ficando comigo por carência. – ela me diz.
– Jamais faria isso. Saiba que eu amo você. Você é a minha vida. Eu fiquei desesperado quando você me mandou embora do seu apartamento. – falo.
– Me perdoa, mas eu não tinha certeza se você não ia voltar com ela. Porque pra você sair assim só amando-a. Eu não quis me machucar. Quanto mais cedo eu me afastasse de você, menos danos eu teria. – ela fala.
– Não se preocupe. Eu encerrei qualquer contato com ela. – eu falo.
– Ainda teve aquela ida ao Morumbi, foi aí que eu tive certeza que vocês tinham voltado. – ela diz.
– Eu não entendo o que ela foi fazer lá. Nunca se interessou antes. – falo.
– Mas você quase acaba meu psicológico. Um dia ela tá no Morumbi e a internet deduz que vocês voltaram, no outro você faz gol no Maracanã e faz a comemoração de anjo. Por pouco não enlouqueci. – ela fala.
– A comemoração era pra você perceber que eu queria, ou melhor, quero você. – explico.
– E eu ainda fui numa roda de pagode atrás de você porque o Lucas disse que você estava lá. – falo me lembrando do dia.
– Eu estava, mas quando vi você eu dei um jeito de sair sem ser vista. Eu sabia que estando tão perto de você, seria difícil resistir. – ela fala rindo.
– Nossa, Lê. Naquele dia eu quase morro. Voltei para casa muito preocupado com você, pensando que você tinha passado mal. – falo.
– Perdão, amor. – ela fala.
– Vamos esquecer. – falo.
– Vem cá, meu amor. – ela diz me puxando.
– O bom disso é que agora você é meu namorado, e eu ganhei uma declaração linda no Morumbi. – ela fala.
– Eu te amo – falo pra ela.
Nos beijamos e eu poderia viver para sempre nesse momento.
– Desse jeito eu vou ficar mal acostumado. – falo assim que encerramos o beijo.
– Sempre que você precisar, meu amor. – ela diz piscando para mim.
Ela levantou e foi tomar banho, quando saiu eu estava sentado mexendo no Instagram, vendo a repercussão do jogo e da declaração.
– Uau, que deusa. – falo pra ela.
– Não me olha assim, tenho vergonha. – ela diz se cobrindo.
– Amor, já te vi sem roupa ontem. – eu falo rindo.
– É diferente. – ela diz.
– Diferente por quê? – pergunto.
– Porque ontem estávamos nos amando, entregues um ao outro. – ela diz.
– Mas não tem problema eu admirar seu corpo, tem? – pergunto.
– Não, amor. É porque acho que estamos no início, eu fiquei envergonhada. – ela diz ainda constrangida.
– Que bom! Não quero te constranger em nenhum momento. – falo.
– Você é lindo. – ela fala.
Ela se vestiu, colocou a camisa do São Paulo que tinha ficado aqui em casa. Depois iríamos em sua casa buscar algumas roupas.
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AMIGA MÍA - Jonathan Calleri
Fiksi PenggemarQuando você pensa que vai salvar alguém e quem é salvo é você.