CAPÍTULO - 66

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CALLERI

Não achei que seria fácil fazer com que ela me perdoasse, mas ela também me disse coisas pesadas, bem merecidas por sinal. Foi dura, retribuiu de uma forma diferente tudo que eu tinha dito a ela no dia que decidi terminar.

Doeu ouvi-la dizer que não tinha nada a ver com os meus sentimentos, mesmo sabendo que é da boca pra fora. Ela é a única responsável pelos meus sentimentos bons, ela é o motivo deles.

Eu cheguei na portaria do prédio dela passando mal, até o porteiro percebeu e perguntou se eu queria uma água.

Eu neguei e disse que era apenas uma queda de pressão. Ele se ofereceu para ligar para Letícia, mas eu disse que não era preciso, que já estava indo para casa.

Voltei para casa arrasado, tentando pensar numa forma dela me perdoar.

Não ia desistir dela, jamais. Nem que ela me tratasse da mesma forma novamente, eu continuaria a tentar reconquistá-la.

Liguei o som do carro e deixei  no modo aleatório mais uma vez. A playlist dela me matava por dentro. Desliguei o som, era demais para mim.

Como ainda era cedo, resolvi passar na casa do Luciano antes de ir para casa. Queria ver as meninas, estou com saudades delas, e quem sabe eles me deem alguma ideia.

– Oi, Lorena! – falo assim que ela abre a porta.

– Calleri, que surpresa. Entra, fica à vontade. – ela fala.

– Amor, o Calleri está aqui. – ela grita.

– Cadê as meninas? – pergunto.

– Já estão dormindo. – ela diz.

– Ah, passei aqui para vê-las, estou com saudades. – falo.

– Dormiram cedo porque passaram o dia brincando, aí cansaram. – ela diz.

– Fala, Jony. Senta! – Luciano diz apontando para o sofá.

– Vim ver as meninas, mas a Lorena disse que elas estão dormindo. – falo.

– Estão sim. Estavam cansadas. – ele diz.

– Cadê a Letícia, não veio com você não? – Luciano pergunta.

– Nós não estamos mais namorando. – digo.

– Sério? O que aconteceu? – ele pergunta.

– Eu fiz merda, vacilei com ela. – digo.

– Você traiu a Letícia? – ele pergunta.

– Não. Eu vou te contar o que aconteceu. – digo.

Conto ao Luciano tudo que aconteceu e a única coisa que ele me diz é que eu sou burro.

Ok, aceito o elogio, eu realmente sou burro, mas agora eu preciso é de ajuda para reconquistá-la, e não de críticas.

– Me diz o que faço pra ela voltar pra mim. – eu digo e nesse momento recebo uma ligação do Lucas.

Ele queria saber onde eu estava, se estava em casa, se eu queria conversar. Disse a ele que estava na casa do mala, mas que estava tudo bem. Agradeci a ele pela preocupação e desliguei.

– Era o Lucas perguntando se eu não queria ir à casa dele. – falo voltando a atenção para ele.

– Ele sempre se preocupa com a galera, né!? – Luciano diz.

– É. Parece o pai de todo mundo. – falo rindo.

– Se ele te escuta dizendo isso... – Luciano diz.

– Voltando ao assunto, me diz aí o que eu faço para ela voltar pra mim. – falo.

– Cara, não sei. Depois que você a pediu em namoro no Morumbi, tem que ser algo nesse nível. – ele fala.

– Então, a questão é que eu não consigo pensar em nada e também não quero algo pra que todo mundo veja. – digo.

– Não quero expor essa situação, não quero que ela seja exposta. Se é que me entende. – digo logo em seguida.

– Eu entendo sim. Mas eu não sei como te ajudar. – Luciano diz sendo bem honesto.

– Melhor chamar a Lorena, ela entende do universo feminino. – Luciano completa.

– Amor, vem cá. – Luciano a chama.

– Ajuda aqui esse burro a reconquistar a mulher. – ele diz.

– Vocês terminaram? – Lorena pergunta.

– Eu terminei com ela. – eu digo.

– Por que? – ela pergunta surpresa.

Então lá vou contar novamente a saga da minha burrice. Já estou ficando constrangido de ter que repetir a mesma história.

– Nossa, Calleri. Não sei nem o que te dizer. – Lorena diz e eu vejo a decepção na cara dela.

– Eu já chamei ele de burro, amor. – Luciano diz com a delicadeza de sempre.

– Luciano!! – Lorena o repreende.

– Bom, Calleri, você já se superou quando parou o Morumbi para pedi-la em namoro, então fica até difícil pensar em algo agora. – ela diz.

– É, eu estou sem saber o que fazer. – digo.

– Vai no que não tem erro, mulheres gostam de flores e gostam quando vocês lembram de detalhes sobre a vida delas. – ela fala.

– Obrigada pelas dicas, Lorena. Eu vou tentar organizar as ideias e pensar em alguma coisa o quanto antes. – falo.

– Mas fica tranquilo, cara, vocês se amam, ela vai te perdoar. – Luciano diz me dando um tapinha no ombro.

– Espero que você esteja certo. – falo sem otimismo.

A conversa rolou até mais tarde, eles estavam tentando realmente me ajudar. Eu me despedi, agradeci por terem me ouvido e voltei para casa.

Em casa eu fui me lembrando do que a Letícia gosta: São Paulo, animais, Minas Gerais, a família dela, as músicas de pop rock nacional e MPB que ela canta com o pai... Mas nada disso me deu uma ideia clara do que fazer.

Resolvi jantar para ver se alimentado alguma ideia brotava na minha mente.
Vai ver que minha falta de ideia era fome.

Depois de imaginar várias situações sobre o que eu podia fazer, pensei em música. E aí me surgiu uma ideia: mandar um buquê de flores todos os dias, com um cartão escrito algum trecho das músicas que ela gosta. Eu teria de ouvir várias bandas e cantores e procurar um trecho que servisse de declaração, pedido de desculpas... Como a que ela cantou para mim em Minas Gerais.

Daria um trabalhão, porque eu não conheço muitas bandas brasileiras, mas por ela valia a pena tudo isso.
Vou mandar todos os dias, até ela me perdoar. Começarei amanhã. Espero que assim eu amoleça o coração da minha doutora.

Passei a noite no Spotify, ouvindo bandas de Pop rock nacional. Skank, Roupa Nova, Os Paralamas do Sucesso, Titãs, Engenheiros do Hawaii, Kid Abelha, enfim, a lista era enorme. Fui ouvindo as músicas e escrevendo as que eu mais tinha gostado.

A maioria das músicas é bem romântica, é por isso que ela gosta tanto.

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Voltei a pedido da bibidocalleri ❤️

Temos um homem arrependido. Vocês acham que ele merece uma chance?

Votem e comentem para que eu traga a continuação.

Gracias para quem leu até aqui!
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AMIGA MÍA - Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora