CAPÍTULO - 89

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CALLERI

Hoje vai ser o último jogo da temporada, e eu quero muito assistir no Morumbi, vou chamar a Letícia pra ir comigo, certeza que ela vai topar.

A deixei dormir mais um pouquinho hoje, a gravidez dá muito sono e nós estamos de férias, temos que aproveitar enquanto podemos dormir.

Desci para preparar o café e colocar a ração do Jokic, tenho dado pouca atenção a ele esses dias, mas agora nas férias vou sair com ele mais um pouco. 

Depois que Letícia acordou e tomou café, ela me mostrou a proposta da marca infantil, e eu achei bem coerente, falei para ela que por mim estava certo, mas a decisão final é dela, não quero interferir no trabalho dela.

– Mas é você quem decide. – eu digo por fim.

– Eu vou ler com calma mais uma vez, avaliar item por item. – ela diz e eu apenas concordo com a cabeça.

– Está certo, meu amor. – falo.

– Vou mostrar a minha advogada também. – ela fala.

O trauma ainda está presente, ela não esqueceu o que aquele cara louco disse.

– Faça isso. – eu digo.

– Vamos ao Morumbi hoje? – pergunto, mudando o assunto.

– Claro. Vamos sim. – ela diz empolgada.

Sabia que ela ia topar, o estádio é um lugar especial para nós, por vários motivos.

– Amor, vem cá ver uma coisa. – Letícia fala me chamando para sentar com ela no sofá.

– Lembra da menina das fotos que você achou que era eu? – ela pergunta mexendo no Instagram.

– Amor, não quero mais falar disso, por favor. – tento encerrar o assunto.

– Calma, eu só quero te mostrar essa menina aqui. – ela diz me entregando o celular.

– Parece com quem? – ela pergunta e eu vou passando as fotos.

– De costas e de lado, lembra você. – eu falo.

– Acho que era ela que estava naquele bar. – ela fala e eu me surpreendo.

– Ela estava em 3 lugares que eu estava, e usou a mesma blusa que eu usei naquele almoço. Tem várias fotos aqui. – ela me explica.

– Amor, eu aprendi a lição, e não quero mais tocar nesse assunto. – falo.

– Só queria te mostrar, porque tenho quase certeza que era ela. – Letícia diz.

– Tudo bem. Mas vamos falar de coisas boas. – eu digo e devolvo seu celular.

– Já comprei os ingressos para o show do Roupa Nova, viu?! – falo e ela faz cara de espanto.

– Sério, amor? Que rápido. – ela fala animada.

– Chamei o Lucas e a Larissa pra ir também, porque é uma mesa para 4 pessoas. – falo.

– E eles aceitaram? – ela pergunta.

– Sim. Vamos nós 5. – falo.

– Que ótimo. Já vou mandar mensagem para o Rick para agendar cabelo e make. – ela fala.

– Você é linda de todo jeito. – eu falo, mas ela nem me dá bola.

– Ah, falando nisso, o Rick quer te conhecer. Sábado você vai comigo. – ela fala.

– Amor, salão de beleza? – falo, mas já sabendo que não vou escapar.

– É só para eu te apresentar, não precisa ficar lá. – ela diz.

– Ah, então eu vou. – eu cedo, eu sempre faço o que ela quer.

Ela ligou para o salão para marcar o horário e eu fiquei rindo da conversa, estou até com medo de ir com ela agora.

O dia passou tranquilamente, almoçamos juntos, tiramos uma soneca à tarde, e à noite nos arrumamos para ir para o Morumbi.

– Está linda, minha são paulina. – eu falo assim que ela se arruma.

– Obrigada, meu atacante. – ela responde.

– Vamos? – pergunto.

– Sim, vamos! – ela responde.

Entramos no carro e ela logo começou a cantar o hino do tricolor. Foi assim o trajeto todo, eu amo tudo que ela faz.

– Tem mamãe animada né? – eu falo observando ligeiramente.

– Muito, amor. – ela responde.

– Assistir jogo do Tricolor sempre foi especial, depois de você, mais especial ainda. – ela diz em seguida.

– Eu te amo. – digo.

–  Eu te amo mais. – ela diz.

Chegamos ao Morumbi. Alguns fotógrafos perceberam minha presença e tiraram fotos.

O jogo começou, o São Paulo estava dominando. Letícia gritava feito doida pedindo para tocar a bola, para chutar. Ela estava nervosa porque o gol não saia. Quando gol saiu, ainda no primeiro tempo, nós comemoramos demais, na verdade, o Morumbi enlouquece quando é gol do São Paulo. E esse foi do meu parceiro, Luciano. O cara é fera demais.

No intervalo eu saí para comprar uma água pra ela, no caminho algumas pessoas pediram fotos e eu atendi.

Comprei a água e voltei.

– Demorou, amor. – ela diz, e eu já esperava que ela fosse reclamar.

– Esqueceu que eu sou o melhor jogador? Me pararam pra tirar fotos. – eu falo rindo.

– Mulheres, né? – ela diz com ciúmes.

– Sim! Muitas. Ainda me falaram: "larga ela e fica comigo".– eu digo rindo, passando pelo vale da morte.

– Jonathan Calleri não me provoca. – ela diz séria.

– Sério! "Ela não é pra você" "Ela não te ama mais que eu". Elas me disseram. – invento só para ver ela perder o controle.

– Vai lá com elas, então. – ela diz fingindo não se importar.

– Brincadeira, amor. – falo e dou um beijo nela.

– Está muito engraçadinho. – ela diz.

– Eu estou muito apaixonado, isso sim. – digo puxando ela para um abraço e ela rir.

Enquanto estávamos juntinhos, dei vários beijos nela, até amansar a fera. Nós esquecemos até que tinham vários jornalistas e câmeras.

[...]

O segundo tempo começou e o São Paulo continuou com vantagem, mas apesar das chances, o placar terminou 1x0 para o Tricolor.

Depois disso, nós formos até o vestiário, eu queria parabenizar meus companheiros. O primeiro que encontramos é o Luciano.

– Parabéns, cara. Jogou muito. – eu digo.

– Valeu, Jonny. – ele diz.

– Letícia, bom te ver bem. E meu sobrinho, como está? – ele fala em seguida.

– Obrigada, Luciano. Seu sobrinho, ou sobrinha, está muito bem. – Letícia responde rindo.

– Vai ser um garotão. – ele diz.

– Vamos saber segunda. Mas eu acho que é menina.– ela diz.

– Seria bom. Vou ensinar tudo de errado que esse aí ensinou para minhas filhas. – Luciano diz apontando para mim.

– Ah, não, meu filho não. – a mãe diz rindo.

– Me aguarde, Jonny. – Luciano diz por último.

Cumprimentei os outros, enquanto Letícia conversava com o Lucas.

Fomos embora já tarde, o trânsito até que estava tranquilo.

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Deu a louca na autora. 🤭








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