CAPÍTULO - 59

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LETÍCIA

Era de madrugada, eu estava num sono muito bom, aos poucos eu estou tentando por minha vida em ordem. Ainda sinto muita saudade de conviver com o Jonathan, ele me faz falta, mas não parei minha vida por causa disso.

Meu celular começou a tocar insistentemente, porém, pensei que estava sonhando, e achando que era sonho, eu tentava atender, mas não conseguia, até que despertei e atendi sem nem olhar quem era.

– Letícia, o Jokic está morrendo. – ouço a voz desesperada do outro lado do celular.

– Jonathan? – falo, me dando conta de quem era.

– Ele vai morrer. – ele insiste desesperado.

– Deixa de brincadeira, Jonathan. Você está bêbado? – pergunto, com raiva por ele ter me acordado.

– Eu estou falando sério, ele não para de choramingar, está agitado, se debatendo. – ele fala e parece ser realmente verdade.

– Leva ele lá à ONG, estou indo pra lá. – falo.

– Certo. – ele diz.

– Se for brincadeira sua, quem vai morrer é você. – aviso e encerro a ligação.

Eu ia salvar o Jokic, se fosse verdade realmente, ele é só um cachorrinho e apesar de estar odiando o dono dele, ele não tem culpa de nada. Eu gosto muito dele.

Troquei de roupa rapidamente, peguei as chaves do carro e desci. Saí da garagem e como era de madrugada, não tinha muito trânsito, então eu cheguei rapidamente.

Preparei a sala de atendimento e esperei o Jonathan chegar com o doguinho. Alguns minutos depois ele entra, seu olhar era triste, parecia até que estava chorando.

– Oi. – ele diz.

– Me dá ele aqui. – digo.

Levei o Jokic para a sala, mas não deixei o Jonathan entrar. Ele vai ter que esperar fora, como qualquer outro dono, sem regalias.

– Vamos ver o que você tem amigão. – converso com o cachorro.

Fiz as primeiras avaliações no Jokic e ao que tudo indicava, tinha alguma coisa na ração dele que o fez ficar agitado. Provavelmente deve ter sido formiga ou algum outro bicho.

Fiz uma medicação intravenosa para o efeito ser mais rápido. Enquanto isso, fui fazendo carinho nele, apesar da distância, ele ainda tem apego a mim e sente confiança e segurança com meus cuidados.

– Sentiu minha falta, Jokic? Também senti a sua. – eu converso com ele.

– Pena que seu dono é um idiota ciumento. Nós seríamos bem felizes juntos. – eu falo e ele balança o rabo.

Alguns minutos se passaram e pela carinha dele, já estava bem melhor.

– Bom menino. – falo pegando-o no colo.

– Hora de voltar pra casa, você vai ficar bem. – digo abrindo a porta do consultório.

– Como ele está? – Jonathan pergunta.

– Bem. Ele vai ficar bem. Não se preocupe. – tranquilizo meu ex.

– O que ele tem? – ele pergunta.

– Uma reação alérgica. Muito comum em cachorro, provavelmente no pote de ração tinha formiga. – explico.

– Ele vai ficar bem mesmo? – ele pergunta e eu entrego o cachorro.

– Sim. Qualquer coisa é só comprar esse medicamento. – falo entregando uma receita.

– Obrigado, meu... Letícia. – Jonathan ia me chamando de "meu amor", mas percebeu a tempo e me chamou pelo meu nome.

AMIGA MÍA - Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora