CAPÍTULO - 102

437 33 34
                                    

LETÍCIA

Último dia do ano e há muito tempo eu não passava essa data com a minha família aqui em Minas. Se não fosse a gravidez, talvez eu estivesse em São Paulo ou então viajando com eles para algum lugar, como fizemos ano passado.

Eu sei que meus pais estão bem felizes por terem os filhos perto, dá pra ver a felicidade, a empolgação com que eles acordaram hoje. E além dos filhos, o netinho.

O tradicional luau se torna cada vez mais especial para mim, e para eles. A família aumentou, membros novos, histórias e recordações novas também.

Como da outra vez, chamei o Jonathan para me ajudar a limpar o espaço, mas dessa vez eu estava com a mangueira. Na noite anterior estava ventando, como é de costume e estava tudo empoeirado.

Estou pensando seriamente em me vingar do banho que ele me deu da outra vez.

– Eu sei o que você está pensando. – ele diz me olhando enquanto mexe na vassoura.

– Em quê? – pergunto fingindo inocência.

– Em me dar um banho de mangueira. – ele diz.

– Que calúnia. Como é que você calunia assim a mãe do seu filho? – falo fingindo estar indignada.

– Não se faça de inocente. Eu sei que é isso que você quer. – ele insiste.

– Fui ofendida. – finjo tristeza.

– Vem, pode vir. – me chama.

– É você que está pedindo. –
digo.

Me aproximei dele e o molhei com a mangueira, mas ele me puxou para um abraço e eu acabei me molhando também.

– Covardia, Jonathan. – digo, tirando o excesso de água.

– Te amo também. – ele diz me beijando.

Pronto, acabou com minhas forças nesse momento.

– Assim não vale, viu?! – falo depois do beijo.

– Vai dizer que foi ruim tomar um banho de mangueira comigo? – ele diz.

– Não, mas agora preciso me trocar, porque está frio. – digo sentindo o vento gelado.

– Eu vou com você, amor. Mas vamos terminar logo aqui. – ele diz apontando para o local.

Terminamos de limpar e fomos para casa. Tomamos um banho quente e trocamos de roupa.

O dia estava um pouco frio, creio que vá chover a noite. Ainda bem que uma parte do espaço do luau é coberto, se chover muito só não teremos como manter a fogueira acesa. Mas é muito bom quando chove, porque fica aquele clima bom.

Meio-dia nós fomos almoçar, depois eu ajudei minha mãe a lavar os pratos e limpar a cozinha.

Aproveitamos também para adiantar as comidas do nosso jantar.

Umas 14h começou a trovejar bastante, eram trovões e relâmpagos muito fortes, desses que dá a impressão que o céu está rachando.

– Acho que vamos ter que mudar os planos de hoje à noite. – minha mãe diz.

– Também acho, mãe. – falo fazendo a sobremesa da noite.

– Vou esperar seu pai voltar pra gente ver o que faz. Acho melhor fazermos o jantar aqui na varanda mesmo. – ela diz.

– Vai fazer muito frio e provavelmente chova a noite toda. – falo.

– Vou ter que separar uns cobertores para essa noite, o frio quando vem assim, não alivia ninguém. – ela diz.

AMIGA MÍA - Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora