CAPÍTULO - 99

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LETÍCIA

Estávamos de volta ao Brasil depois dessas mini férias, mas, faltava ainda a virada de ano na casa de meus pais. Chegamos na quarta-feira cedo em São Paulo, passamos o dia inteirinho sem fazer nada, só brincando com o Jokic.

DIA SEGUINTE.

Hoje é dia de arrumar tudo para irmos pra Minas. Jonathan está nervoso de ter que encontrar meu pai sabendo que engravidou a filha dele sem casar, eu dei muita risada quando ele disse isso. Em que século ele acha que meu pai vive? Meu pai é uma pessoa tão a frente do seu tempo. Mas já que ele está assim, vou aprontar uma com aquele argentino.

Decidi ligar pra meu pai e contar o que o Jonathan disse.

– Oi, pai. – digo assim que ele atende.

– Filhota, como vocês estão? – ele responde em seguida.

– Estamos bem e com muita saudade. – falo.

– Que dia vocês vão vir? – ele pergunta.

– Amanhã. Sairemos cedo daqui, como da outra vez. – falo.

– Que bom. Léo vai buscar vocês, viu?! – ele diz.

– Pai, queria combinar uma coisa contigo. – falo.

– Pode dizer, filha. – ele fala.

– O Jonathan está agoniado de ter que te encontrar porque está com medo da sua reação, sabendo que eu estou grávida e a gente não casou ainda. – eu falo rindo e ouço meu pai rir também.

– Sério? Coitado. Como se isso fosse a pior coisa do mundo. Eu estou tão feliz de ter um neto, ele nem imagina o quanto. – meu pai diz.

– Mas eu quero que quando vocês se encontrarem, você comece a falar como se não tivesse gostado. Só pra ver a reação dele. – falo.

– Oh, filha, o coitado. – meu pai diz.

– Não precisa pegar pesado não, só dá um susto nele. – falo.

– E se ele ficar chateado comigo? – meu pai pergunta.

– Fica não, pode confiar. – digo.

Combinei tudo direitinho com meu pai, quero só ver a reação do argentino.
Jonathan estava na cozinha e eu no quarto, eu terminei a ligação bem na hora que ele entrou no quarto.

– Oi, amiga mía, está tudo bem? – ele fala me dando um beijo.

– Sim, meu amor. Estava falando com meu pai. – digo.

– Por Dios, o que ele disse? – ele fala um pouco agoniado e eu rio.

– Nada, só perguntou que horas a gente sai e disse que Léo vai nos buscar. – respondo.

– Não estou com coragem de enfrentá-lo. – ele diz.

– Relaxa, amor. – falo, fazendo um carinho em seu rosto com a mão livre.

– Qualquer coisa, se ele quiser me matar, você me defende. Diz que não pode viver sem mim, que me ama, que nosso Sebastian não pode ficar sem o papai. – ele diz rindo.

– Dramático que só. – falo rindo dele.

– Mas pode deixar que eu não vou permitir que meu pai faça churrasquinho de você. – digo rindo.

Eu não conseguia acreditar que o Jonathan estava mesmo preocupado com a reação do meu pai. Sendo que já tínhamos contado pra ele, e ele reagiu bem de boa.

Fomos tomar café e eu estava com muita fome.

– Amor, obrigada por ser tão incrível com a gente. – falo observando mesa de café da manhã.

– Só estou fazendo o que é certo. Cuidando do que é meu. – ele diz com o maldito sorriso de lado.

– Sebastian tem muita sorte de ter você como papai. – falo.

Às vezes eu fico emotiva do nada. Nesses últimos meses foram muitas emoções, mas eu consegui reagir bem a todas, quer dizer, quase todas. A descoberta da gravidez me deixou assim, chorosa.

Terminamos o café da manhã e eu fui com o Jonathan até meu apartamento ver como estavam as coisas e pegar algumas roupas minhas. Enquanto eu arrumava minhas coisas, ele saiu, disse que precisava resolver umas questões, não me disse o que era e eu também não perguntei.

Organizei minhas roupas em uma mala, aproveitei para por algumas coisas no lugar e também entrei em contato com uma empresa de limpeza, meu apartamento estava precisando do serviço deles.

Quando encerrei todas as atividades, liguei  avisando que estava esperando e minutos depois ele chegou. Voltamos para a casa dele, eu refiz as malas que tínhamos levado para o México e Argentina e isso me deixou bastante cansada.

– Preciso de água. – falo sozinha, respirando igual a cachorro cansado.

Fui até a cozinha beber água e encontrei Jonathan brincando com o Jokic na sala.

– Amor, tudo bem? – ele pergunta.

– Sim. Só estou com sede e um pouco enjoada. – falo.

– Senta aqui, vem. – ele chama.

– Pega água pra mim. – peço.

– Já vou. – Jonathan diz saindo.

Ele trouxe uma garrafa e eu bebi quase toda. Aos poucos o enjoo foi passando.

– Quer ir ao hospital? – Jonathan pergunta preocupado.

– Não, amor, é só cansaço. Já vai passar. – digo.

Ele fica todo preocupado com qualquer coisa que eu sinto, é muito fofinho.

– Vem cá, um carinho ajuda a passar. – digo pra ele.

Ficamos abraçados, um fazendo carinho no outro, sem dizer nada, apenas nos curtindo.

Antes de anoitecer eu passei para assinar o contrato com a marca infantil que tinha me feito a proposta. Isso me deixou um pouco mais confortável e segura em relação ao futuro.

Minha primeira campanha era para revelar o nome do bebê, eles fariam uma roupinha especial para esse momento, roupinha essa que eu só vou ver no dia da gravação. Então já sei que vou chorar muito.

Tive de ligar pra todo mundo da família e pedir sigilo em relação ao nome, para não estragar a campanha. Ainda bem que eles não tinham postado nada.

Mas tinha um probleminha, certas pessoas também sabiam, mas não creio que seja do interesse dela postar, visto que ela ficou bem chateada com a escolha do nome.

Parei de pensar nisso e foquei nas coisas boas. Eu seguirei com a ONG, pois graças aos últimos vídeos tive bastante visualizações. E também seguirei trabalhando, pelo menos um contrato fixo. Quem sabe não surjam outras campanhas no nicho da maternidade?!

Ao retornamos pra casa, já tinha escurecido. Eu estava com muita vontade de comer açaí, Jonathan não queria que eu comesse, mas aí eu apelei pra gravidez e disse que era desejo, pronto, não demorou muito para entregarem.

Íamos sair bem cedo para a fazenda dos meus, mais precisamente, de madrugada, gosto de viajar nesse horário porque quando chego em Minas, consigo assistir o nascer do Sol. E esse ia ser o primeiro carregando o meu filho na barriga. Gosto de curtir a sensação de fazer algo pela primeira vez, é inesquecível.

Já tinha visto com o Jonathan da outra vez que viemos, agora seria nós dois com o Sebastian na barriga.

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Dias de paz para Letícia e Calleri.

Alguém ansioso para o nascimento do Sebastian?

Votem e comentem para os capítulos finais.

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AMIGA MÍA - Jonathan Calleri Onde histórias criam vida. Descubra agora