Meus olhos cintilavam ao ver a diversidade de brinquedos nos corredores, os quais aumentavam cada vez mais a medida em que eu andava.
Eram objetos que eu nunca havia visto antes... Pareciam tão inovadores e bizarros. Ele criava todos eles, então? Incrível...
Prateleiras recheadas, assim como suportes ao chão. A loja não era tão grande assim, talvez fosse impressão minha por tudo estar sendo preenchido por objetos..
Ficava um pouco tímida por ter vindo a um lugar tão "ostentoso" como este com as minhas vestes normais... Como se eu tivesse alguma outra fora do meu mundo...
Estava na sessão de bichinhos de pelúcia, haviam de todas as formas e tamanhos, tão coloridos... Se eu pudesse, levaria todos eles para o orfanato, as crianças iriam ficar tão felizes em recebê-los.
Então eu vejo, mais ao canto da loja, um animal de pelúcia que destoava-se dos outros. Era uma enorme cobra púrpura claro, a qual parecia estar recheada por alguma coisa... Doces? Pelúcia? Não sei, mas seu tamanho era gigante.
A curiosidade ataca a minha mente, ando até ela e agacho minhas pernas. Faço menção em tocar na sua boca, que estava um tanto aberta, conseguia ver algo por dentro... Mas passos estalam atrás de mim.
- Com licença, senhorita. Precisa de ajuda?
Levanto-me e viro-me para trás no mesmo instante, para ver de quem era aquela voz tão aveludada e grossa, lembrando-me um locutor de rádio.
- Ah.. Olá, eu..
Assim que meus olhos viram-se para ele, minha boca trava de imediato. Sinto os pelos do meu corpo se arrepiarem com aquela visão... Minha espinha paralisa, assim como o meu corpo.
Ele utilizava uma cartola preta, com detalhes brancos... Seus cabelos eram ruivos, tão vermelhos que pareciam sangue, com os fios escorrendo por sua face abaixo da cartola, alcançando até o seu peito.
Sua pele era tão pálida que deixavam os seus cabelos mais vívidos, parecia ser uma superfície intocável e macia. Os seus olhos continham tonalidade tão verdes quanto os meus, contornados pelo que parecia ser uma maquiagem preta com desenhos muito bem feitos.
Consigo encarar apenas aqueles olhos esmeraldas, que encaravam-me intrigados, estava perdida neles. Seus lábios então, pareciam ser mais macios do que sua própria pele.
Aquela roupa que o contornava, era algo que eu jamais havia visto antes, ao menos nunca vi alguém se vestir de maneira tão excêntrica e luxuosa.
Em seus ombros haviam penas brancas, plumas, as quais pareciam flutuar de tão leves e elegantes que eram, serviriam como suas ombreiras. Consigo notar que haveria um ratinho de brinquedo apoiado em seu ombro, tendo uma manivela para dar corda.
Uma sobrecasaca preta e longa encobria o seu corpo, com um colete vermelho vinho, que acompanhava junto de seu colarinho branco volumoso com dobras.
Ele fazia questão em demonstrar o seu relógio de bolso dourado, deixando-o amostra na abertura direita, com a corrente reluzente que o ligava a suas vestes. Calças justas e de cintura alta incrementavam o seu estilo, provavelmente escondiam suspensórios que as ligavam.
- Senhorita?
- Eu..
Estava tão perdida... Maldição, ele deveria achar que eu fosse retardada!
- ... Eu gostei da sua cobra.
- Perdão?
Aponto com o meu dedo para o chão, onde aquilo encontrava-se imóvel, não havia chegado a tocá-la.
- Ah, compreendi, esta cobra... O Mr. Glutton.
Ele diz pegando o brinquedo e colocando em suas costas, parecendo conter um peso enorme. Devo deduzir que é um nome bem criativo para um brinquedo.
- Infelizmente, não está a venda, senhorita..?
Ele queria saber o meu nome...
- Alice, Alice Liddell.
- Oh, senhorita Alice, voltarei em breve, não saia daqui, por favor. Sinta-se a vontade para explorar a loja.
- Está bem.
Ele sai em passos rápidos com o brinquedo apoiado em sua coluna, mas logo escuto sua voz novamente.
- Aliás, meu nome é Jason. Jason Meyer.
-----
VOCÊ ESTÁ LENDO
Jason, The Toy Maker - O Outro Lado do Gume
Romance๑Dark Romance๑. +18 - Querida Alice Liddell... O seu País das Maravilhas será meu! Suas palavras eram tão doces, assim como a sua feição e o seu jeito encantador. Mas, as coisas muitas vezes não são o que parecem ser... Jason não era apenas um home...