CAP. 99 - Velhos Hábitos

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Meus olhos brilhavam para Jason, quase puxando o seu casaco em sinal de bajulação. Queria muito sair daqui!

- Hm... Faremos um acordo.

- O que você quer?

Não poderia esperar nada menos do que isto... Jason sendo um ganancioso em tudo o que fazia. Sua humildade era praticamente nula.

- Quero a minha poltrona.

- Por que está dando tanta importância para uma poltrona? Pode comprar quantas quiser!

- Bem, aquela fui eu quem fiz... Então tem grande valor para mim. Aliás, deve domesticar melhor o seu gato.

- Cheshire não é um gato domésticavel, não sei se já percebeu! Mas sim, consigo fazer ele trazer sua poltrona novamente.

- Ótimo! Então temos um acordo, querida.

- Sim, temos um acordo. - Falo revirando os olhos e apertando a sua mão.

- Pois bem, melhor colocar outra roupa para sairmos.

- E o que as pessoas daqui vestem?

- Nem queira saber, querida... Mas mostraremos o que é ter um pouco de classe.

Caminhamos até o segundo andar, sentia-me agitada para conhecer o novo mundo lá fora e as tantas perguntas que iria fazer a Jason.

- Separei alguns vestidos para você, estão no armário do banheiro. Sinta-se livre para escolher o que mais lhe agradar.

- Hm, agradecida.

Entramos na parte de seu apartamento, onde vou quase correndo para o banheiro. Acho que Jason estava me acostumando muito mal, mas era melhor do que ficar trancada em uma cela. Não iria reclamar.

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Jason:

Seguro em minhas mãos um jornal antigo, tornando-se até mesmo bizarro ler algo assim em uma época tão moderna. Algo atual se tornava-se antigo.

Mas assim que vou sentar para ler, lembro-me que minha poltrona havia sido roubada recentemente.

- Maldito.

Ando até o sofá ao lado, ficando por ali para esperar Alice trocar as suas vestes.

Ela ficaria bem com qualquer uma das roupas que ofereci, pois todas eram criadas exclusivamente para o seu corpo. Isso era tão divertido, igual a um belo passatempo.

Sua cintura era tão fina que nem sequer dava-me trabalho em gastar muitos de meus finos tecidos. Definitivamente era como fazer roupas para as minhas diversas bonecas.

C. - Ouvi dizer que quer a minha poltrona.

A voz daquele gato sarnento surge um pouco ao longe de meus pés. Se havia algo que gostaria de fazer era tirar esse sorriso indiscreto de seu rosto.

Abaixo meu jornal para vê-lo, sentia que ele sempre estava debochando de qualquer situação em que encontrava-se.

- Está se referindo a MINHA poltrona?

C. - Achado não é roubado.

- Deve ter realmente gostado dela, torna-se até mesmo um elogio para mim, já que fui eu quem a confeccionei.

C. - Na verdade não. Apenas quis zombar da sua cara.

- Ah, não precisa esconder seus sentimentos Cheshire. Deveria me tratar do mesmo modo com o qual sua dona me trata.

Jason, The Toy Maker - O Outro Lado do GumeOnde histórias criam vida. Descubra agora