- Sua vida, querida? Ah, sim...
Jason parecia totalmente indiferente para a minha fala.
- Farei o que estiver ao meu alcance para zelar por isto.
Seu sorriso macabro toma conta, deixando-me livre na cadeira, estendendo sua mão para levantar-me.
- Fará realmente?
Digo com a minha expressão em dúvida e um tom de ironia, enquanto levanto-me em sua frente.
- E por que acharia que não faria?
Mas toda a situação provava ao contrário... Suas garras passavam por minha jugular, massageando a minha pele, com a cor de seus olhos ficando cada vez mais fortes...
- Como você diz... Apenas um palpite.
Jason ri com a minha fala, agradando os meus cabelos pretos...
- Já está aprendendo muitas coisas junto a mim, querida...
Estávamos retirando as louças da mesa, mas sentia uma tensão pulsando no ar, pois Jason não retirava os seus olhos de mim em meus movimentos entre o balcão e a pia.
- Perdeu alguma coisa aqui e está tentando achar?
Falo cruzando os braços, encostando o meu corpo no balcão, confrontando-o. Seus olhos abrem-se em surpresa, arrumando o seu colete eu sei peito.
- Não posso olhar o quão belo ficou a minha obra em você, querida?
- Acho que pode.
Jason apenas ria de minhas palavras, como se estivesse levando tudo em uma sádica brincadeira.
- Ah, mas eu tenho certeza.
Jason me leva para fora da cozinha, apontando a saída com seus braços. Caminhamos para a sala, não sabia o que ele queria.
- E quanto a louça?
- Louça? Ah, eles irão lavar, não se preocupe.
- Eles?
A porta da sala se abre, vindo do corredor um pequeno polvo de plástico, o qual passa rapidamente próximo de nossas pernas.
- Ah, compreendi... Incrível.
- Gostaria que eu lhe fizesse um boneco, Alice?
- Seria muito interessante... Mas não incomodaria você se..
- Jamais, querida.
Descemos as escadas em seguida, me direcionando para o ateliê.
Jason para na porta, enquanto ando até o centro daquele lugar.
- Durante a noite, posso lhe mostrar o meu ateliê de costura.
- Claro, seria ótimo, obrigado.
- Não precisa agradecer... Bem, irei abrir a loja, qualquer coisa.. - Interrompo-o.
- Não hesitarei em lhe chamar.
- Muito bem, querida.
Jason vira-se para a saída, olhando para mim uma última vez...
Acho que estou ficando.. Sentimental e sucinta perto dele... Não consigo ver isso como algo bom, pois tudo o que Jason dizia, quase concordava automaticamente.
Estava lutando contra isso... Mas a visão de um novo mundo ao seu lado era extremamente sedutora para dizer não.
Nem em meus maiores devaneios, imaginaria encontrar alguém como ele... Ao mesmo tempo tão perfeito... Mas em contrapartida, teria segredos sujos, já estando mais do que provado que havia matado pessoas...
Sua forma natural não era boa, então como eu gostava daquilo? Eu era seduzida por isto... E pela personalidade Jason ao mesmo tempo. Gostava da verdade... Por mais temível que fosse.
Claramente, eu não poderia mais ir embora daqui... Ao menos, não viva. O medo estava enforcando a minha garganta, mas não o deixaria sair.
Já havia sofrido muito mais do que arranhões em minhas costas... Minha cabeça já havia sido aberta, teriam colocado metais em meu cérebro e sangue-sugas em minha pele.
Torturas e mais torturas... Diziam que era para a minha melhora, mas esses métodos terríveis jamais me ajudaram. Entretanto, deixaram-me forte o suficiente para enfrentar algo como Jason, mesmo que ele não fosse uma grande ameaça...
Estava adicionando detalhes em meu cavalo de madeira, raspando-o com uma pequena faca, lascando seus olhos. Era a melhor forma para se pensar, debater sobre o que estava acontecendo...
Ser convencida da noite passada... A qual foi preenchida por milhares de sentimentos... Ah, talvez deixei-me levar pelo momento, mas estava feliz, por alguma razão, de "minha primeira vez", ter sido com Jason.
Ele foi gentil... Gostei disso... Mas parecia estar se segurando tanto para não me machucar, talvez... Acho que estava fascinada por sua determinação em um tratamento tão cordial e "delicado" quanto a mim.
Deveria temer ele, por mostrar ser um "monstro"? Um belo monstro, sim... Mas ele parecia ser uma criatura tão boa para mim... Não quero me enganar, realmente não quero.
Mas acho que já está mais do que comprovado que Jason realmente não quer fazer mal a mim... Ao menos, não intencionalmente. Neste instante, sinto os pontos em minhas costas... Foi um pedido de perdão.
As horas parecem se passar tão rápido quando estamos entretidos em pensamentos e trabalhos que gostamos... Cheguei a conclusão de aqui era um lugar bom, Jason estava me dando tudo, não precisaria de nada... Acho que não queria sair daqui.
E ele estava certo quando disse que era melhor ficar aqui, junto a ele, do que em uma prisão, condenada a forca.
- Olá, querida.
- Ah, olá Jason.
Recebo-o com um sorriso carismático... Espero não ficar tão óbvio que meus pensamentos estavam focados apenas nele durante o dia todo.
Jason aparece com um pequeno prato em suas mãos, colocando-o sobre o balcão. Havia um pudim de morango, coberto por calda de chocolate, com suco de mesmo sabor.
- Gostaria de comer aqui, ou em meu jardim?
Meus olhos devoravam aquela visão, realmente não esperava por isto.
- Podemos ir ao jardim?
- Claro, bonequinha.
Ando por sua frente, subindo as escadas, caminhando até o terceiro andar, logo para a cobertura.
- Não acredito que fez um pudim para mim! É uma das minhas comidas preferidas.
Falo enquanto sento na cadeira um tanto gelada, mas confortável. A visão daquele paraíso ainda não havia entrado em minha mente.
- Oh, mas é claro... Um doce, para outro doce.
- Bem, você disse que não gosta de comer doces.
- Tomarei apenas o suco.
- Ah, perdão, acho que não entendeu o que quis dizer...
Jason se senta ao meu lado, franzindo as suas sobrancelhas em pensamentos. Logo seus olhos se arregalam para mim, em um incrível sorriso e uma risada espontânea.
- Tenho as minhas exceções! A senhorita é um doce especial que tenho o prazer em degustar...
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Jason, The Toy Maker - O Outro Lado do Gume
Romance๑Dark Romance๑. +18 - Querida Alice Liddell... O seu País das Maravilhas será meu! Suas palavras eram tão doces, assim como a sua feição e o seu jeito encantador. Mas, as coisas muitas vezes não são o que parecem ser... Jason não era apenas um home...