CAP. 123 - O Último Chá

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Alice:

- Acho que devemos ver como ela está...

Minha preocupação era clara, pois sabia do que o Chapeleiro era capaz de fazer... Não queria que ele a usasse como um de seus experimentos absurdos.

- Alice... Se ele tem algum resquício de minha personalidade, tenho certeza de que não fará nada para matá-la. Bem, pelo menos no início não.

- No início não...

- Não se preocupe tanto, querida. Chapeleiro deve ter bons modos e irá tratá-la de forma receptiva.

Olhava nos olhos de Jason e ainda continuava sendo impossível saber quando ele estava mentindo ou não... Acho que só queria me tranquilizar.

- Vamos esperar mais algumas horas então... E espero vê-la viva.

- Hm, pode ter certeza de que se aquele maldito fizer algum mal a minha criação, terá o mesmo trágico fim.

Nestas palavras eu poderia confiar, pois eram a marca registrada de Jason, um homem vingativo.

Cruzo minhas pernas em um sofá preto estofado, havia uma mesa entre mim e Jason, estávamos em uma conveniência de Chá.

Ficava observando o lado de fora pelo vidro do estabelecimento, analisando as pessoas deste lugar, coisa que mal tinha tempo para fazer...

- Este lugar não é tão ruim assim.

Jason diz tomando sua xícara de chá, dando uma pequena piscada para mim.

- Existem lugares bons e ruins no País das Maravilhas... E quando eu digo ruim, é realmente um inferno.

- E por acaso nós teremos que ir a esses infernos?

- A alguns deles sim... Precisamos de toda ajuda possível nessa situação.

E ainda nem sequer tinha a palavra do Chapeleiro quanto ao seu exército... Estava cansada de esperar.

- Não aguento mais esperar! Vamos.

Levanto-me do sofá e caminho em direção ao balcão para pagar, apressada.

- Alice... Francamente, deve controlar essa sua ansiedade.

- A única coisa que eu controlo é a vontade de cortar sua garganta.

Retiro o meu dinheiro do bolso do vestido e estendo para o atendente que me olha em incompreensão.

?. - Para a senhorita Alice não irá custar nada.

Fico surpresa com aquela frase, aliviando aquela situação, fazendo um leve sorriso aparecer em meu rosto.

- Nossa, muito obrigada!

Eu e Jason começamos a andar para a porta, mas novamente escutamos a voz do atendente.

?. - Mas para o senhor ao seu lado são cinco dólares.

Olho para Jason, percebendo uma pequena mecha de seus cabelos ruivos ficar branca...

- Perdão... Por que Alice não precisa pagar e eu sim?

?. - Ordens do Chapeleiro a todos os estabelecimentos daqui.

- Ah, é mesmo?

Jason larga do meu braço, andando novamente em direção ao balconista, apoiando seus cotovelos no balcão...

- Jason.. - Digo tentando segurá-lo, mas era em vão.

- Então diga ao Chapeleiro que tenho um recado a ele.

Jason, The Toy Maker - O Outro Lado do GumeOnde histórias criam vida. Descubra agora