CAP. 145 - Espera Agonizante

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Notas da autora:

Devo um pedido de desculpas a vocês, pela demora de uma semana com os capítulos. Eu realmente estava ocupada, semana de provas e penúltimo ano da faculdade de Psico.

Irei continuar postando os capítulos a partir de hoje, agradeço pela compreensão de vocês e por me motivarem a continuar escrevendo!

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Alice:

A porta azul começava a diluir-se pela parede antiga daquele salão, o qual cheirava a brinquedos antigos...

Ajoelho-me ao chão, sentindo o que parecia ser o meu coração, entrar em colapso...

- Como você pode fazer isso... Nós deveríamos morrer juntos...

C. - Bem, se está sala ainda existe, significa que Jason ainda não morreu. Aliás, ele é um dos seres mais forte que já conheci, então matá-lo será algo difícil de acontecer.

Cheshire toca em meu ombro, dando-me um leve susto com a invasão de sua voz ao ecoar pela oficina.

Sua luva branca oferece-me ajuda para levantar, em meio ao meu desespero, o descanso e alívio ao vê-lo...

Não penso duas vezes em levantar-me e abraça-lo rapidamente, como se ele fosse ajudar-me a repôr as minhas emoções quebradas, perdidas.

- Obrigado! Obrigado por estar aqui!!

Estava chorando sem poder me controlar, só pela ideia de perder Jason... Minhas mãos tremiam consumidas pelo ódio, mágoa e tristeza... Agora, pela esperança.

C. - Estou aqui para conforta-la... Mas devo lhe dizer, não tenho poder para tirá-la deste lugar.

- Mas deve haver algum jeito! Você não consegue passar os seus dons novamente para o meu corpo??

C. - Não recordo-me se lhe disse, mas está habilidade precisa de um longo tempo para ser reutilizada novamente... É desgastante para mim quando a uso.

- Preciso sair daqui, tenho que pensar!

C. - Bem... Eu não consigo tirá-la deste abismo em meio ao vácuo, entretanto...

- Entretanto?

Cheshire retira de suas vestes robustas e azuladas, um relógio de bolso, antigo e um tanto descuidado, mas acho que entendia o que ele gostaria de insinuar...

- Ele poderá ajudar-me nisso..?

C. - Se é isso que deseja, talvez ele possa dar um jeito. Basta apenas assentir, que irei convoca-lo em urgência... Mas devo lhe alertar, talvez demore um pouco.

- Então vá o quanto antes, por favor!

C. - Como desejar, Alice... Voltarei logo, e, com notícias de Jason...

E então Cheshire some em meio a fumaça translúcida, deixando-me só outra vez naquele cômodo um tanto familiar.

A porta oculta ao final da oficina estava entreaberta, deixando aquele cheiro de decomposição sair aos poucos... Não vejo outra opção a não ser fecha-la.

- Como consegui transar com ele dentro desse açougue podre...

Volto para o centro dos tapetes coloridos, fazendo a minha cabeça girar com ideias e pensamentos horrorosos sobre Jason...

Não, não poderia imaginar isso... Ou talvez realmente acontecesse. Tentava acalmar-me, mas era uma missão impossível...

Por que ele não deixou lutar-me ao seu lado? Para que se sacrificar-se como um tolo? Eu não iria morrer, iria batalhar até a morte naquela armadilha. O protegeria, assim como ele a mim... Talvez eu fizesse o mesmo.

Meus olhos correm por aquele cômodo sutilmente sinistro, porém confortante, enquanto remoia meu cérebro em ideias constantes...

Olho fixamente para o anel em meu dedo, rubis vermelhos, lindos... Entretanto, consigo notar que seu brilho não era tão intenso e vermelho como antes ao lado de Jason.

Talvez fosse um dos tantos segredos daquele homem... Ao ficar perto de mim, o anel pulsava e irradiava a luz vermelha dos rubis em pétalas de rosa. Mas, longe de seu criador, perdia sua força e intensidade.

- Não posso deixá-lo...

Os minutos de espera foram uma tortura, já havia decorado quase todos os detalhes de sua oficina oculta, deixando-me cada vez mais psicótica por ele...

C. - Sinto muito pela demora, Alice.

Levanto-me do tapete, o qual estava sentada, virando-me para Cheshire em um sorriso largo ao ouvir sua voz felina.

- Quais são as notícias?

C. - Prefere as boas ou as más notícias primeiro?

- As boas...

C. - Pois bem, em breve irá sair daqui, não precisa se preocupar com isso.

- ... E as más?

C. - Jason está sendo levado para o castelo da Rainha de Copas... Eles o prenderam como um animal, cercado por um imenso exército de cartas "aprimoradas". Ainda não sei o que irá acontecer com ele.

- Não devemos arriscar!

Droga, como conseguiram prender Jason?!? Nem eu consegui fazer isso! Estão usando tranquilizantes para animais de grande porte??

Cheshire recapta a minha atenção ao tocar em meu braço, fazendo-me olhar para ele em ansiedade.

C. - Você terá apenas cinco segundos para entrar dentro da fenda, antes que ela se feche.

- Já é o suficiente.

Ficamos em silêncio por alguns instantes, até seus olhos gatunos fitarem o meu corpo de forma estranha.

- O que está olhando?

Mas ele nada responde, continuando a examinar o meu ventre de um jeito que nunca o vi fitar antes.

- Cheshire!

C. - Quando pretende contar a ele?

Fico ainda mais em dúvida com aquela questão.

- Contar o quê?

C. - Sobre a criança em seu ventre.

Jason, The Toy Maker - O Outro Lado do GumeOnde histórias criam vida. Descubra agora