CAP. 134 - Surtos Inevitáveis

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Jason estava ajudando-me a colocar aquele vestido azul claro, com a calda armada em vários tecidos... Ele já havia alertado-me que segurar uma faca com aquele enorme vestido talvez não combinasse. Bem, esta era a sua visão.

- Não me importo com isso, é o vestido que escolhi e quero usá-lo.

- Teimosa.

- Nervosinho.

Havia um grande laço sendo amarrado atrás de minha cintura, branco e volumoso, com uma longa fita caindo quase até o chão.

Teriam babados brancos em seu final, contornando-o completamente. As primeiras camadas pareciam ser feitas do mais fino, leve e transparente tecido.

Em sua frente continha um avental adornado com coelhinhos bordados, em várias posições, como se estivessem escalando o meu vestido.

- Ficou perfeito em você, querida.

- Como se você não o tivesse feito apenas para mim... Eu adorei, obrigado.

Jason também estava trocando sua roupa, a qual antes ele teria colocado às pressas em seu apartamento.

Um longo casaco preto em forma de sobretudo, este também teria plumas em seus ombros, porém eram negras e compridas.

Calças negras e justas de couro, como sempre... Um cinto que apertava a sua cintura com a fivela de prata e lustrada. Sapatos escuros brilhantes, uma camisa branca social de mangas compridas por de baixo de seu sobretudo. E claro, o que não poderia faltar, a sua cartola.

- Agora que estamos um pouco mais apresentáveis, terei o prazer de destruir a Rainha de Copas.

- Mas ainda não podemos ir até ela ainda!

- Por que não? Aquela puta invadiu o meu apartamento!

- Eu entendo que esteja com raiva pelo que ocorreu, mas ainda precisamos ir em apenas mais um lugar.

Jason revira os seus olhos, aproximando-se perto dos portões do castelo para abri-lo, mas seguro o seu impulso.

- Ela sabe onde estamos e mandará que nos ataquem outra vez! Temos que sair daqui e não podemos ser vistos andando pelas trilhas deste lugar.

- Apenas desta vez irei seguir o que diz, e espero estar certa em seus ideais... Ou então, faremos do meu jeito.

- Ótimo. - Concordo ao mesmo tempo em que discordo.

Andamos por todo o pequeno castelo rosa, procurando algum saída por sua traseira, até acharmos uma pequena porta de madeira com pintura desgastada, antiga e em mal estado.

Assim que saímos por ela, deparava-me com uma das coisas que mais odiava em ter de fazer. Aquele lugar era praticamente um labirinto de casas de bonecas velhas... Várias e várias dessas casas enormes grudadas umas nas outras, sustentadas por madeiras que as conectavam ao chão do abismo obscuro abaixo das mesmas. Mesmo que tivéssemos saído do castelo, o lado de fora era desafiador.

- Realmente sabe para onde temos de ir?

Quando estou prestes a respondê-lo, uma mão toca o meu ombro, uma luz no final do túnel.

C. - E como ela não poderia saber? Alice criou este lugar. Sua intuição sempre estará certa.

Cheshire estava atrás de mim, sentado sobre o ar, sorrindo enquanto flutuava e soltava o meu ombro.

- Pelo visto privacidade é algo que não teremos neste lugar.

C. - Quer privacidade, Jason? Primeiro livre-se daquele coelho caolho que espionou milhares de crianças... Está tendo a privacidade que merece.

Jason, The Toy Maker - O Outro Lado do GumeOnde histórias criam vida. Descubra agora