CAP. 9 - Perfume de Rosas

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Seu sorriso perfeito com dentes brilhantes aparecem para mim, chamando-me com sua mão em seguida.

- Venha comigo, querida.

Saímos pela pequena porta vermelha da sala. Haviam tantas peças espalhadas pelo chão, estantes e caixas de tão diversos brinquedos que apenas Jason saberia como trabalhar em meio aquilo tudo.

Logo estávamos atrás do balcão da loja, após passarmos um pequeno corredor. Então, estávamos nos bastidores daquele lugar anteriormente...

Jason revira abaixo do balcão, pegando um molho de chaves coloridas em sua mão.

- Para onde vamos?

- Para o segundo andar.

Entramos pelo pequeno corredor que daria para a porta vermelha, mas ao invés de seguirmos reto, havia outra porta à esquerda, marrom e de madeira.

Os detalhes pareciam ter sido esculpidos a mão, contorcendo quase toda a porta, com imagens dos mais inovadores brinquedos desenhados na madeira. Caracóis entalhados por suas bordas, lixados e pintados a mão.

Jason abre aquela porta, até eu dar-me conta de que estava nas mãos de um completo desconhecido... Meu corpo ainda não havia saído do choque de fugir daqueles policiais e agora estar em outro lugar totalmente diferente.

Ele estende seu braço para mim entrar na porta, mas então paro por um segundo.

- Algum problema, senhorita?

Olho para os seus olhos, não pareciam haver maldade neles... Eram belos. Estaria eu me confundido por uma aparência tão cordial e encantadora?

- Não, está tudo bem.

Entro pela porta, com Jason atrás de mim, encostando-a logo em seguida. Ao seu lado teria uma escada um tanto longa, com um criado mudo na frente. Com certeza, também feito por Jason, apenas pelos detalhes esculpidos nele.

Estava arisca por encontrar-me em um lugar desconhecido, o cheiro de madeira cerrada estava no ar, assim como de plástico novo e pelúcia.

A mão de Jason passa por meu ombro, mostrando a escada com sua mão.

- As damas primeiro.

Seguro no corrimão e começo a subir a escada, com algo gelando a minha espinha... De qualquer forma, se algo fosse acontecer, eu estava armada.

Nossos passos ecoavam nos degrais, pareciam nunca terminar, como se eu tivesse entrado em um looping de inseguranças.

Então, chegamos ao segundo andar... Outro corredor, aquele lugar era maior do que eu imaginava.

Um enorme corredor extenso, com papéis de parede opacos amarelos, xadrez. Ao seu final, poderia ver que havia outra escada, para o terceiro andar, mas estava bem longe de nós.

- Você mora aqui em cima?

- Posso dizer que sim.

Outra vez ele chacoalha o molho de chaves em sua mão, segurando a de cor amarela, passando em minha frente e abrindo uma dar portas posicionadas no corredor.

Essa era uma porta simples, porém preta, que destacava-se no corredor sútil e amarelado. A tinta que havia visto em todos os lugares parecia ser nova, não havia nada desbotado.

A porta abre-se, com Jason entrando primeiro, acendendo um lampião numa cômoda ao lado da entrada.

Logo sinto um cheiro tão perfumado que acalma o meu cérebro no mesmo instante... Seu cômodo parecia ter o odor de rosas desabrochando no verão...

Mas então, observo suas mãos irem até a parede, passando seu dedo por algo que eu não entendia o que era... E, subitamente, algo acende em cima de nós.

Era uma esfera um tanto oval, que teria uma luzinha dentro, mas era forte e iluminava todo o local.

- O que é aquilo?

- Oh, querida, é uma lâmpada.

- Lâmpada?

- Teremos tempo para retirar as suas dúvidas... E as minhas.

Jason, The Toy Maker - O Outro Lado do GumeOnde histórias criam vida. Descubra agora