CAP. 33 - Doce Toque

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Mal havia acordado, o cheiro doce da cozinha estava no ar, meus olhos estavam cansados, não conseguindo acreditar no que acontecia em minha frente.

Jason estava sem as roupas da parte de cima do seu corpo... Eu não queria dizer não a ele... Pois vê-lo dessa forma atiçava a minha imaginação, queria isso...

Seus ombros eram largos, deixando os seus braços levemente musculosos e compridos segurando as roupas que havia tirado.

Ele respirava lentamente, a lareira ao meu lado iluminava sutilmente o seu peitoral, suspirando e mexendo-se... Seus músculos pareciam tão.. Perfeitos... Nem tão forte, mas também estava longe de ser fraco.

O seu abdômen... Agora poderia vê-lo sem o roupão encobrindo-o. Jason teria os gomos tão aparentes, grandes e extremamente delineados...

Ao mesmo tempo, havia tinta respingada em seu torço, espalhando-se em algumas partes de seu abdômen, braços e ombros. Este leve toque parecia deixá-lo ainda mais atraente.

Tento arrumar meu corpo no sofá, sentando-me adequadamente enquanto Jason caminhava até mim sem pressa alguma.

- Está tão.. Calada...

Esta não era eu, jamais fui calada em qualquer situação. Queria dizer o que pensava, mas meus lábios estavam trêmulos com aquela atitude tão inesperada de Jason...

Ele estava sobre mim, apoiando suas mãos no sofá com seu corpo em pé na minha frente, deixando-me um tanto encolhida enquanto seus braços passavam ao meu redor.

Por um segundo, levanto a minha mão em direção ao seu peitoral, ameaçando tocá-lo, mas o receio em fazer isso era enorme.

Porém, sua mão passa sobre a minha, fazendo-me tocar em seus músculos de uma vez só... Meu coração iria sair pela boca.

- Seu receio em me tocar é tentador...

Minha mão estava massageando a sua pele, deslizando pelos músculos do peito e indo para o seu abdômen... Tão macio e ao mesmo tempo firme... Jamais havia sentido o corpo de um homem em minhas mãos...

- O único receio que tenho é apenas com o que você irá pensar..

- Querida... Pode tocar em meu corpo da maneira que desejar.

Eu estava tão submersa em sua frente... Meu Deus... Qualquer coisa que Jason me pedisse naquela situação, eu iria fazer sem cogitar. Minha mente... Estava sendo controlada...

Sinto seus dedos passarem por meus cabelos, indo para a minha nuca, empurrando levemente meu rosto em direção ao dele, acima de mim...

- Apenas com a sua permissão, querida...

Seus olhos entravam dentro dos meus... Pareciam tão vazios, submersos no mar verde claro, misteriosos... Seu sorriso era tentador, e claramente a minha resposta seria sim...

- Jason..

Batidas incessantes começam a vir do primeiro andar, o sorriso no rosto de Jason some, fazendo os nossos olhares encararem-se em preocupação.

?. - JASON MEYER! QUEREMOS CONVERSAR, É A POLÍCIA!

- Meu Deus..!

Jason retira o seu corpo de cima do meu, andando rapidamente até a porta enquanto colocava sua camisa branca outra vez.

- Tenho certeza de que não é nada a respeito de você, Alice. Espere-me aqui.

Os passos de Jason rolam a escadaria, deixando-me extremamente pensativa pela situação que se seguiu. Ele pareceu tão... Indiferente, até mesmo sem medo algum por aquela cena.

Minha intuição jamais deixo-me na mão. Talvez meu coração quisesse negar as evidências, mas algo não me cheirava bem aqui...

Não tenho outra escolha, a não ser descer até o primeiro piso e tentar escutar o que estava acontecendo.

Retiro meus calçados e ando com cuidado, não fazendo barulho algum pela madeira negra.

Fico em frente a porta que daria para a loja, ajoelhando-me no chão e arrastando o meu corpo para baixo do fatídico balcão, ouvindo alguns murmúrios aumentarem.

?. - Estamos investigando o desaparecimento destas crianças.

- Deixe-me vê-las.
... Hm, não reconheço nenhuma delas, infelizmente.

?. - Não as reconhece? Uma delas passou em sua loja ontem, algumas horas depois ela acabou desaparecendo.

- Meu caro policial, dezenas de crianças passam aqui todos os dias... Não haveria possibilidade de reconhecer todos os seus rostos.

?. - É compreensível, mas este não é o primeiro relato que liga-se a você.

- Para onde elas vão após saírem daqui não torna-se um problema meu. Londres é um lugar repleto de criminosos e pessoas muito piores que isto. Quanto à minha loja, é extremamente elogiada e honrada, assim como o meu nome.

?. - Está bem, Jason. Desculpe-nos atrapalhar a sua noite... Mas o nosso dever é recolher todas as evidências possíveis relacionadas a elas.

- Entendo perfeitamente. Mas que fique claro, minha loja já está aqui há anos. Meus clientes são fiéis e zelo pelas doces crianças.

?. - Claro, obrigado por seu tempo, tenha uma boa noite.

- Igualmente.

Jason, The Toy Maker - O Outro Lado do GumeOnde histórias criam vida. Descubra agora