CAP. 44 - Suspeitas Crescentes

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Notas da autora:

Não vou mais largar dessa história nem por reza forte. Jason que me aguarde.

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Alice:

Fico encarando-o por alguns segundos, não conseguindo engolir aquele seu "não" corrosivo e sarcástico. Meus olhos fuzilavam o seu sorriso, o qual abria-se cada vez mais, não convencendo-me nenhum pouco de sua resposta.

- Não?

- Definitivamente não.

Talvez a expressão em minha face fosse intimidadora, pois sentia o ódio passar por minhas bochechas, deixando os meus olhos um tanto arregalados em revolta.

- Por favor, não tive ligação alguma com aquele garotinho que sumiu...

- Ah, então tiveram outras crianças que desapareceram?

- Londres é um lugar muito perigoso, querida. Sabe disso melhor do que ninguém.

- Não estou conseguindo ser convencida.

Falo cruzando os braços sobre a mesa, fitando-o em desafio. Se ele quisesse me convencer disso, deveria mentir bem, bem melhor.

- Horas, só pelo fato de ter feito um leve arranhão em suas costas e sou incriminado até mesmo por você?

- O quê? Isso não.. - Sou interrompida.

Jason levanta-se da banqueta, ameaçando caminhar até mim, no lado oposto da mesa.

- Assim você irá me deixar decepcionado, querida... Não duvide de minhas palavras. Jamais encostei um dedo naquela criança.

Jason já havia escondido coisas de mim antes, e ainda fazia isso. A porta do terceiro andar, sua verdadeira forma que antes estava oculta... O que mais ele poderia estar ocultando de mim?

- Tem algo que você está escondendo de mim... Sei disso.

- A senhorita é muito sucinta em suas palavras... Gosto disso em você, querida, grandiosamente...

Quando percebo, ele estava acima de mim na cadeira, virando-me para ele, encurralando-me por seus braços nas braçadeiras ao lado... Jason era mais rápido do que eu pensava.

- Sei o que está tentando fazer...

- Sério? Então diga-me, pequeno doce...

Seu rosto estava cada vez mais perto do meu... Já saberia o seu pequeno jogo... Saberia onde isso levaria, ao desvio do assunto.

Mas, realmente não tenho opção... Seria uma tola por não aceitar um beijo de Jason.

Não nego a sua aproximação, sentindo seus lábios doces encostarem nos meus... Logo sua leve língua passa dentre minha boca, sendo invadida aos poucos...

- Mostrei a você, o que jamais mostrei a ninguém... Ao menos, ninguém que tenha sobrevivido depois que viu.

Coloco as mãos em seu peito, afastando-o de forma rápida, mas delicada.

Meus olhos estavam arregalados para ele, não sabendo como processar aquela informação que foi jogada em minha cara de forma tão natural.

- V-você mat....

Mas Jason parece não ligar, pois dessa vez estava beijando-me forçadamente, calando os meus lábios.

Sinto os seus dentes em minha língua... Estavam aumentando cada vez mais, tornando-se afiados em meio ao beijo. Até mesmo encolho a minha língua, evitando ser cortada por suas presas.

Assim que nos separamos, ele já estava com suas garras passando por meu rosto, brincando em meus lábios, com seu sorriso sendo aberto, em desafio.

- Perdão... O que a senhorita iria falar?

Seus olhos levemente brilhantes estavam fitando-me ansiosos. Talvez ele pensasse que eu estaria com medo, apreensiva... Mas gostava de confronta-lo.

- Quem você matou?

- Não acha que está querendo estas informações de maneira fácil demais, querida?

- Até alguns minutos atrás, você disse que não teria machucado nenhuma criança!

- ... Disse que não machuque aquela criança.

Engulo em seco com aquela resposta...

- Além disso... Qualquer um que me visse assim, ficaria horrorizado, não acha?

Observo-o em descrença, pois ele já saberia a minha resposta... Porém, parecia gostar cada vez mais de ouvi-la.

- Talvez nem todos...

- Talvez apenas a senhorita. Compreende que não posso deixar pessoas que viram-me assim, assustadas, corromperem a minha imagem?

Junto as sobrancelhas, confusa... Matar pessoas apenas para esconder um segredo podre... Ainda assim, não me parecia nada certo. Além disso, como esse tipo de situação se propagava? Ele não sairia mostrando sua forma para qualquer um!

- E por qual motivo você iria mostrar sua forma para os outros?

- Ah, está fazendo perguntas demais...

Jason coloca seus dois dedos transformados em garras, os quais estavam em volta de minha boca, logo por dentro dos meus lábios, não deixando-me falar mais.

Mas sentia seus dedos brincando com a minha língua, com se eu estivesse chupando-os...

- A senhorita é tão perfeita... Apenas precisa ser mais paciente.

Ele os retira de minha boca, totalmente úmidos, olhando-me com desejo...

- Espero que a paciência não tire o meu bem mais precioso.

- O que seria tão precioso assim para a senhorita?

- Minha vida.

Jason, The Toy Maker - O Outro Lado do GumeOnde histórias criam vida. Descubra agora