CAP. 34 - Verdade Corrompida

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Notas da autora:

Bem, não tenho nem como agradecer o apoio que vocês estão me dando, tanto nos comentários, votando e seguindo o meu Instagram sobre as histórias que faço.

Obrigada, pela motivação, gentileza e reconhecimento. Boa leitura.

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Passo minhas mãos pela vidraça do balcão, saindo de baixo dele lentamente... Já escutava Jason fechando a porta da loja, abaixando as cortinas vermelhas.

Não iria me esconder dele, queria que ficasse claro que eu estava ali, ouvindo tudo. Então, fico atrás do balcão, com os braços cruzados, demonstrando uma feição nada receptiva.

- Sei que está aí, querida...

Jason diz mesmo sem olhar para mim, terminando de desamarrar a cortina...

- Disse para você esperar onde estávamos.

- Você não manda em mim.

Escuto uma risada um tanto debochada vir de seus lábios enquanto vira-se para mim.

- Perdão?

- Você não manda em mim!

- Oh, perdoe-me se passei esta impressão...

Continuo na mesma posição, apenas colocando minhas mãos na cintura, observando cada movimento que ele fazia, até chegar próximo ao balcão.

- Não tem nada para me dizer?

- Pensei que já teria escutado tudo, Alice.

- Ah, sim. Eu escutei... Mas talvez sou a única que não fui convencida por suas palavras.

- ... Não estou entendendo o que a senhorita está insinuando.

- Tenho certeza de que está entendendo muito bem, Jason.

- Então, por favor, deixa suas opiniões claras para mim.

Jason já estava em minha frente, dentro do balcão, agora seu sorriso era um tanto ameaçador...

- Oferece sua casa para uma completa desconhecida, que está fugindo da polícia, acusada de assassinato, fazendo tudo isso de "bom grado"...

- Pensei que já teria deixado minhas intenções claras quanto a este assunto...

- Encontro uma faca que claramente estava ensanguentada, a qual seu rato roubou de mim! Encontro você me observando no escuro, com olhos ameaçadores, parecendo que iria me devorar!

- Acho que a senhorita está passando um pouco dos limites...

- E além disso, vejo que dentro do Mr. Glutton haviam braços de "bonecas de cera", o que ainda me deixa muito intrigada, além da porta do terceiro andar!

- Posso dizer que estou um tanto surpreso pela sua perspicácia, Alice... Mas posso refutar todas as suas acusações facilmente.

- Obviamente pode, mas não pode negar que todos estes fatos juntos insinuam uma situação muito grave!

- Sabe o que são fatos, querida? Fatos são escritos por folhas, palpáveis e reais... A senhorita matou mais de dois pacientes, além de três médicos, enquanto estava internada no Hospício.

O quê..? Ninguém sabia disso! Ele não poderia saber!!

- Mas, mesmo assim... Sabendo dos perigos por ter você aqui... E de tudo o que fez, não irei desistir da senhorita.

- Espere... Você está virando o jogo contra mim?!?

- Não existe jogo para ser virado, pois não fiz nada de errado. Quanto a senhorita...

- Não! Existe algo muito errado por aqui, principalmente com você!! Nada aqui é normal!

- Apenas por meus dons? Pensei que estivesse encantada por eles...

- Jason...

Suas mãos seguram a minha nuca, mas era de modo calmo, mesmo com o meu corpo mergulhado em raiva.

- Quero apenas ajudar você, querida... Por favor... Deixe-me fazer isto.

Estas palavras... O último homem que disse isto para mim, estava morto.

- Não. Vou embora daqui, agora.

- .. O quê?

- Agradeço por toda a sua ajuda, mas não me sinto confortável aqui. Não ao menos até saber o que você é de verdade.

Saio em direção a porta para ao corredor, que daria para o ateliê. Não importava-me como iria me virar nas ruas.

Minha intuição estava gritando em minha mente, perigo.

Então, algo segura o meu pulso, fazendo-me arregalar os olhos para Jason.

- Gostaria de saber o que realmente sou, querida?

Meus olhos desviam de sua mão para a sua face, não entendendo o que iria acontecer naquele momento.

Mas os seus dedos em meu pulso, não eram mais dedos.

Garras negras tomaram o seu lugar, com unhas brancas, que cresciam cada vez mais, tornando-se pontiagudas, arranhando o meu braço.

Seu braço havia ficado quase completamente negro, até o seu cotovelo, parecendo espalhar-se por sua pele.

Quando encaro novamente o seu rosto, seus olhos verdes estavam brilhando, sádicos.

Seus lábios sorriam, mas de forma maliciosa e ameaçadora, enquanto seus dentes estavam tornando-se presas finas e afiadas.

Abaixo de seu olho direito, uma cicatriz profunda formava-se, parecendo até mesmo maquiagem escorrida.

Abaixo de seu olho direito, uma cicatriz profunda formava-se, parecendo até mesmo maquiagem escorrida

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- Se é isto o que tanto queria, delicie-se.

Ignoro a dor em meu pulso, olhando fixamente em seus olhos, sem mostrar medo ou repugnância alguma.

- Era apenas isto o que eu queria.

Pulo em direção ao seu rosto, encostando os meus lábios nos seus, fazendo-o soltar o meu pulso com a surpresa que teve...

Jason, The Toy Maker - O Outro Lado do GumeOnde histórias criam vida. Descubra agora