CAP. 7 - Último Segundo

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Meus passos eram ágeis, indo para a saída do cais rapidamente, enquanto apertava a caixa em meu peito.

A sacola balançava em meu braço com o vento frio da lua. Olhares de homens bizarros vinham até mim, mas tentava os ignorar enquanto esguiava-me pelos becos.

Havia saído da loja de brinquedos, mas a minha mente ainda permanecia lá, presa entre os nobres objetos espalhados pelos balcões e estantes...

Talvez eu estivesse fazendo aquilo que mais abominava... Julgando alguém por sua aparência.

Aquele homem não parecia ser normal, minha mente não aceitava isso... O que estava acontecendo comigo? Essa não era eu.

Jamais deixei-me enganar pelas aparências, sempre fui muitas vezes rude com as pessoas, nunca havia sido tão educada quanto fui hoje...

Meu coração palpitava com os passos que seguiam-se de meus pés... Não Alice, você apenas gostou do quão maravilhoso era aquele lugar, apenas isso...

Logo outra situação invade a minha mente... A cobra de Jason.

Mr. Glutton era o seu nome, seria possível realmente ter uma mão ali dentro? Isso não era real, não é? Um homem tão cordial como Jason não seria capaz de tal ato.

Por que não parava de pensar nisso? Afinal, jamais veria aquele homem outra vez, pois estava indo embora do orfanato hoje a noite...

A estação de trem ficava praticamente ao lado de onde minhas sacolas estavam, deveria apenas comprar uma passagem com o dinheiro que teria guardado nas sacolas e ir para França, recomeçar a minha vida.

Por alguma razão estava mais que feliz naquela noite, um sorriso bobo nasce estampado por meu rosto...

Passo em frente ao bar que me foram passadas as informações da loja, o qual ainda estava aberto, parecendo conter mais movimento do que o normal... O bordel estava cheio.

M. - Ei, garotinha!

A voz do bêbado Murdock ecoa pela rua cheia de névoa... Olho para o bar e ele me encarava de sua mesa de cerveja, apontando o dedo para mim. Pensei que já estaria morto de tanto beber...

M. - Achou sua loja??

- Sim, acabei de voltar de lá.

M. - E qual o meu pagamento?

- Pagamento?

Ele se levanta da mesa, com dificuldade outra vez, com uma garrafa de cerveja em sua mão.

M. - Você me deve cinquenta moedas por ter recebido a ajuda!!

- Não devo nada a você!

M. - Como se atreve, sua vagabunda!

Não tinha medo daquele homem, pois não conseguia dar dois passos para frente sem cair. Entretanto ele saca algo de seu colete...

M. - Conclua a sua dívida no inferno!

Vejo a pistola apontada em minha direção, saio correndo no mesmo instante em que o tiro é disparado. Passo as mãos pelo meu corpo, vendo que não estava ferida e o tiro havia sido errado.

Logo escuto barulhos de socos virem do bar, não conseguia mais ver o que estava acontecendo, pois a névoa o encobria ao longe...

Vou praticamente correndo até o orfanato, meus nervos estavam a flor da pele após aquela situação. Minha faca não teria adiantado de nada contra uma pistola prateada.

Depois dessa situação, estava até mesmo receosa em pegar o trem tarde da noite, mas não deveria arriscar partir de manhã.

Chego ao orfanato poucos minutos depois, mas uma sensação horrível passa por meu corpo ao ver aquela situação.

Haviam vários policiais cercando a entrada, com uma carruagem da polícia em frente ao portão.

Todos estavam com um lampião em mãos, procurando por algo. Eles haviam dado falta tão rapidamente de Angus? O seu corpo havia sido achado??

Eu teria empurrado o seu corpo ainda vivo em frente ao trem, numa estação não tão próxima daqui. Seus restos deveriam estar destroçados...

?. - ELA ESTÁ ALI!!!

Uma voz aponta para mim em meio a escuridão dos postes, fico desesperada ao ver todos olharem na direção em que o polícial havia mostrado.

Afasto-me deles assim que vejo-os correrem até mim. Porém sinto algo segurar em meu pulso, fazendo-me dar um pequeno grito com o toque.

- Venha comigo!

- Venha comigo!

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Jason, The Toy Maker - O Outro Lado do GumeOnde histórias criam vida. Descubra agora