Ele estava segurando os meus braços, prendendo-me contra a parede, fazendo-me grunhir de dor pelos ferimentos.
Jason percebe isso, soltando o meu corpo, passando suas mãos pela coberta em minha cintura...
- Acha que fui rude demais em sua punição?
- Não.
- Ótimo... Isto significa que aguentaria muito mais!
- Talvez a minha mente aguente, mas o meu corpo é frágil.
- Estou surpreso apenas pelo fato de ter levantado daquela cama.
Ele estava me beijando a cada frase dita, como se não se importasse realmente com nada... Apenas em satisfazer a si próprio.
- Mas.. Se quisermos brincar mais... Terei que cuidar do seu corpo.
Em um movimento impulsivo, sou erguida por seus braços, carregada para fora da cela um tanto sem jeito.
- E como irá me concertar? Já que é um especialista nisso.
Digo por cima de seu ombro, obsevando a paisagem traseira enquanto Jason andava pelo calabouço do terceiro andar.
- Irei dar um banho em seu corpo antes de qualquer coisa.
Estávamos passando pelas celas em que as crianças haviam sido trancafiadas anteriormente. Mas, como um detalhe atormentador, não haviam mais crianças.
Olho para as prisões vazias, um tanto perplexa por todas terem desaparecido em tão pouco tempo...
- Onde eles estão?
Falo sem conseguir controlar os meus lábios, guiada pela curiosidade, mesmo já sabendo a fatídica resposta...
- Precisava de novos brinquedos o quando antes, estava ansioso para colocar minhas inovadoras ideias em prática!
- Então...
Antes de pronunciar qualquer coisa, processo toda aquela situação, já entendendo perfeitamente o que estava acontecendo aqui.
Os brinquedos jamais foram mágicos, Jason jamais os animava por conta própria... Algo muito pior rondava aquelas pelúcias, brinquedos e bonecas.
Eles estavam vivos por estarem assombrados, guiados como marionetes pelas mãos de Jason, o qual controlava as suas almas.
- ... É por isso que estão vivos.
- Ainda não está claro, minha cara? Eles jamais irão morrer, não enquanto EU existir. Meus brinquedos são eternos, assim como minhas vítimas que estão espalhadas em cada um deles. Sempre serão meus "amigos"...
- Isso é fascinante... Como consegue colocar a alma deles dentro de cada brinquedo?
- Realmente está interessada em minha arte?
Sua voz havia saído em tom tão sincero e ingênuo que me fez ter pena de Jason... Como se ele precisasse que alguém visse do que ele era capaz e se interessasse por isto... Fato que provavelmente jamais havia acontecido a sua arte maligna.
- Estou muito interessada.
Percebo que estávamos indo para um lugar diferente, ficando entre as celas, o qual havia passado batido na noite em que fui para a minha cela privada.
Haviam lajotas brancas em sua entrada, parecendo ser uma espécie de banheiro naquela prisão.
Ao meio de todas as celas, sou carregada por seu ombro, observando-o abrir uma porta em nossa frente, branca e de ferro, demonstrando ser realmente um banheiro.
Mas, não era apenas um simples banheiro... Aquilo era enorme, com vários chuveiros posicionados nas paredes, assim como algumas toalhas dependuradas nos ganchos próximos a porta.
As paredes de lajota branca estavam suadas pela umidade do local, aquilo lembrava-me uma câmara de gás o qual meu pai havia mostrado-me em um livro quando era criança... Esperava estar enganada.
- É maravilhoso a senhorita se interessar pelo meu trabalho! Posso lhe mostrar como faço um belo brinquedo com uma cobaia ainda viva.
- Parece tentador...
Sou colocada sobre o chão, um tanto intimidada por estar apenas com uma fina e velha coberta por meu corpo mutilado e nú.
Jason puxa uma banqueta de madeira, apontando para mim sentar-me abaixo do chuveiro.
- Não irá me explicar que lugar é este?
- Não está vendo? Isto é um banheiro.
- Claro que é um banheiro... Mas parece meio grande, não acha? Caberiam trinta pessoas ou mais em baixo destes lavadouros.
- Bom, não gosto de fazer os meus trabalhos divinos com meus eternos amigos sujos... Deixo-os preparados para se tornarem perfeitos e únicos.
Ah, ao menos ele havia esclarecido... Pensei que este lugar era o seu matadouro, mas era apenas um banheiro bizarro para preparar suas vítimas para o abate.
- Acho que consigo tomar meu banho sozinha.
- Sente. Agora.
Coloco a coberta dependurada sobre uma curta parede de mármore, a qual era uma separatoria entre os chuveiros. Estávamos em um dos primeiros.
Ando encolhida, até sentar em sua frente, observando-o puxar suas mangas brancas da camisa ao ligar o chuveiro.
- Muito bem... É muito melhor quando obedece as minhas ordens, não acha?
- Hm, se você está dizendo... - Por hora, iria obedece-lo.
- Confie em mim, querida... E ficaremos juntos... Para sempre.
Aquilo quase me faz rir, mas meu corpo dá um pulo ao sentir a água fria encostar em meus machucados, provocando calafrios em meus lábios.
- Oh, sinto muito por isto... Mas apenas boas garotas ganham água quente em minha banheira.
Não consigo dizer nada, sentindo o meu corpo petrificar com aquela sensação horrorosa, enquanto Jason esfrega o meu corpo com um pedaço de sabonete.
Fecho os olhos, implorando mentalmente para aquilo acabar, eram muitas sensações diabólicas passando por minha pele!
Mas, assim que os abro novamente, Jason estava se despindo, colocando suas roupas dependuradas na divisória, quebrando a minha concentração.
- O que está fazendo??
- Não quero molhar as minhas roupas...
Ele já estava nú, em pé ao meu lado, deixando o meu rosto vermelho com o seu membro ereto em meu rosto.
- Quero lhe dar mais uma ordem, querida...
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Jason, The Toy Maker - O Outro Lado do Gume
Romance๑Dark Romance๑. +18 - Querida Alice Liddell... O seu País das Maravilhas será meu! Suas palavras eram tão doces, assim como a sua feição e o seu jeito encantador. Mas, as coisas muitas vezes não são o que parecem ser... Jason não era apenas um home...