๑Dark Romance๑. +18
- Querida Alice Liddell... O seu País das Maravilhas será meu!
Suas palavras eram tão doces, assim como a sua feição e o seu jeito encantador. Mas, as coisas muitas vezes não são o que parecem ser...
Jason não era apenas um home...
Levanto-me do sofá, deixando as únicas coisas que me pertenciam, dadas por Jason, no mesmo. A rosa preciosa e a pequena carruagem que jamais entregaria para Timmy...
Passamos por um corredor entre alguns quartos, tendo apenas a porta ao seu final aberta. Jason entra por ela, com um lampião em sua mão.
- Irá dormir em meu quarto hoje.
- Jason.. Realmente não entendo...
Falo passando pela porta do quarto.
- Por que está ajudando tanto uma desconhecida qualquer?
- "Qualquer"? Jamais pensei desta forma... Assim que colocou os pés em minha loja, percebi que continha algo especial dentro de seu coração.
- .. Talvez eu não seja uma boa pessoa.
- Apenas por matar um homem e ter sua vingança? Não pense desta forma, querida.
Ele estava levando aquela situação com tanta calma e aceitação... Ninguém falaria sobre isto da mesma forma que Jason.
- Encara a morte com tanta naturalidade..
- Talvez porque seja algo natural.
Começo a dar pequenos passos em seu quarto, analisando o local. Haviam diversas estantes espalhadas pelas paredes, brinquedos um tanto bizarros... Mas eu gostava.
- Espero que não ache-os estranhos.
- Não, eu gostei deles.. Parecem familiares.
Outro doce sorriso abre-se em seu rosto... Não sabia o que responder quando o via. Sua cama era grande, lençóis vermelhos e estufados, haviam quatro travesseiros em seu topo. Seria muita ousadia falar que caberia nós dois ali.
- Realmente, não precisava preocupar-se pelo fato de encontrar-me dormindo no sofá.
- Devo me preocupar sim. Por favor, fique a vontade, irei trazer uma camisola para você vestir.
- Você teria isso?
- Claro, fiz apenas algumas para as minhas bonecas de cera.
Fico aliviada por poder trocar essa roupa suja e úmida do meu corpo. Observava a janela ao lado da cama, também contendo grades de ferro, mas poderia observar a rua escura abaixo.
Então, escuto um pequeno barulho... Olho para trás e vejo um pequeno borrão no escuro, ao canto do quarto. No mesmo instante, ando até ali lentamente, com uma curiosidade momentânea.
- .. O que é isso?
Parecia um ratinho de brinquedo, cinza escuro e um tanto grande, com uma chave de dar corda em suas costas. Mas.. Ele parecia estar andando sozinho.
- Alice?
Levanto o meu corpo e viro-me para Jason, observando-o carregar uma camisola azul clara em seu braço.
- .. Eu achei um ratinho.
- Oh, este é Liquirizia.
Jason diz enquanto agacha suas pernas ao chão, esticando seu braço em direção ao rato na minha frente. Vejo-o correr até Jason, como se tivesse vida própria.
- Como fez isto?
- Segredos de um Chapeleiro... Mas, talvez, alguma hora eu possa lhe contar.
Ele vem até mim, com o ratinho em seu ombro, entregando a camisola em minhas mãos.
- Acho que nunca dormi em uma cama tão boa assim...
- Você é muito bem vinda aqui, querida...
Jason diz saindo pela porta do quarto, olhando para trás mais uma vez.
- Qualquer incômodo, não hesite em me chamar, Alice. Estarei por perto... Tenha uma boa noite.
- Obrigado.. Por tudo.
Ele vai embora, com seu sorriso iluminando o corredor fosco... Encosto a porta do quarto, observando ainda mais aquele lugar antes de trocar minhas vestes.
Havia um pequeno sofá ao final do quarto, com apenas um coelho de pelúcia sentado ao seu canto... Isso lembrava-me o meu brinquedo favorito, o único que havia sobrado no incêndio.
Porém, seus detalhes eram tão ricos... Coloco minhas mãos nele para observar melhor, mas logo o coloco outro vez no sofá.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Retiro meu vestido e a minha meia calça listrada, colocando-as em cima de uma cadeira em frente a uma escrivaninha.
A camisola parecia ser um tanto transparente em meu corpo, sendo feita de um tecido bem fino, azul claro. Fico com vergonha, mesmo estando sozinha na hora em que a coloco. Ela caia pelos meus ombros, mas tinha um pequeno fio que a pendurava em meu pescoço, a qual faço um pequeno laço.
Deito-me na cama, puxando as cobertas por cima de meu corpo, que estavam em sua beirada. Viro o meu pescoço em direção ao sofá, que agora estava um tanto longe.
